Por Fernanda Calgaro, G1 — Brasília


O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), evitou responder nesta segunda-feira (22) sobre se dará andamento a pedidos de impeachment do presidente Michel Temer. Ao ser questionado sobre o assunto, respondeu que a Casa "não será instrumento para desestabilização do governo".

Até a tarde desta segunda, a Câmara já havia recebido 14 pedidos de impeachment de Temer. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve entrar com mais um pedido ainda nesta semana.

Do total de pedidos, nove foram protocolados desde a divulgação de informações da delação premiada dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista. Outros cinco já tramitavam na Casa anteriormente.

A delação dos executivos foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, com base nas informações, a Corte autorizou a abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer por suspeitas de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

"A presidência da Câmara dos Deputados não será instrumento para desestabilização do governo. O Brasil já vive uma crise muito profunda para que essa Casa cumpra um papel de desestabilização maior", afirmou Maia em entrevista a jornalistas nesta segunda.

Ainda durante a entrevista, Maia foi questionado novamente sobre se acatará algum pedido de impedimento de Temer. E respondeu: "Não é minha agenda nesse momento gerar nenhuma desestabilização ao governo brasileiro, às instituições públicas neste momento de grave crise profunda".

Maia disse que pretende manter o ritmo de votações na Câmara argumentando que tramitam na Casa matérias econômicas importantes. Segundo ele, a agenda não é do governo nem do Congresso, mas é a da “superação econômica”,

“Como já disse, [vamos] ter todas as nossas energias focadas na agenda econômica, que é a agenda econômica que garante emprego, garante um desenvolvimento social para todos os brasileiros, porque, melhor do que o Bolsa-Família, é um emprego com carteira assinada. E, para que os brasileiros possam ter emprego com carteira assinada nós precisamos termina a votação da reforma trabalhista e votar a reforma da Previdência”, afirmou.

Para o presidente da Câmara, é preciso respeitar a independência entre os poderes e que a Câmara respeitará "a nossa democracia".

"A independência entre os poderes deixará de forma clara que o presidente da República faça a sua defesa como vem fazendo todos os dias e que cabe ao Supremo Tribunal, ao Ministério Público o seu papel nas investigações e depois na sua decisão. À Câmara, cabe legislar e nós vamos legislar na linha de garantir a estabilidade do país", concluiu.

Infográfico mostra as suspeitas sobre Michel Temer — Foto: Editoria de Arte/G1

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1

Sugerida para você

Você deseja continuar recebendo este tipo de sugestões de matérias?