Rio

'Os postos da Riotur serão reabertos em um mês', garante Crivella

Sete dos 14 pontos de atendimento estão fechados. Unidades restantes funcionam em horário reduzido

Em Ipanema, quiosque de informações está fechado: turistas que chegam ao local só contam com boa vontade de camelô que trabalha na Praça Nossa Senhora da Paz
Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo
Em Ipanema, quiosque de informações está fechado: turistas que chegam ao local só contam com boa vontade de camelô que trabalha na Praça Nossa Senhora da Paz Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo

RIO - Após o GLOBO identificar que sete dos 14 pontos de atendimento ao turista do Rio estão fechados e que as unidades restantes funcionam em horário reduzido, o prefeito Marcelo Crivella afirmou na manhã desta sexta-feira que, em um mês, os postos serão reabertos.

- Acabou o convênio, o contrato, nós já estamos licitando um novo contrato. Isso não é bom para o Rio de Janeiro, nossa grande vocação é o turismo, vamos investir muito no turismo. Quero assumir um compromisso com a população que nós vamos reabri-los em um mês - garantiu o prefeito durante visita ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, na Tijuca, que zerou a fila para biópsias de pele.

Na ocasião, Crivella anunciou que, todo mês, a cidade terá "um grande evento com atrações internacionais":

-  Os eventos vão trazer turistas de São Paulo, de Minas, do Brasil inteiro e esperamos que até do exterior. Serão gastos ao longo do ano de R$ 100 a R$ 200 milhões. Turismo é pauta um da prefeitura em termos de desenvolvimento econômico e é isso que vamos fazer.

POSTOS FECHADOS

A Riotur, órgão responsável por divulgar o Rio no Brasil e no exterior, fechou, na segunda-feira, metade dos postos de atendimento a turistas da capital. Dos 14 quiosques, só sobraram sete. E, mesmo assim, em situação precária, com atendimento em horários reduzidos.

O balde de água fria no atendimento a turistas, no momento em que se discute como a vocação da cidade para receber e encantar visitantes pode atrair mais investimentos e criar empregos, aconteceu por conta do fim do contrato com a Maza, empresa que prestava o serviço e demitiu, na última sexta-feira, os 63 recepcionistas bilíngues que trabalhavam nos quiosques. A maioria dos que agora procuram emprego atuava no projeto desde junho de 2013, quando a prefeitura começou a instalar os pontos de informação de olho no contingente de turistas que visitariam o Rio na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada.

Para não interromper definitivamente todo o atendimento, a Riotur, que pagava R$ 260 mil mensais à Maza, apelou para estagiários. São os aprendizes do órgão, junto a funcionários desviados às pressas de função, que estão mantendo sete unidades abertas. O improviso tem seu custo. O quiosque da Rodoviária Novo Rio, por exemplo, que funcionava 24h, agora só atende em horário comercial: somente quem desembarca entre 9h e 18h consegue algum tipo de informação. Nos aeroportos, a situação é parecida.

O posto do Santos Dumont, que abria das 6h às 22h, hoje funciona apenas das 11h às 19h. No Tom Jobim, o atendimento é encerrado três horas mais cedo. O serviço foi suspenso em Ipanema, no Leblon, na Barra, no Pão de Açúcar, em Santa Teresa, na Praça XV e na Candelária. Apenas endereços considerados estratégicos permanecem abertos. Além dos pontos nos aeroportos e na rodoviária, estão funcionando os dois da Praia de Copacabana, o do Largo do Machado e o que funciona na Shopping da Gávea.

- Infelizmente, achamos melhor fechar alguns postos do que atender de forma precária. Inicialmente, pensamos em usar os estagiários em mais postos, mas não foi possível - explica o gerente de atendimento e serviços da Riotur, Maurício Werner.

Com a desativação dos centros de informação, tem sobrado trabalho para os vizinhos dos quiosques. Em Ipanema, um camelô que trabalha na Praça Nossa Senhora da Paz, ao lado da estrutura fechada, diz que tenta ajudar. Mas a boa vontade esbarra na falta de conhecimento de outros idiomas:

- Quem está dando informação sou eu. Quando o turista fala a minha língua, eu consigo ajudar. Se não, é impossível.

Na Lapa, o turista fica também perdido: o posto de informações foi desativado em abril, e o quiosque, retirado da calçada, segundo a Riotur, por falta de segurança. A estrutura já havia sido arrombada diversas vezes.