Política Lava-Jato

PF busca 149 joias 'sumidas' na casa de ex-governanta e irmã de Adriana Ancelmo

Agentes estão em dois endereços na zona sul do Rio atrás das peças
PF cumpriu mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados à ex-primeira dama Adriana Ancelmo Foto: Fabiano Rocha / O Globo
PF cumpriu mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados à ex-primeira dama Adriana Ancelmo Foto: Fabiano Rocha / O Globo

RIO — A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em dois endereços do Rio na manhã desta sexta-feira na tentativa de localizar as joias da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. Os agentes chegaram por volta de 6h40m à casa da ex-governanta Gilda Maria de Sousa Vieira da Silva e da irmã da ex-primeira-dama, Núsia Ancelmo Mansur.

De acordo com a PF, ainda estão sumidas 149 joias que pertenciam a Adriana Ancelmo, compradas como estratégia de lavar dinheiro de propina. Até esta sexta-feira, apenas 40 das 189 peças atribuídas ao esquema foram apreendidas.

Os policiais federais cumpriram mandados em um endereço do Jardim Botânico, onde vive a ex-governanta do casal, e em um apartamento de Ipanema, morada da irmã da ex-primeira-dama.

A operação aconteceu porque, no último domingo, a ex-governanta de Adriana tentou revender uma pulseira e um par de brincos na joalheria Antonio Bernardo. A pulseira foi deixada na loja para avaliação, mas Gilda levou o par de brincos. Gilda afirmara à vendedora que recebeu as peças de Adriana como pagamento por serviços prestados. Após à ida da ex-governanta à joalheria, uma denúncia anônima chegou à Polícia Civil e Gilda foi chamada a depor. Ela também foi ouvida pela força-tarefa da Lava-Jato no Rio e entregou as peças. Aos procuradores, Gilda disse que recebia parte do salário registrado na carteira de trabalho e uma parte por fora.

A PF apurou que os artigos de ouro e diamantes foram comprados em dinheiro vivo por Adriana e pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Até o momento, a investigação aponta o valor das peças em R$ 11 milhões.

A joalheria H.Stern fechou delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava-Jato no Rio e a Antonio Bernardo negocia acordo, como adiantou O GLOBO .

A ex-primeira-dama foi presa em dezembro do ano passado, mas foi para a domiciliar em março deste ano. Já o ex-governador foi preso em novembro de 2016 e está na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, local que abrigava o Batalhão Especial Prisional (BEP).

Cabral foi condenado a 14 anos e dois meses de prisão pelo juiz Sergio Moro e Adriana foi inocentada. O ex-governador ainda responde a outros dez processos da Operação Lava-Jato no Rio.