Política Lava-Jato

PF deflagra operação 'Gotham City' para procurar empresários conhecidos como Batman e Robin

Ação faz parte das investigações da Lava-Jato no Rio
PF deflagrou a operação 'Gotham City' na manhã desta quarta-feira: Alvos são acusados de lavar dinheiro no esquema da Fetranspor Foto: Reprodução/TV Globo
PF deflagrou a operação 'Gotham City' na manhã desta quarta-feira: Alvos são acusados de lavar dinheiro no esquema da Fetranspor Foto: Reprodução/TV Globo

RIO - A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira a Operação Gotham City, em Curitiba, para prender os empresários Nuno Coelho, cujo apelido é Batman, e Guilherme Neves, conhecido como Robin. Neves está no exterior e por isso já foi pedido para que seu nome entre na difusão vermelha da Interpol. Já Coelho teve o mandado de prisão contra ele cumprido.

O Ministério Público Federal (MPF) chegou aos nomes dos dois empresários com a prisão de Dayse Alexandra Neves, mulher do ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro (Detro) Rogério Onofre, preso na Operação Ponto Final, acusado de receber R$ 43 milhões em propina do esquema da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) para beneficiar empresas de ônibus. Onofre e Dayse viraram réus ontem na Lava-Jato. Ambos foram presos no início do mês passado .

Dayse foi presa porque, segundo o MPF, tentou movimentar uma conta no exterior após a prisão do marido na Ponto Final. Com ela, foram apreendidos documentos que indicam a provável existência de contas no exterior e a utilização dos dois empresários para ocultar propina por meio da compra de imóveis.

O MPF aponta que Dayse e Onofre são proprietários de 11 imóveis que ficam em dois condomínios que são empreendimentos de Coelho e Neves. A lavagem se dava, segundo os procuradores, porque o valor que constava nos documentos de compra dos imóveis era 50% menor do que eles custavam na realidade.

Os mandados de prisão foram assinados pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio, responsável pelos casos da Lava-Jato no estado. O juiz entendeu que, em liberdade, os acusados teriam facilidade de ocultar dinheiro.

VEJA O ESPECIAL: Lava-Jato no Rio abre 'caixinha preta' da Fetranspor

A ação desta quarta-feira é um desdobramento da operação "Ponto Final", que abriu a "caixinha preta" da Fetranspor com base na delação premiada do delator Álvaro José Novis, doleiro e operador do esquema.

Ponto Final: Jacob Barata Filho chega à sede da Policia Federal Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Ponto Final: Jacob Barata Filho chega à sede da Policia Federal Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo