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Por Carol Fontes — Direto de Oahu, Havaí


Vice-líder do ranking e na caça pelo bicampeonato mundial, Gabriel Medina foi surpreendido na estreia do Pipeline Masters, no Havaí, última etapa da temporada. E a derrota veio justamente diante do amigo Miguel Pupo, que beirou a perfeição com uma nota 9,93 e, nos últimos minutos, arrancou uma virada sobre o havaiano Benji Brand para se classificar direto à terceira fase. Medina e Benji seguem para a repescagem. Competindo em casa, John John Florence, líder do Circuito Mundial, entrou na água logo depois e venceu com tranquilidade o brasileiro Wiggolly Dantas e o também havaiano Dusty Payne. Dusty será o rival de Medina na segunda fase, eliminatória. O campeonato foi paralisado depois da nona bateria. Haverá uma nova chamada nesta terça-feira, às 15h30 (de Brasília). O SporTV.com transmite tudo ao vivo

- Eu vi que o Medina perdeu, mas isso não significa nada. Estou focado em mim - disse John John.

Gabriel Medina é surpreendido na estreia e cai para a repescagem — Foto: WSL / DAMIEN POULLENOT

- Somos muito amigos, devo muito ao Medina porque ele puxa o meu nível todos os dias em casa. Estou torcendo para ele passar a bateria dele - disse Miguel.

Miguel Pupo, em 23º no ranking, brilhou em sua primeira onda: 9,93 em um tubo perfeito e cristalino para Pipeline. Benji Brand, que entrou no campeonato pela triagem, liderava a bateria e jogou um quilo de pressão sobre os ombros de Medina ao tirar 7,17. O campeão mundial não se encontrava na onda que tanto conhece. Na primeira tentativa, dropou atrasado e não conseguiu sair dela. Na segunda, outra nota abaixo de 1 ponto. Benji trocou a menor nota por um 5,10. Foi quando viu a onda espetacular de Miguel.

Miguel Pupo pega lindo tubo e ganha nota 9,93 em Pipeline

Miguel Pupo pega lindo tubo e ganha nota 9,93 em Pipeline

Medina só explorou o que Pipe tem de melhor a 7 minutos do fim, quando achou um tubo nota 8,50 e voltou à briga. Benji rebateu com um 5,57, trocando mais uma vez sua nota mais baixa e aumentando a diferença para os brasileiros.

Miguel Pupo vence na estreia em Pipeline — Foto: WSL / DAMIEN POULLENOT

Medina e Miguel ficaram no outside, esperando as ondas. Pupo remou para uma esquerda, Gabriel ficou com a prioridade. O cronômetro marcava dois minutos, e Gabriel decidiu se arriscar em uma pequena direita. Um tubo, um aéreo... e a derrota anunciada. No minuto final, Miguel, precisando de 2,71, conseguiu superar o havaiano ao tirar um 4,90 e garantiu a vaga à terceira fase.

- É demais surfar no Havaí. Desde pequeno, eu vinha para cá, ficava jogado na praia o dia inteiro. O Pinga (empresário) me trazia todo o dia para surfar Pipeline. Tenho experiência suficiente para surfar essa onda aqui no CT, agora com a minha família, minha filha. As expectativas são boas, ainda mais começando com o pé direito, vou bateria por bateria, e agora estou focado na próxima. Tive boas notas em Pipe e Backdoor - disse Miguel.

Miguel Pupo consegue virada a um minuto do fim e estreia com vitória em Pipeline

Miguel Pupo consegue virada a um minuto do fim e estreia com vitória em Pipeline

Do que Medina precisa?

O melhor cenário para Medina é a eliminação de John John até a terceira fase do Pipe Masters. Neste caso, o brasileiro conquista o bicampeonato mundial se chegar às quartas de final. A corrida pelo caneco da temporada vai se alterando fase a fase, conforme os resultados do havaiano. Se o líder do ranking chegar à final da etapa, automaticamente se consagra campeão do mundo. O sul-africano Jordy Smith e o australiano Julian Wilson também estão na briga, porém com chances bem menores. Veja todos os cenários abaixo.

John John tranquilão. O havaiano está na liderança, compete em casa e só depende dele mesmo para ser bicampeão mundial. Estreou contra o compatriota Dusty Payne e o brasileiro Wiggolly Dantas. Uma vitória sem muito brilho, mas sem sustos. Tirou 6,33 e 7,17 em sua duas melhores notas.

John John Florence vence com facilidade no quintal de casa — Foto: WSL / DAMIEN POULLENOT

- Já surfei Pipe tantas vezes em condições semelhantes. Eu só quero ir lá e surfar ondas divertidas - disse John John.

John John Florence tira notas 6,33 e 7,17 em Pipeline

John John Florence tira notas 6,33 e 7,17 em Pipeline

Julian Wilson, a interferência e o tropeço. Na briga pelo título mundial, Julian cometeu um erro bobo logo na estreia. Liderava a bateria, mas fez uma interferência no compatriota Stuart Kennedy, que compete machucado. Com isso, Julian zerou sua segunda melhor onda, ou seja, só teria direito a uma nota.

Julian Wilson comete interferência na estreia de Pipeline

Julian Wilson comete interferência na estreia de Pipeline

Logo depois, pegou um tubo, seguido de um aéreo: 8,00. Não fosse a interferência, teria vencido. O americano Conner Coffin se classificou. As chances do australiano de conquistar o título mundial são remotas.

Julian Wilson pega tubo, acerta linda manobra e recebe nota 8 em Pipeline

Julian Wilson pega tubo, acerta linda manobra e recebe nota 8 em Pipeline

Jordy Smith acelerado e classificado - O sul-africano estreou em Pipeline com o pé no acelerador. Abriu a bateria com um 8,67 e depois, em mais um tubo, ganhou 7,90 para derrotar os australianos Bede Durbidge (campeão em Pipeline em 2007) e Ethan Ewing.

Jordy Smith pega belo tubo e recebe nota 8,67 em Pipeline

Jordy Smith pega belo tubo e recebe nota 8,67 em Pipeline

OUTROS BRASILEIROS

Jadson André => repescagem. Em situação delicada no ranking (32º), o potiguar Jadson André corre grande risco de ficar fora da elite mundial em 2018. Ele disputou a primeira bateria do dia, vencida pelo francês da Ilha Reunião Jeremy Flores, com 5,67 e 4,50 nas duas melhores ondas. Jadson ganhou somente 3,5 e 2,83. Matt Wilkinson segurou a lanterna.

Caio vence Mineirinho => Campeão do Pipe Masters em 2015, ano em que foi campeão mundial, Adriano de Souza tropeçou na estreia. O vencedor da bateria foi Caio Ibelli, ao somar 12.83 pontos em suas duas melhores ondas. O australiano Jack Freestone segurou a lanterna.

Caio Ibelli manda Adriano de Souza para a repescagem em Pipeline

Caio Ibelli manda Adriano de Souza para a repescagem em Pipeline

Filipe Toledo e o vento => O mar no North Shore se transformou, e a bateria de Filipinho chegou a dar sono. Tanto o brasileiro quanto o taitiano Michel Bourez somaram apenas 2,00 - isso mesmo! - em suas duas melhores ondas. O havaiano Ezekiel Lau aproveitou o conhecimento do pico e, com 10,50 (4,67 + 5,83), se garantiu direto na terceira fase.

Baterias da primeira fase:

1: Jeremy Flores (FRA) 10.17, Jadson André (BRA) 6.33, Matt Wilkinson (AUS) 4.67
2: Josh Kerr (AUS) 12.17, Kanon Igarashi (EUA) 6.10, Owen Wright (AUS) 3.37
3: Conner Coffin (EUA) 10,50, Julian Wilson (AUS) 8,00 e Stuart Kennedy (AUS) 1,50
4: Jordy Smith (AFS) 16.57, Bede Durbidge (AUS) 11.43, Ethan Ewing (AUS) 3.00
5: Miguel Pupo (BRA) 14,83, Benji Brand (HAV) 12.64, Gabriel Medina (BRA) 12.43
6: John John Florence (HAV) 13,50, Dusty Payne (HAV) 6,83, Wiggolly Dantas (BRA) 5,63
7: Caio Ibelli (BRA) 12.83, Adriano de Souza (BRA) 11,27, Jack Freestone (AUS) 7,04
8: Kelly Slater (EUA) 12,47, Joan Duru (FRA) 11,90, Kolohe Andino (EUA) 7,60
9: Ezekiel Lau (HAV) 10,50, Filipe Toledo (BRA) 2,00, Michel Bourez (TAH) 2,00
10: Sebastian Zietz (HAV), Adrian Buchan (AUS) e Ian Gouveia (BRA)
11: Joel Parkinson (AUS), Connor O'Leary (AUS) e Leo Fioravanti (ITA)
12: Mick Fanning (AUS), Frederico Morais (POR) e Italo Ferreira (BRA)

Repescagem - segunda fase:

1. Gabriel Medina (BRA) x Dusty Payne (HAV)
3. Julian Wilson (AUS) x Benji Brand (HAV)
4. Matt Wilkinson (AUS) x Stuart Kennedy (AUS)

Cenários do Circuito Mundial — Foto: Infoesporte

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