Política Lava-Jato

Oposição aposta nas ausências para manter prisão de Picciani, Melo e Albertassi

Deputados oposicionistas estimam ter ao menos 14 votos
Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi seguem para o Presídio em Benfica Foto: Marcio Alves / Agência O Globo
Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi seguem para o Presídio em Benfica Foto: Marcio Alves / Agência O Globo

RIO - A menos de duas horas para o horário marcado para a votação, deputados da oposição estimam ter pelo menos 14 votos pela manutenção da prisão dos deputados Jorge Picciani , Paulo Melo e Edson Albertassi — todos do PMDB . A esperança dos oposicionistas para que os aliados de Picciani não alcancem os 36 votos entre os 70 deputados é que o número de ausências seja alto, e que alguns parlamentares se sensibilizem com os protestos que estão ocorrendo em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio ( Alerj ).

Do outro lado, os aliados do trio que no momento está preso argumenta ao espírito de proteção dos próprios mandatos para conseguir uma vitória por larga margem.

— Temos lembrado aos deputados que não se trata apenas dos três deputados, mas que é algo que pode atingir o mandato dos 70 em algum momento. Preservar o mandato não significa impedir a investigação. Não se está julgando o mérito do caso — diz o líder do PMDB, Rafael Picciani, que teve o pai, Jorge, e o irmão, Felipe, presos na Operação Cadeia Velha.

Nas contas de integrantes da oposição, devem ser votos pela manutenção da prisão ao menos quatro deputados do PSOL (Marcelo Freixo, Eliomar Coelho, Flávio Serafini e Wanderson Nogueira), Enfermeira Rejane (PCdoB), Carlos Minc (sem partido), Flávio Bolsonaro (PSC), Doutor Julianelli (Rede), dois deputados do PT (Gilberto Palmares e Waldeck Carneiro), dois do PSDB (Luiz Paulo e Osório) e Bruno Dauaire (PR).

O quinto integrante da bancada do PSOL, Paulo Ramos, disse ao GLOBO que só revelará seu voto em plenário. Osório também evitou confirmar o voto, mas esteve presente a uma reunião da oposição no início da tarde.

O PR tem, além de Dauaire, mais dois deputados (Nivaldo Mullin e Renato Cozzolino). Há expectativa de que eles votem pela revogação da prisão, mesmo depois de o presidente estadual do partido,o ex-governador Anthony Garotinho, ter ameaçado de expulsão os parlamentares que apoiarem Picciani.

Alguns deputados estimam em mais de dez o número de ausentes. Para Flávio Bolsonaro, as faltas seriam a única esperança, mas ele admitr o quadro difícil para a oposição.

— O único temor deles (aliados de Picciani) seriam as ausências. Mas acho difícil. Andei pela Alerj agora e já vi algumas figuras que aparecem raramente e estão aí — disse Bolsonaro. — Nós faremos nosso papel.