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Por Jornal Nacional


Pesquisadores do Paraná desenvolvem técnica que pode salvar araucária de extinção

Pesquisadores do Paraná desenvolvem técnica que pode salvar araucária de extinção

Pesquisadores do Paraná desenvolveram uma técnica que pode ajudar no reflorestamento da araucária e salvar a espécie da extinção.

São árvores imponentes, majestosas e podem chegar a 50 metros de altura. As araucárias são encontradas nas regiões mais frias do Sul e Sudeste do país. Existem leis que proíbem os cortes dessas árvores e preveem multas aos infratores. As restrições se aplicam também a quem colher os pinhões, que são as sementes da araucária, fora de época.

Por causa do desrespeito à legislação, da exploração indiscriminada da madeira, e do manejo inadequado, a araucária está ameaçada de extinção. Para tentar salvar a espécie, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná e da Embrapa desenvolveram uma forma de acelerar a produção de pinhões e multiplicar as árvores que ainda restam. Para isso, eles adaptaram a técnica do enxerto, bastante comum no cultivo de plantas.

“Demoramos praticamente 15 anos para entender como é a araucária, que é uma planta totalmente diferente do que a gente conhece", relata Ivar Wendling, pesquisador da Embrapa Florestas.

Em 2015, eles plantaram a primeira araucária enxertada a partir de clones da árvore mãe, que fica em Caçador, Santa Catarina. Os resultados vieram agora.

A araucária em área aberta chega a dar os primeiros pinhões só depois de 15 anos, mas os pesquisadores conseguiram diminuir o tempo pela metade.

São os primeiros pinhões colhidos das araucárias clonadas. A produção precoce surpreendeu.

“Vimos agora a planta nossa enxertada produzir em tempo recorde pinhões. Eu como fiz um paralelo já, e disse que atingimos o topo do Everest”, conta Flávio Zanette, professor da UFPR especialista em araucárias.

Mais de 5 mil mudas enxertadas já foram plantadas de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Os pesquisadores acreditam que o tão esperado caminho para salvar as araucárias está aberto.

“Salvar a espécie, torná-la interessante para a comunidade. Certamente o interesse pela espécie vai mudar. Temos esperança que os legisladores estabeleçam uma legislação que incentive a araucária”, conta o professor Flávio Zanette.

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