Delegados e peritos da Polícia Federal (PF) saíram em defesa das urnas eletrônicas e afirmaram que nunca ficou comprovada nenhuma fraude no sistema eleitoral. A manifestação ocorreu um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro voltar a atacar o sistema de votação brasileiro, desta vez durante uma reunião com embaixadores, no Palácio da Alvorada.
Entidades de juízes, procuradores e advogados também já se manifestaram. O movimento tem sido bem visto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Interlocutores do presidente da corte, Edson Fachin, avaliaram que o tom duro adotado pelo ministro na véspera para rebater o chefe do Executivo surtiu efeito e gerou reação de diferentes setores da sociedade. Após Bolsonaro voltar a divulgar "fake news" sobre as urnas, o ministro afirmou que era hora de dizer "basta" aos ataques ao sistema eleitoral do país.
A nota foi assinada pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol).
No texto, as três entidades manifestaram "total confiança" na Justiça Eleitoral e lembraram que a PF é uma das instituições de Estado que tem por atribuição garantir a lisura e segurança das eleições. O texto também apontou que, desde a redemocratização, o pleito ocorre "sem qualquer incidente que lance dúvidas sobre sua transparência e efetividade".
"É importante reiterar que as urnas eletrônicas e o sistema eletrônico de votação já foram objeto de diversas perícias e apurações por parte da PF e que nenhum indício de ilicitude foi comprovado nas análises técnicas", disseram as entidades.
A nota apontou ainda que peritos da Polícia Federal têm participado, ano após ano, de testes públicos de segurança promovidos pelo TSE e que, até o momento, "não foi apresentada qualquer evidência de fraudes em eleições brasileiras".
"Acatar a legislação eleitoral vigente e respeitar a Constituição, bem como as decisões democráticas é imprescindível a todo e qualquer representante eleito ou postulante a cargo eletivo", afirmaram.
As três entidades disseram também ter "total confiança" que, neste ano, "o povo brasileiro escolherá seus representantes de forma transparente e republicana como sempre fez".