Cultura
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Por Eduardo Graça, O Globo — São Paulo


Incansável. A artista em foto de 2011: até os 90 anos, ela desenhava e pintava diariamente em seu ateliê na Zona Oeste de São Paulo — Foto: Divulgação / Gui Mohallem
Incansável. A artista em foto de 2011: até os 90 anos, ela desenhava e pintava diariamente em seu ateliê na Zona Oeste de São Paulo — Foto: Divulgação / Gui Mohallem

Única mulher do Grupo Ruptura, que lançou as bases do concretismo no Brasil a partir da mostra de mesmo nome montada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) em 1952, Judith Lauand morreu nesta sexta-feira (9), em seu apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo.

No dia 25 do mês passado, Judith ganhou a maior retrospectiva de sua trajetória de oito décadas, no Museu de Arte de São Paulo (Masp). 'Desvio concreto' reúne 124 obras e dezenas de objetos de seu arquivo pessoal, e fica em cartaz até abril.

Filha de imigrantes libaneses, criada em Pontal, no interior paulista, Judith formou-se na Escola de Belas-Artes de Araraquara (SP), especializando-se em pintura e dedicando-se à figuração, principalmente retratos e naturezas-mortas. Ao mudar-se para São Paulo, em 1952, começa a explorar a gravura, técnica que a leva para a abstração.

'Sem forma', de 1955, época do seminal Grupo Ruptura, de São Paulo, marco da arte concreta e da qual foi a única representante feminina — Foto: Divulgação
'Sem forma', de 1955, época do seminal Grupo Ruptura, de São Paulo, marco da arte concreta e da qual foi a única representante feminina — Foto: Divulgação

Em 1953, ao trabalhar como monitora da 2ª Bienal de São Paulo, entrou em contato com obras de artistas como Paul Klee (1879-1940), Piet Mondrian (1872-1944) e Alexander Calder (1898-1976). Três anos depois, passa a integrar o Grupo Ruptura, e se mantém como a única mulher no coletivo, ao lado de nomes como Waldemar Cordeiro (1925-1973), Geraldo de Barros (1923-1998) e Luiz Sacilotto (1924-2003).

Nos anos 1960, explorou os diálogos entre a imagem e a palavra e os objetos e a superfície, com o uso de grampos, clipes e tachinhas, no que batizou de quadros “polimatéricos”. Depois, retornou à figuração, para tratar de temas políticos, como a repressão durante a ditadura militar, a guerra do Vietnã e os limites impostos às mulheres ao longo do século XX.

'Acervo 9', de 1955: assinatura forte e aversão a regras e dogmas — Foto: Divulgação
'Acervo 9', de 1955: assinatura forte e aversão a regras e dogmas — Foto: Divulgação

Em 1963, inaugurou a Galeria Novas Tendências, em São Paulo, com os artistas Hermelindo Fiaminghi (1920-2004) e Luiz Sacilotto, com a mostra "Coletiva Inaugural 1", com a proposta de ser um espaço para expor os artistas concretos.

Há dez anos, Judith interrompeu o trabalho em seu ateliê na Zona Oeste de São Paulo. Há sete anos, compareceu a sua última abertura, na exposição "Judith Lauand: os anos 50 e a construção da geometria", no Instituto de Arte Contemporânea (IAC).

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