Política
PUBLICIDADE

Por Aguirre Talento — Brasília

Responsável por inquéritos sensíveis ao governo de Jair Bolsonaro, o delegado de Polícia Federal Bruno Calandrini solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) duas medidas que geraram mal-estar em integrantes da corporação. A primeira foi um pedido de busca e apreensão do telefone celular do procurador-geral da República Augusto Aras e do ministro da Economia Paulo Guedes, já negado pelo ministro Luís Roberto Barroso, que não viu elementos para justicar tais ações. A segunda foram diligências contra a própria cúpula da PF, que está sob análise da ministra Carmen Lúcia.

O pedido de diligências contra a cúpula da PF foi revelado no sábado pelo portal “Metrópoles” e seria motivado por suspeitas de interferência de diretores da PF na investigação sobre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Os alvos dessas diligências e o teor estão mantidos sob sigilo.

O caso deflagrou uma crise interna na atual gestão do diretor-geral Marcio Nunes de Oliveira. A avaliação entre integrantes do órgão é que foi uma tentativa do delegado Bruno Calandrini para se blindar da sindicância aberta após ele acusar que houve interferência na investigação do ex-ministro Milton Ribeiro.

Calandrini foi notificado para prestar depoimento sobre o caso, mas até agora não compareceu. Segundo interlocutores, há um receio do delegado que a sindicância seja usada para puni-lo pela atuação no caso.

O delegado Calandrini chegou a escrever, em mensagem a seus colegas, que houve interferência para impedir a transferência do ex-ministro para Brasília após sua prisão. Mas a direção da PF argumentou que não houve tempo nem disponibilidade de aeronave para realizar o deslocamento.

No pedido de busca e apreensão contra Aras e Guedes, Calandrini também havia pedido medidas contra o advogado do ministro, Ticiano Figueiredo.

O requerimento tinha como base a divulgação de um diálogo entre Aras e Ticiano no qual o advogado pedia que o procurador-geral intercedesse para suspender um depoimento de Guedes à PF em uma investigação sobre desvios no fundo de pensão dos Correios, o Postalis. Guedes havia sido citado em um depoimento. Barroso, entretanto, considerou que não havia elementos para autorizar a medida e arquivou o pedido.

Em seu pedido, o delegado escreveu que a atuação de Aras “trata-se de fato gravíssimo que tem capitulação penal nos crimes de prevaricação Artigo 319 e advocacia administrativa Artigo 321, ambos do Código Penal Brasileiro e crime de embaraço à investigação constante do parágrafo primeiro do Artigo 2o da Lei de Organização Criminosa, sem falar em desobediência aos preceitos éticos do membro do Ministério Público Federal”.

Barroso, porém, escreveu em sua decisão que os fatos descritos eram “insuficientes” para a caracterização de crime.

“As informações que embasam o pedido, ao menos até o momento, restringem-se à existência de suposta mensagem por meio da qual advogado pede reunião com Procurador-Geral da República para tratar de possível dispensa do comparecimento de seu cliente a depoimento em inquérito no qual não é investigado. Essa circunstância, por si só, não revela indícios robustos de prática delitiva pelos envolvidos, considerando que o atendimento a advogados, no interesse de seus representados, é praxe tanto na sede do Ministério Público Federal quanto nas delegacias de polícia”, afirmou.

Os pedidos provocaram descontentamento na PF. Os delegados que integram a atual gestão avaliam que havia poucos elementos para justificar as medidas. Calandrini não consultou seus superiores ao apresentar os pedidos e os protocolou diretamente no STF.

Procurada, a PF não comentou. A assessoria de Aras afirmou que não iria se manifestar porque o caso já havia sido arquivado.

O advogado Ticiano Figueiredo, que defende o ministro Paulo Guedes, afirmou em nota: “Se isso for verdade mesmo, esse é um ato que se revela autoritário, odioso e destoa do trabalho relevante dos delegados da Polícia Federal. Causa perplexidade, já que exercer, de forma plena, o direito de defesa dos clientes, é um dos pilares do Estado Democrático de Direito e não pode, jamais, ser criminalizado por quem quer que seja”.

Também procurado, Calandrini não respondeu aos contatos da reportagem.

Mais recente Próxima
Mais do Globo

Para enfrentar um problema altamente complexo, é preciso unir forças e não pulverizar sua solução

Um projeto para reconstruir os hospitais federais no Rio

É muito provável que os brasileiros de baixa renda percebam a diferença (para menos) nos gastos com produtos e serviços essenciais

Reforma tributária deve trazer alívio para os mais pobres

Veja o horóscopo do dia 26/04 panos de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixra os siges

Horóscopo de hoje: veja previsão para seu signo no dia 26/04

Nomes do cantor e da atriz ficaram entre os mais comentados nas redes sociais após viralizar uma foto em que os dois aparecem juntinhos

Lista de famosas com quem João Guilherme já se envolveu impressiona web em meio a 'romance' do cantor com Bruna Marquezine

Imóvel, avaliado em cerca de R$ 59,3 milhões, foi comprado em 2022 e tem 5 quartos, 7 banheiros, home theater, academia e sala de jogos

Gisele saía de vistoria de sua mansão em obras, em Miami, quando foi parada pela polícia; veja fotos do imóvel antes da reforma

Organização anunciou nesta quinta-feira (25) algumas atrações para o dia 15 de setembro

Rock in Rio 2024: veja line-up do festival por data e qual dia ainda falta para fechar a programação

Mais de 10% da área ocupada pela atividade fica dentro de terras indígenas, uma situação ilegal que vem crescendo nos últimos anos, indica nota técnica do Ipam

Com disparada nas gestões de Temer e de Bolsonaro, Amazônia chegou a 80 mil pontos de garimpo em 2022, aponta estudo

Especialistas avaliam que até 2026, novo imposto trazido pela Reforma Tributária não deve ter efeito nos preços. Automóveis e comerciais leves considerados sustentáveis terão alíquota zero

Anfavea diz que 'Imposto do Pecado' sobre automóveis vai atrasar renovação da frota

Inquilino não paga IR, mas deve informar os valores à Receita. Dono do imóvel precisa declarar a quantia recebida e preencher Carnê-Leão se montante passar do teto de isenção

Como declarar aluguel no Imposto de Renda 2024