Por Jornal Hoje


Refugiados buscam novas oportunidades no Brasil

Refugiados buscam novas oportunidades no Brasil

Desemprego, inflação, desabastecimento e miséria fazem parte do cenário que levou à fuga dezenas de milhares de refugiados para o Brasil em busca de uma nova vida. O Jornal Hoje conversou com pessoas que deixaram seus países sobre os desafios vividos no processo de mudança.

Uma pesquisa da ONG "Estou Refugiado" mostra que problema econômico é o principal motivo de saída entre os estrangeiros que buscam refúgio no Brasil. Perseguição política e guerras vêm em seguida.

Quando o venezuelano Josué Gabriel Ribas Santelle chegou ao Brasil, há quase um ano, ele conta que teve a impressão de estar no paraíso. “Quando cheguei, entrei em um supermercado tinha todo o tipo de comida, seis marcas de leite”, disse o engenheiro.

Yameles Alejandra e Josué- refugiados venezuelanos — Foto: JH/ TV Globo

Alejandra, esposa do Josué, veio pouco tempo depois que ele, e está aqui há seis meses. E não demorou muito para o casal se deparar com a maior dificuldade dos refugiados que vêm para o Brasil: encontrar emprego. E mais da metade têm ensino superior.

Segundo Luciana Capobianco, presidente da ONG Estou Refugiado, “primeiro emprego muitas vezes na maioria das vezes, é um emprego que não condiz com a sua formação".

Foi em meio às cenas de desespero, após a tomado do poder pelo Talibã no Afeganistão, em 2021, que a fotógrafa Mahboba conseguiu fugir para o Brasil. Ela já tem trabalho por aqui. agora, está se adaptando à nossa cultura, que e bem diferente da dela.

“No Afeganistão, quando a gente se cumprimenta diz apenas ‘olá’ e dá um aperto de mãos. Mas no Brasil todo mundo se abraça. É difícil para mim porque sou muçulmana. Eu falo ‘desculpa’. Mas acho que algumas pessoas ficam tristes”. Mahboba Rezayy, fotógrafa.

Mahboba Rezayy- Fotógrafa afegã — Foto: JH/ TV Globo

O idioma é a principal barreira para o ingresso dos refugiados no mercado de trabalho.

A maior parte dos refugiados considera o Brasil um país acolhedor. Mas esse mesmo Brasil também discrimina. Quase metade dos entrevistados disse já ter sido vítima de preconceito. Segundo o padre Paolo Parise, “relatam experiências de preconceito religioso, racial”.

“O caminho para uma melhor convivência pode ser recuperar a história do Brasil, que é um país formato por migrantes por refugiados”, Padre Paolo Parise.

Padre Paolo Parise — Foto: TV Globo

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