Finanças
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Por Mariana Ribeiro e Larissa Garcia, Valor — São Paulo e Brasília


Dois anos após liberar as transferências entre pessoas por meio do WhatsApp, o Banco Central (BC) autorizou os pagamentos de pessoas para lojistas (P2M) por meio do aplicativo. A expectativa do mercado é que a função entre em funcionamento em abril e alavanque não só as transações comerciais por meio do aplicativo, mas as próprias transferências entre pessoas físicas, que nunca decolaram diante da forte concorrência do Pix.

Com a medida, será possível pagar pela compra de um produto ou serviço por meio do WhatsApp, serviço de mensageria da Meta, dona do Facebook.

O BC informou na noite de quinta-feira (2) que decidiu pela “cessação completa das medidas coercitivas” aplicadas à Mastercard e à Visa para pagamentos pelo Whatsapp (Facebook Pay). Na prática, assim, a autoridade monetária concluiu a última etapa para que os clientes das bandeiras realizem compras pelo aplicativo de conversas.

“Dessa forma, não há mais impedimentos regulatórios para a realização de transações de compra com cartão de crédito, de débito e pré-pago por meio do WhatsApp (P2M). Essa nova funcionalidade se junta à realização de transferências de recursos entre usuários desse aplicativo, autorizada em março de 2021 (P2P)”, disse o BC em nota.

O chefe do aplicativo de mensagens na América Latina, Guilherme Horn, comemorou a liberação em suas redes sociais. “Hoje é um dia feliz aqui pra nós: recebemos com satisfação a notícia da autorização para o lançamento de nosso serviço de pagamentos de pessoas para pequenas e médias empresas pelo Banco Central.”

De acordo com ele, as empresas estão finalizando os testes conduzidos com as credenciadoras parceiras — Cielo, Fiserv, Getnet, Mercado Pago e Rede — e “em breve” os usuários do WhatsApp “poderão pagar por produtos e serviços diretamente em uma conversa com cartões de débito e crédito Mastercard e Visa”.

Horn frisou que a empresa construiu uma plataforma aberta “com a participação de vários adquirentes brasileiros para assegurar o acesso do maior número possível de empresas e pessoas ao serviço”. Essa era uma demanda do BC para a liberação do serviço. Quando a função de transferências entre pessoas entrou em funcionamento, o WhatsApp havia fechado uma parceria com a Cielo. Ficou estabelecido, no entanto, que função P2M deveria ter início já com concorrentes operando.

“Isso é importante porque acreditamos que o pagamento de pessoas para empresas via WhatsApp terá um grande impacto para todos, trazendo facilidade e simplicidade para os usuários ao mesmo tempo em que ajudará as pequenas e médias empresas a aumentarem suas vendas”, acrescentou. O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, disse estar “animado” para lançar o produto em breve.

Entre os emissores de cartões que vão oferecer a solução, estão nomes como Itaú, Santander, Nubank, Inter e BTG Pactual, apurou o Valor. Outros devem se juntar ao projeto com o tempo.

Presidente da Mastercard Brasil, Marcelo Tangioni afirmou e que, do ponto de vista técnico, os pagamentos estão prontos para rodar e neste mês deve ser conduzido um trabalho comercial e de comunicação com os participantes. Para ele, o novo produto deve impulsionar também as transferências entre pessoas por meio do aplicativo. “É uma excelente notícia para o consumidor e para o país, mais uma opção, mais uma inovação para pagamento eletrônicos”, disse ao Valor.

Segundo ele, a solução traz vantagens como segurança, boa experiência de uso e é promissora também pelo fato de que o WhatsApp já está inserido no dia a dia da população. “Não é possível dar metas, mas nossa ambição é muito grande, estamos superentusiasmados.”

A Visa disse, em nota, que recebeu “com entusiasmo” a notícia do BC. “A Visa acredita no potencial da solução como impulsionador da inclusão, da digitalização e do desenvolvimento de milhares de micro, pequenas e médias empresas brasileiras e está trabalhando no lançamento do serviço junto com a Meta e credenciadores participantes.”

A Febraban afirmou que a entidade e o setor bancário veem “com naturalidade a entrada em operação de novas opções de pagamento”, que estão “em linha” com a visão “de que competição é a melhor ferramenta para estimular inovação, aumentar os benefícios ao usuário e reduzir custos para a sociedade”.

“Os bancos, em permanente colaboração com o regulador, estimulam a competição em todos os níveis e acreditam que, no âmbito dos meios de pagamento, não será diferente, trazendo benefícios no curto prazo aos clientes. Ressaltamos a importância de que as regulamentações sejam iguais para todos os participantes do sistema financeiro, criando condições homogêneas tanto aos bancos já estabelecidos quanto aos novos competidores que estejam entrando no mercado”, disse a Febraban.

Em nota, o BC destacou que, mesmo após a implementação do Facebook Pay, a adesão de novas instituições interessadas (credenciadores ou emissores) em participar da nova ferramenta vai permanecer aberta. “Além disso, em respeito aos princípios regulatórios relacionados aos aspectos concorrenciais e de não discriminação, o BC determinou que o início das transações de pagamento em produção por meio do aplicativo WhatsApp deve ser comunicado pelos instituidores a todos os participantes de seus arranjos de pagamento com antecedência mínima de 30 dias.”

No fim do ano passado, o BC havia concedido autorização de alteração nos regulamentos dos arranjos de pagamento instituídos pela Visa e pela Mastercard, visando a implementação dos pagamentos P2M via WhatsApp. A autoridade havia destacado que o programa de compras por meio do aplicativo continuava “sobrestado até que outros requisitos regulatórios aplicáveis, especialmente aqueles relacionados a aspectos concorrenciais e não discriminatórios, tenham seu cumprimento comprovado pelas instituições envolvidas em sua implementação”.

 — Foto: Pixabay
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