Política
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Por Paolla Serra e Thiago Bronzatto — Brasilia

A Polícia Federal realiza uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em um condomínio de Brasília, no bairro do Jardim Botânico. O ex-presidente estava na residência no momento das buscas. O seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa foi preso na mesma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro foi intimado para prestar depoimento ainda nesta quarta-feira.

De acordo com os indícios coletados pela PF, a suposta falsificação do certificado de vacinação tinha como objetivo viabilizar a entrada nos Estados Unidos de Bolsonaro, de seus familiares, de assessores, além de parentes desses auxiliares, driblando as exigências da imunização obrigatória. Procurados, advogados do ex-presidente não se manifestaram sobre o caso.

Polícia Federal faz busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília — Foto: Cristiano Mariz / O Globo
Polícia Federal faz busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília — Foto: Cristiano Mariz / O Globo

Além de Cid, a operação prendeu mais cinco outras pessoas: o secretário municipal do Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, o policial militar que atuou na segurança presidencial, Max Guilherme, o militar do Exército e também segurança pessoal de Bolsonaro, Sérgio Cordeiro, o sargento do Exército Luis Marcos dos Reis e o candidato a deputado estadual Ailton Barros (PL).

Segundo a PF, o objetivo do grupo seria "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas" e "sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".

PF faz busca na casa de Bolsonaro

PF faz busca na casa de Bolsonaro

O que a PF investiga na Operação Venire:

  • A investigação apura suspeitas de fraude em dados do certificado de vacinação de Bolsonaro e de parentes, como de sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos, e de sua mulher, Michelle Bolsonaro;
  • A PF também mira nas informações lançadas no sistema sobre vacinação de familiares de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • As suspeitas são de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores;
  • As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tinha como objetivo viabilizar a entrada nos Estados Unidos de Bolsonaro, de seus familiares, de assessores, além de parentes desses auxiliares;

Os agentes cumprem 17 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro, além de análise do material apreendido durante as buscas e realização de oitivas de pessoas que detenham informações a respeito dos fatos.

De acordo com a colunista Bela Megale, o ex-presidente teve seu celular apreendido. A PF desistiu de apreender o celular de Michelle pois, segundo investigadores, os policiais consideraram que não seria necessário apreendê-lo. O aparelho de Bolsonaro foi levado. De acordo com o colunista Lauro Jardim, Bolsonaro acabou fornecendo a senha do seu celular aos agentes.

A Controladoria-Geral da União (CGU) vinha apurando a possibilidade de inserção de dados falsos no cartão de vacinação de Bolsonaro. Há suspeitas de que dados da familiares também foram fraudados.

Ao longo de sua gestão, Bolsonaro se recusou a informar se tomou a vacina contra a Covid-19. Questionado por meio de Lei de Acesso à Informação, o governo impôs um sigilo de até cem anos aos dados sob a justificativa que isso se referia à vida privada do então presidente.

Após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse, a CGU passou a revisar alguns casos de sigilo de cem anos imposto sob Bolsonaro. No caso dos dados de vacinação, contudo, o órgão de controle abriu uma investigação para apurar se houve fraude.

Investigação da CGU

Em janeiro deste ano, um grupo de hackers divulgou um cartão de vacinação que supostamente seria de Bolsonaro. Nele constava o registro de uma dose da vacina contra a Covid-19, que teria sido aplicada em uma unidade de saúde em São Paulo, com data de 19 de julho de 2021.

"Importante salientar que foi um pedido de LAI para acesso ao cartão de vacina do ex-presidente que desencadeou esse processo. Estamos aguardando a finalização da nossa investigação para poder informar os resultados, e liberar o acesso ao cartão de vacinação (essa decisão de recurso já foi tomada, mas condicionamos a entrega à finalização do IPS)", diz a CGU, em nota.

O cartão de vacinação, no entanto, já era alvo de uma investigação da Controladoria-Geral da União para apurar a possibilidade de informações falsas no documento. A ação foi aberta durante a gestão do ex-ministro da CGU Wagner Rosário, próximo ao fim do antigo governo.

Como o GLOBO mostrou, as informações são apontadas como falsas pela administração anterior, tendo em vista que nesse dia Bolsonaro se encontrava em Brasília.

Ainda segundo relatos feitos à reportagem, foi constatado a ocorrência de outras tentativas de inserção de dados no cartão. A investigação apura se isso ocorreu por ação de um hacker ou de um servidor público, e ainda não foi concluída. A base de dados do cartão de vacinação é de responsabilidade do Ministério da Saúde.

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