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Por Valor, Valor — São Paulo


Política / Presidente da República Jair Bolsonaro e Milton Ribeiro — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Política / Presidente da República Jair Bolsonaro e Milton Ribeiro — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro autorizou dois pastores evangélicos negociarem, em troca de propina, contratos de obras federais de escolas. O dinheiro do acordo, de R$ 5 milhões, seria escondido na roda de uma caminhonete, segundo relatou um empresário do setor da construção civil ao jornal "O Estado de S. Paulo".

O empresário Ailson Souto da Trindade relatou à publicação que a propina seria levada de Belém (PA) a Goiânia (GO), onde fica a sede da igreja dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

Santos e Moura são os pastores que, também segundo revelou o "Estado", em março, comandavam um tipo de gabinete paralelo no Ministério da Educação durante a gestão de Milton Ribeiro, mesmo sem ocuparem cargos oficiais na pasta. Prefeitos disseram à época receber cobrança de propina para que os pastores agilizassem a liberação de recursos federais.

Em uma gravação obtida pelo jornal "Folha de S.Paulo", Ribeiro dizia que pedidos negociados pelos pastores tinham prioridade, em atendimento a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro. As suspeitas levaram à saída de Ribeiro do MEC. O ex-ministro negava ter envolvimento com irregularidades e o caso motivou a abertura de inquérito, que tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a reportagem desta quinta-feira publicada pelo "Estado", o empresário que relata a propina escondida num pneu é a 12ª pessoa a detalhar o esquema de corrupção no MEC.

“Funcionou assim: o ministro fez uma reunião com todos os prefeitos (no prédio do MEC, dia 13 de janeiro de 2021). Depois houve o coquetel, num andar mais acima. Lá, a gente conversou, teve essa conversa com o ministro. Eu não sabia nem quem era o ministro. Ele se apresentou: ‘Eu sou Milton, o ministro da Educação, e o Gilmar já me passou o que ele propôs para você e eu preciso colocar a tua empresa para ganhar licitações, para facilitar as licitações. Em troca você ajuda a igreja. O pastor Gilmar vai conversar com você em relação a tudo isso’, disse o empresário à publicação.

Trindade atualmente é candidato a deputado federal pelo Pará e responde a crime de estelionato. As datas dos encontros que ele diz ter participado coincidem com registros oficiais do MEC da agenda de Milton Ribeiro.

A reportagem teve acesso a uma proposta de contrato, fictício, entre a empresa dele e a igreja dos pastores por meio do qual a propina seria disfarçada. "'A gente faz um contrato, entendeu? Faz o contrato com a empresa, a igreja contrata a tua empresa e eu consigo articular para tua empresa fazer as obras do governo federal’”, teria ouvido o empresário.

Ainda de acordo com a versão dele, os R$ 5 milhões eram referentes à primeira parcela do acordo. "Eles queriam que eu colocasse no pneu de uma caminhonete e mandasse para lá. Eu disse: ‘não, gente, vamos fazer em conta porque como é que eu vou saber... se não der certo, como vou provar que eu paguei?’ Aí eu fiquei com medo desse tipo de negociata. Daí queriam R$ 5 milhões logo e depois de 15 dias queriam mais R$ 50 milhões", afirmou.

À reportagem, Souto disse que resolveu relatar os pedidos de propina em razão de intimidações e ameaças de ex-aliados. Ele não relatou nomes.

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