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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) segue apertando o cerco e revelando mais camadas do esquema de manipulação de resultados em partidas de futebol no país, investigado pela Operação Penalidade Máxima II. Foram denunciadas até agora 16 pessoas por fraudes em 13 jogos: oito da Série A e uma da Série B do Brasileirão do ano passado e quatro de Estaduais deste ano.

Na denúncia encaminhada ao Poder Judiciário, com mais de 100 páginas e prints de conversas e transcrições de áudios entre os denunciados, obtidos por meio de autorização judicial, são esmiuçados 23 fatos, com os jogadores cooptados se comprometendo a receber cartões e cometer pênaltis para beneficiar um esquema de apostas.

Outros jogadores, ainda não investigados pelo MP-GO, têm seus nomes envolvidos em conversas com os apostadores, como o volante Richard, ex-Ceará e atualmente no Cruzeiro, e o lateral-direito Nino Paraíba, que também era do Ceará e hoje defende o América-MG. De acordo com prints das mensagens trocadas, Richard teria recebido um depósito de R$ 40 mil para ser punido com um cartão amarelo na partida entre Ceará e Cuiabá, que terminou empatada em 1 a 1 pelo Brasileirão do ano passado. Na troca de mensagens, o volante revela que chegou a ser procurado por outros apostadores.

“Não fecho com ninguém a não ser você, sou papo reto, bagulho não é brincadeira”, escreveu o jogador, que posteriormente recebeu um comprovante do depósito com o valor.

Já Nino Paraíba teve conversas vazadas com apostadores, que pediam para que ele recebesse cartão amarelo na mesma partida.

“Qual foi a vez que eu fiz e não tomei?”, escreveu o lateral-direito, que posteriormente começou a cobrar o pagamento a ser feito.

O Ceará e o América-MG afirmam que não foram notificados pela Justiça sobre a questão, mas estão à disposição das autoridades. O Cruzeiro diz que vai se pronunciar após analisar o caso.

Outro trecho mostra o volante Fernando Neto, então no Operário-PR e hoje no São Bernardo, tentando aliciar, sem sucesso, o zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos.

Outros jogadores também tiveram os nomes citados pelo grupo de apostadores, mas sem conversas diretas entre as partes. Em um grupo dos integrantes da quadrilha, um áudio indica que o meia Matheusinho, do América-MG, receberia R$ 20 mil de sinal. Não fica claro, no entanto, qual aposta foi feita.

Já Dadá Belmonte, agora no América-MG, aparece na mesma aposta que expôs Eduardo Bauermann, no Santos. Na ocasião, ele defendia o Goiás e havia a expectativa de que ele fosse expulso na partida contra o Fluminense, o que foi feito.

O zagueiro Vitor Mendes, do Atlético-MG e emprestado ao Fluminense, também é citado pelo MP, mas não foi denunciado. No ano passado ele defendia o Juventude. Na denúncia, há fotos de Gabriel Tota e Paulo Miranda, do Juventude, realizando conversa de vídeo com Bruno Lopez, apontado como chefe, no vestiário do clube gaúcho.

Nesta terça-feira, o Santos afastou Eduardo Bauermann do elenco. Segundo o MP-GO, o zagueiro recebeu R$ 50 mil para levar um cartão amarelo no empate do clube santista com o Avaí, pelo Brasileirão do ano passado. Ele não foi advertido com o cartão e, cobrado pela quadrilha de apostadores, aceitou ser expulso na partida seguinte, contra o Botafogo. Porém, acabou levando o vermelho apenas após o fim da partida, o que não valia para as apostas, e foi ameaçado pelos apostadores.

Em troca de mensagens obtidas pelo MP-GO, um dos integrantes da quadrilha diz que “esse moleque merece morrer”. O jogador foi pressionado para devolver o dinheiro dado como sinal e o equivalente ao que seria o ganho do grupo, em torno de R$ 800 mil. Ele chegou a cogitar fazer um empréstimo para pagar e ofereceu parte dos direitos como atleta.

O lateral Moraes Júnior, do Atlético-GO, admitiu ao MP-GO que participou do esquema. Ele assinou um acordo de não-persecução penal e não será denunciado, ajudando como testemunha.

Os clubes cujos jogadores participaram do esquema para influenciar em apostas podem processar esses atletas e pleitear indenização. Segundo o advogado Maurício Corrêa da Veiga, além das consequências criminais, desportivas e trabalhistas, há as regras gerais de responsabilidade civil, que dizem que aquele que causa prejuízo a outro é obrigado a indenizá-lo:

— Se o atleta deliberadamente altera o resultado, o clube é prejudicado. A imagem do clube é o seu principal ativo.

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