Eleições 2022
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Por Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro, Valor — Brasília


O PL do presidente Jair Bolsonaro e o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentaram sua presença na Câmara dos Deputados nesta eleição, mas continuarão dependentes do Centrão para governar. O PL elegeu 99 deputados. O PT, com a federação formada com PCdoB e PV, fez 80 cadeiras. União, PP, MDB, PSD e Republicanos, os cinco partidos com mais peso no centro e centro-direita e com tradição de apoio aos governos, elegeram 231 votos, 45% do total.

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A nova Câmara que emergiu das urnas não é tão nova assim. A renovação teve a menor taxa desde a redemocratização e apenas 44% das vagas será exercida por alguém que já não ocupa o cargo na atual legislatura (mesmo índice das eleições de 1998 e 2010). E os 230 novos ou que retornam ao mandato não significam uma mudança substancial. Parte deles é ligada a atuais parlamentares, como Roberta Roma (PL), esposa do deputado João Roma (PL), que concorreu ao governo da Bahia, e Dayany do Capitão (União-CE), casada com o deputado Capitão Wagner (União), que ficou em segundo na disputa pelo governo do Ceará.

A quantidade de mulheres subiu levemente e passará de 15% para 18% da nova composição da Câmara. A partir de fevereiro, serão 91 deputadas. O número de negros eleitos aumentou de 21 para 27 e o de pardos, de 102 para apenas 107. O dado é autodeclaratório e já apresentou inconsistências em anos anteriores.

As bancadas de PL e PT, os dois principais partidos da polarização, cresceram. A legenda de Bolsonaro saiu de 77 para 99 deputados. Os petistas subiram de 56 para 68 — e junto com PCdoB e PV chega a 80 congressistas.

A esquerda manteve-se num patamar próximo de vagas do que já tinha. Após a janela partidária de março, em que foi possível aos parlamentares trocarem de partido para concorrerem na eleição, os sete partidos de esquerda ficaram com 120 deputados. A partir de fevereiro de 2023, serão 125.

O PDT de Ciro Gomes, que acabou em terceiro na disputa presidencial, encolheu dos atuais 19 federais para 17, uma redução não tão grande, mas bem menor do que os 30 eleitos em 2018. O PSB teve resultado pior. Elegeu 32 há quatro anos, ficou com 23 deputados após a janela para troca de partido e agora terá 14 (dos quais cinco em Pernambuco). Já o Psol cresceu de 8 para 12.

No Centrão, o União Brasil é o maior partido, com 59 deputados. A sigla é alinhada à direita, fruto da fusão entre DEM e PSL, mas há parlamentares mais fisiológicos e outros ligados ao petismo, principalmente no Nordeste. O presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE), se reelegeu e sonha em presidir a Câmara dos Deputados, já tendo feito acenos a Lula nesse sentido.

O PP do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), será o quarto maior partido, com 47. A sigla iniciou conversas para uma fusão com o União Brasil, o que elegeria a maior bancada da Câmara para a próxima legislatura, com 106 parlamentares, mas as tratativas iniciadas na semana passada não devem avançar antes do desfecho do segundo turno. A possibilidade de estarem em lados opostos entre Lula e Bolsonaro também pode azedar a união.

O MDB, que nesta eleição se aliou ao PSDB para lançar Simone Tebet (MDB-MS) candidata à Presidência, cresceu. Dos 34 deputados federais eleitos em 2018, seu pior resultado na histórica, os emedebistas elegeram 42 nesta eleição. O PSD de Gilberto Kassab terá também 42 votos na Câmara e o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal, 41.

Quem encolheu substancialmente foi o PSDB. A sigla há poucos anos tinha mais de 50 deputados caiu para 29 eleitos em 2018 e agora apenas 13. Entre os eleitos estão os ex-governadores Aécio Neves (MG) e Beto Richa (PR). Figuras históricas, como José Serra (PSDB), foram derrotadas e o PSDB só elegeu três deputados federais por São Paulo. Os tucanos estão federados com o Cidadania, que fez cinco parlamentares.

O Novo também perdeu força. Após um bom resultado em 2018, com a vitória de oito deputados federais em sua primeira eleição, a sigla agora elegeu apenas três (todos reeleitos).

Marcelo Ramos (PSD), uma das apostas dos petistas para enfrentar Lira pela presidência da Câmara, não foi reeleito pelo Amazonas.

 — Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
— Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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