Muitos especialistas em recursos humanos são assertivos ao atribuírem o quadro de colaboradores de uma indústria ou empresa como o maior patrimônio do estabelecimento.

Na prática, trata-se da aplicação de uma política de valorização humana que se adequa ao eixo ‘social’, no conceito ESG, cada vez mais difundido pelas empresas no mundo empresarial.

Como instituição classista, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) tem se notabilizado neste tema, ao estimular seus quarenta sindicatos e respectivas indústrias a se adequarem ao modelo de desenvolvimento que alia sustentabilidade e crescimento econômico.

Em um movimento natural, o posicionamento da FIEC se estende às suas casas, entre eles, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Ceará), que tem a missão de promover a capacitação técnica dos colaboradores das indústrias e empresas, para que possam conquistar uma posição de maior destaque no mercado de trabalho.

Uma das parcerias firmadas pelo SENAI Ceará foi com a Grendene, a maior indústria do segmento calçadista do Estado, e uma referência do setor no país.

A fábrica, que fica em Sobral, terminou julho com uma notícia expressiva para os jovens que sonham com o primeiro emprego. 72% dos aprendizes foram contratados e, com isso, passam a ter direito a todos os benefícios trabalhistas e previdenciários conferidos pela lei.

Em números, a missão de recrutar os jovens coube a três gerentes que efetivaram 94 dos 130 candidatos. É um número que tem a marca do SENAI Ceará e a sensibilidade dos executivos da Grendene ao constatarem o potencial oferecido por cada novo colaborador.

A gerente de Recursos Humanos da Grendene, Ana Lívia Pongitori Gifoni, enaltece a parceria. “O Programa Jovem Aprendiz da Grendene é uma oportunidade de aproximar os estudantes do mercado de trabalho. Na Grendene, temos uma parceria muito estreita com o SENAI Ceará, o que permite que os itinerários curriculares sejam bastante customizados e próximos da realidade. Dessa forma, os jovens alcançam uma aceleração no seu amadurecimento profissional e empregabilidade. Esses são os principais benefícios. A quantidade de jovens efetivados pela Grendene após o término do programa é sempre bem expressiva e isso retorna em benefício direto para os jovens, suas famílias e comunidade em geral”, disse.

“Esses resultados são reflexos positivos da parceria construída e consolidada entre o SENAI Ceará e a Grendene. Através dela, pelo Programa de Aprendizagem Industrial do SENAI Ceará, podemos desenvolver ao longo dos anos uma formação assertiva para o jovem de hoje, alcançando as expectativas de mercado para o profissional do amanhã”, reforça a analista de processos educacionais do SENAI Ceará, Soraya Vasconcelos.

Mas, afinal, quais qualidades os jovens precisam apresentar para convencer os executivos de que têm condições de entrar em programas de aprendizagem de empresas como a Grendene?

Com experiência na função, a Gerente de Recursos Humanos da indústria, Ana Lívia Pongitori Gifoni, apresenta as diretrizes. “As principais características que os jovens precisam ter para se destacar na Grendene passam pela adesão aos nossos valores: valorizamos pessoas com facilidade de aprendizado e colaboração, protagonismo, simplicidade e integridade. Pessoas que tenham curiosidade, desejo de aprender e melhorar sempre, que se comprometem verdadeiramente com aquilo que estão aprendendo e que ajudem os outros a aprender também”, conta.

As observações foram constatadas na avaliação da Antônia, jovem de 20 anos, moradora de Cacimbinha, zona rural da cidade de Massapê, a 20 quilômetros de Sobral. “Entrei na Grendene como jovem aprendiz em 2022 e, neste mês de julho, fui promovida à ajudante de produção. Recordo que, no início, tive alguns desafios, como conciliar os estudos com o trabalho, o deslocamento entre o trabalho, casa e faculdade, pois sou acadêmica de Engenharia de Produção, e aprender as novas atividades no setor. Foi com apoio da minha gestão e dos meus colegas de trabalho que consegui enfrentar esses desafios”, conta.