ESG
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Por Lucia Helena de Camargo — Para Prática ESG, de São Paulo


A Campari, gigante do mercado de bebidas com mais de 50 marcas no portfólio, acaba de receber a Certificação Lixo Zero. O selo é concedido pelo Instituto Lixo Zero Brasil, validado no país pela organização Zero Waste International Alliance (Aliança Internacional Lixo Zero). Com operação fabril no município de Suape (PE), a indústria provou ter atingido o índice de 98,5% de resíduos descartados corretamente.

A correta gestão de resíduos, de pelo menos 90% do volume gerado, e integração a programas de economia circular, são os requisitos básicos para obter a certificação. Segundo Mateus Peçanha, diretor da organização Lixo Zero, a metodologia respeita duas etapas: a primeira verifica a quantidade de resíduos que a indústria desvia de aterros e da incineração (mais nocivos e poluentes), e encaminha para a reciclagem, compostagem e reúso. E o segundo critério observa as boas práticas como um todo.

“Olhamos as ações da empresa que têm como objetivo atingir o lixo zero e manter o processo funcionando: redesenho dos processos, governança, treinamento, relatórios com dados, iniciativas de logística reversa e outras frentes”, afirma.

Não basta só atestar boas práticas próprias. A empresa que deseja ser certificada precisa envolver clientes, colaboradores, parceiros, fornecedores, investidores e outros agentes da cadeia produtiva, provando que todos os elos garantem a excelência e o cuidado com a destinação dos resíduos.

A Campari possui 22 fábricas no mundo e emprega 4 mil colaboradores, sendo 180 no Brasil. A empresa melhorou suas práticas por meio da parceria com a Co.circular, instituto que treina e desenvolve as empresas, preparando e adequando as práticas cotidianas à agenda ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês). A consultoria procura equacionar as operações de maneira que a empresa passe a gerar menos lixo e menos emissões de gases que provocam o efeito estufa, somando ações que produzem impactos sociais e econômicos positivos.

“A Campari é a única indústria de Pernambuco e primeira empresa de destilados a receber a Certificação Lixo Zero”, diz Gustavo Rela Bruno, diretor-geral da Campari Brasil.

O executivo diz que para obter a certificação a empresa começou a fazer treinamentos mais intensos no início de 2021, primeiramente com os manipuladores de resíduos, cujo trabalho perpassa toda a operação, depois nos refeitórios e abrangendo todas as áreas.

“Em paralelo, implementamos um plano de comunicação que envolveu todos os colaboradores, focando na gestão de resíduos de cada área”, afirma Rela Bruno. No ambiente da operação, foi intensificada a comunicação visual por meio de cartazes, avisos e painéis, e foi multiplicado o número de coletores de recicláveis instalados no chão de fábrica.

Segundo o diretor, o índice de reciclagem ou compostagem corretas na Campari já era em torno de 95%, há três anos. Mas a busca pela certificação impulsionou a empresa a ir além.

A companhia diz não ter os cálculos dos investimentos feitos nas ações específicas que tiveram como meta a obtenção da certificação, uma vez que foram parte de “políticas de atendimento aos requisitos legais relacionados à gestão de resíduos.”

A Certificação Lixo Zero, de acordo com Rela Bruno, trará ganhos à empresa em diversas instâncias. “Hoje, somos mais sustentáveis e promovemos o engajamento e a mudança de hábitos de todo o time”, diz. “E existem também as vantagens financeiras, uma vez que a prática do controle de resíduos nos traz ganhos de melhorias contínuas nos processos, e alinhamento com a estratégia global do Campari Group, satisfazendo um desejo dos acionistas.”

A certificação tem validade de um ano. Depois disso, novas verificações serão feitas, se a empresa tiver intenção de manter o selo.

Em relação ao uso de energia eólica e solar na sua operação, o próximo passo da Campari rumo à economia verde, segundo Rela Bruno, é a obtenção da certificação “Green Energy”. Os processos já foram iniciados. “Queremos nos tornar 100% sustentáveis em termos de energia.”

O advogado ambiental Fabrício Soller, especializado em direito de resíduos e consultor do Banco Mundial nessa área, afirma que a Certificação Lixo Zero pode beneficiar a empresa e a sociedade. “A seriedade da auditoria atesta que elas [empresas] não estão interessadas apenas no marketing ou no ‘greenwashing’ [lavagem verde - falsos discursos ambientalmente responsáveis]”, diz Soller.

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