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Por O GLOBO — Rio de Janeiro


Equipe do Hospital Getúlio Vargas retira da caçamba de um carro o corpo de homem morto durante a ação policial na Penha  — Foto: Reprodução
Equipe do Hospital Getúlio Vargas retira da caçamba de um carro o corpo de homem morto durante a ação policial na Penha — Foto: Reprodução

Subiu para 26 o número de mortos na operação na Vila Cruzeiro, na Penha, realizada entre a madrugada e a tarde de terça-feira (24). Um paciente que estava internado no Hospital estadual Getúlio Vargas, também no bairro, morreu na madrugada desta quinta-feira (25). De acordo com a direção da unidade, “desse total, 21 já chegaram mortas e três evoluíram a óbito após atendimento”. (Atualização: nesta quinta-feira (26), a Polícia Civil divulgou o número oficial de mortos na operação - 23 -, diferentemente do que havia sido divulgado pelas secretarias estadual e municipal de saúde).

Ainda de acordo com a direção da unidade médica, “três pacientes permanecem internados na unidade, sendo dois com quadro clínico estável e um em estado de saúde grave”. Nesta quarta-feira, o procurador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Rodrigo Mondego, afirmou que existe suspeita de tortura e execução durante a ação.

— Existe indícios de execuções, em algumas regiões. Indícios de que pelo menos uma pessoa foi torturada antes de ser morta, ontem (quarta). E existe indícios de mortos a facadas. Então, a gente está aguardando o desenrolar da perícia do IML para ver em que condições essas pessoas foram mortas —, afirmou Mondego.

Na manhã de ontem, representantes da OAB-RJ e Defensoria Pública do Rio estiveram na Serra da Misericórdia, onde ocorreram a maior parte dos confrontos.

— A gente veio aqui com moradores, lideranças. A gente está escutando o que eles têm a dizer. Eles vieram aqui nos mostrar a área onde tudo aconteceu e isso faz parte da nossa apuração para que a gente consiga prestar o melhor serviço para população, principalmente para as famílias afetadas —, informou o ouvidor-geral da Defensoria Pública, Guilherme Pimentel, após falar com quem vive na região.

Na terça-feira (24), a Polícia Militar do Rio e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagraram a operação na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, para prender chefes da maior facção criminosa do estado e suspeitos vindos de outros estados que estariam escondidos na região. De acordo com a PM, a operação estava sendo planejada havia meses, mas foi deflagrada de modo emergencial para impedir uma suposta migração para a comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio.

Durante a ação, mais de 20 pessoas morreram, entre elas está a manicure Grabrielle Ferreira da Cunha, de 41, que foi atingida a cerca de 300 metros da favela da Chatuba, vizinha à Vila Cruzeiro. A ação é considerada a segunda mais letal da história do Rio, atrás somente da ação no Jacarezinho, de maio de 2021, que resultou em 28 mortes.

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