Em resposta aos ataques ao sistema eleitoral feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) , a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) publicou, nesta sexta-feira, seu manifesto "Em defesa da Democracia e da Justiça" ao lado de mais de 100 entidades da sociedade civil . Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", o presidente da federação, Josué Gomes da Silva, afirmou que não há liberalismo sem democracia e que a sociedade deveria estar discutindo uma agenda para o país.
— É natural que a Fiesp assine um manifesto em defesa da democracia, já que não existe liberalismo, economia de mercado ou propriedade privada, valores tão caros à entidade e ao setor industrial, sem que exista segurança jurídica, cujo pilar essencial é a democracia e o Estado de Direito — afirmou.
Na carta, as entidades defendem o respeito ao voto popular nas eleições, a harmonia entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "que tem conduzido com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente".
— Não deveríamos estar discutindo, a esta altura do campeonato, a urna eletrônica, e sim uma agenda para o país, como fomentar o desenvolvimento. Não há como ignorarmos a insegurança criada pela contestação da confiabilidade do sistema eleitoral e do Judiciário — disse Josué.
O governo Bolsonaro em imagens 1 de 40
Pedro Guimarães, presidente da CEF, foi acusado de assédio sexual por 5 ex-funcionárias — Foto: Pablo Jacob 2 de 40
'Eu dirijo a nação para o lado que os senhores desejarem', diz Bolsonaro a pastores. Presidednte se encontra com lideranças evangélicas e chorou ao relembrar da facada na campanha de 2018 — Foto: Cristiano Mariz / Agência O Globo - 08/03/2022 Pular X de 40 Publicidade 3 de 40
Bolsonaro passeia de jet-ski com sua filha Laura no litoral de Santa Catarina, em dezembro de 2021. O presidente foi alvo de críticas por curtir dias de folga enquanto a tragédia das chuvas deixava mortos e desabrigados na Bahia — Foto: Dieter Gross / iShoot/Agência O Globo 4 de 40
Bolsonaro, em discurso em evento da Fiesp, em São Paulo, disse ter demitido a chefia do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Cultural Nacional (Iphan) depois que órgão embargou obra do empresário bolsonarista Luciano Hang — Foto: Reprodução Pular X de 40 Publicidade 5 de 40
Bolsonaro assinou no dia 2 de dezembro decreto que nomeia André Mendonça para o STF, tão prometido aceno à bancada religiosa com a indicação de um ministro 'terrivelmente evangélico'. Mendonça, ex-advogado-geral da União, também é pastor licendiado — Foto: Alan Santos / Agência O Globo 6 de 40
Bolsonaro, que se elegeu pregando distância do dito Centrão e contra o principal programa de transferência do país, o extinto Bolsa Família, se filia ao Partido Liberal (PL), sob slogan aluviso ao do PT — Foto: Divulgação Pular X de 40 Publicidade 7 de 40
Bolsonaro come pizza na calçada em Nova York, com ministros, em setembro: sem estar vacinado, presidente não poderia entrar em restaurantes da cidade — Foto: Reprodução 8 de 40
Momento em que Bolsonaro chega ao ato de 7 de Setmbro para discursar em palanque na Avenida Paulista: em discurso, presidente atacou ministros do STF e chamou Alexandre de Moraes de 'canalha' — Foto: Miguel Schincariol / AFP - 07/09/2021 Pular X de 40 Publicidade 9 de 40
Bolsonaro recebeu o comboio de blindados e outros veículos militares na rampa do Palácio do Planalto, acompanhado de comandantes militares e do ministro da Defesa, Braga Neto, além de ministros civis. Oposição e até aliados analisaram o desfile como tentativa de intimidação — Foto: Cristiano Mariz / Agência O Globo - 09/08/2021 10 de 40
Bolsonaro e Ciro Nogueira juntos durante a posse do novo ministro da Casa Civil. A pasta é considerada a mais importante do Executivo e concentra todas as nomeações da máquina pública. Caberá ao novo ministro azeitar a relação com o Congresso e tentar mitigar os danos provocados pela CPI da Covid no Senado — Foto: Adriano Machado / Reuters Pular X de 40 Publicidade 11 de 40
O servidor Luis Ricardo Miranda denunciou suspostas irregularidades envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin. A reação do governo Bolsonaro foi mandar PF e CGU investigarem servidor – ao invés de investigar a denúncia — Foto: Acervo pessoal 12 de 40
Manifestantes exibem cartazes representando o presidente brasileiro com a frase "A cepa Bolsonaro, perigo mundial", em frente à embaixada do Brasil em Buenos Aires, Argentina. Brasil ultrapassou a marca de 360 mil mortos pela Covid-19 — Foto: AGUSTIN MARCARIAN / REUTERS - 14/04/2021 Pular X de 40 Publicidade 13 de 40
Quarto ministro da Saúde do governo, o médico Marcelo Queiroga. Pressionado pelo centrão, depois da repercussão do discurso de Lula, após decisão de Fachin de anular condenações em Curitiba, Bolsonaro fez mais uma troca no comando da pasta em meio à crise da Covid-19 — Foto: EVARISTO SA / AFP - 15/03/2021 14 de 40
Depois de discursar ao lado de ministros em novo tom, usando máscara e a favor da vacina, o presidente Jair Bolsonaro apareceu em live, no dia seguinte, com um globo terrestre à mesa. O terraplanismo é uma das ideias difundidas pelo guru do presidente, Olavo de Carvalho — Foto: Reprodução - 11/03/2021 Pular X de 40 Publicidade 15 de 40
Quatro horas do discurso do ex-presidente Lula, após ter condenações anuladas pelo ministro do STF Edson Fachin, Bolsonaro e ministros que costumavam aparecer em público sem máscara, usam acessório de proteção durante cerimônia oficial para assinar leis para facilitar a aquisição de vacinas. O evento no Palácio do Planalto, que já estava programado, foi antecipado — Foto: UESLEI MARCELINO / Reuters - 10/03/2021 16 de 40
O general Eduardo Pazuello assumiu interinamente o Ministério da Saúde em 15 de maio de 2020, após o médico Nelson Teich, segundo a liderar a pasta durante a pandemia de Covid-19, pedir para sair pouco antes de completar um mês no cargo. Pazuello era secretário executivo do ministério da Saúde — Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo Pular X de 40 Publicidade 17 de 40
Para substituir o médico Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde, Jair Bolsonaro anunciou outro médico, Nelson Teich, que pediu demissão com menos de um mês no cargo. O motivo: Bolsonaro pressionou Teich para ampliar o uso de cloroquina — Foto: Jorge William / Agência O Globo - 16/04/2020 18 de 40
O então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, entrou em rota de colisão com o governo quando o presidente tentou interferir na Polícia Federal e acabou sendo demitido em abril de 2020, pouco depois do primeiro ministro da Saúde a deixar o cargo, Luiz Henrique Mandetta — Foto: Adriano Machado / Reuters Pular X de 40 Publicidade 19 de 40
Manifestantes participam de panelaço durante pronunciamento do presidente Jair Bolonaro na TV. A cena ser repete a cada pronunciamento em rede nacional durante a pandemia. A mudança de tom do negacionismo ao pró-vacina não mudou a reação da população — Foto: PILAR OLIVARES / REUTERS - 24/03/2019 20 de 40
A primeira entrevista coletiva de Jair Bolsonaro na pandemia foi marcada pelo tom negacionista. Reduziu o perigo da ciência, convocou apoiadores e incentivou aglomerações, indo contra o próprio Ministério da Saúde. — Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo - 18/03/2020 Pular X de 40 Publicidade 21 de 40
Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta seus apoiadores durante manifestação em Brasília. Ele deveria estar em isolamento social por ter tido contato com pelo menos 10 membros de sua equipe — Foto: SERGIO LIMA / AFP - 15/03/2020 22 de 40
Bolsonaro defendeu o uso de cloroquina em lives, remédio sem qualquer comprovação científica no tratamento da Covid-19 — Foto: Reprodução Pular X de 40 Publicidade 23 de 40
“Você é um otário”, disse Bolsonaro a um repórter após ser questionado, durante cerimônia em Ipatinga (MG), em agosto de 2020, sobre os motivos que levaram a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a receber depósitos de Queiroz e da mulher dele, Márcia — Foto: Marcos Correa / PR 24 de 40
“Vontade de encher a tua boca na porrada”. Bolsonaro reagiu com a frase depois que repórter do GLOBO perguntou sobre sobre os depósitos. Presidente, que se encontrava em frente à Catedral Metropolitana de Brasília quando foi questionado sobre o fato, completou xingando o o repórter de “safado” — Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo Pular X de 40 Publicidade 25 de 40
“Não tenho que conversar com vocês”. A resposta do presidente, em janeiro de 2020, foi motivada durante uma entrevista sobre ser favorável ou não à concessão de subsídio para a conta de luz de templos religiosos. Bolsonaro encerrou a conversa depois de indagado se o teria orientado o ex-assessor de Flávio a faltar um depoimento, sobre o caso Queiroz, marcado no Ministério Público do Rio de Janeiro — Foto: Jorge William / Agência O Globo 26 de 40
Bolsonaro recebe a benção do bispo Edir Macedo durante visita visita ao Templo de Salomão, em São Paulo — Foto: Reprodução de vídeo Pular X de 40 Publicidade 27 de 40
Manifestação, em São Paulo, contra queimadas e desmatamento na Amazônia, que motivaram protestos em diversos países do mundo — Foto: NELSON ALMEIDA / AFP / 23/08/2019 28 de 40
Parentes de Jair Bolsonaro usaram um helicóptero da Presidência da República para ir ao casamento do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, com a psicóloga Heloísa Wolf, no dia 25 de maio. Sobrinho de Bolsonaro, Osvaldo Bolsonaro Campos, divulgou vídeo nas redes sociais em que mostra o grupo com trajes de festa a caminho do casamento de Eduardo em Santa Teresa, no centro do Rio — Foto: Picasa / Reprodução Pular X de 40 Publicidade 29 de 40
No dia 15 de maio, população foi às ruas de todo o país para protestar contra o corte de verbas na educação. Esta foi a primeira grande manifestação popular contra medidas do governo Bolsonaro. — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo 30 de 40
Em Dallas, nos EUA, para receber uma homenagem da Câmara de Comércio Brasil-EUA, Bolsonaro chamou os manifestantes de 'idiotas úteis' — Foto: Marcos Corrêa / Presidência da República -15/05/2019 Pular X de 40 Publicidade 31 de 40
O presidente assina decreto que flexibiliza as regras para posse e porte de armas — Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo - 07/05/2019 32 de 40
Bolsonaro assina, em 25 de abril, o decreto que revoga o horário de verão no Brasil — Foto: Marcos Corrêa / Presidência da República Pular X de 40 Publicidade 33 de 40
No fim de março, após determinar que as Forças Armadas comemorassem o golpe militar de 1964, que completou 55 anos, Bolsonaro voltou atrás e disse que a ordem foi para "rememorar" e "rever o que está certo e o que está errado" no período. A declaração gerou protestos, notas de repúdios de instituições brasileiras e também de um dos relatores especiais da ONU — Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo 34 de 40
Em 17 de março, Bolsonaro foi recebido por manifestantes na Casa Branca, em Washington, EUA, na primeira visita oficial como presidente — Foto: Eric Baradat / AFP Pular X de 40 Publicidade 35 de 40
Em visita ao Chile, Bolsonaro também foi recebido com protestos por opositores de Piñera — Foto: Martin Bernetti / AFP 36 de 40
Após a tragédia que deixou Brumadinho (MG) sob a lama em 25 de janeiro, Bolsonaro sobrevoou o município para observar os estragos deixados pelo rompimento da barragem da Vale e destacou a necessidade de 'cobrar justiça' — Foto: Divulgação / Isac Nóbrega/PR Pular X de 40 Publicidade 37 de 40
Em 15 de janeiro, Bolsonaro assina seu primeiro decreto: registro, posse e comercialização de armas de fogo — Foto: Jorge William / Agência O Globo 38 de 40
Bolsonaro deu posse a 22 ministros, entre eles sete militares com características conservadoras — Foto: Alan Santos/PR Pular X de 40 Publicidade 39 de 40
Na cerimônia de posse, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, chamou a atenção ao fazer um discurso em libras no parlatório, antes de Bolsonaro — Foto: Jorge William / Agência O Globo 40 de 40
Após ser eleito com 57.797.847 votos, Jair Bolsonaro recebeu a faixa presidencial de Michel Temer em 1º de janeiro — Foto: Evaristo Sá / AFP Pular X de 40 Publicidade
O empresário destacou que o processo eleitoral é central para a democracia e já se provou seguro no país, com eleições em urnas eletrônicas desde 1996 sem qualquer questionamento. Ele ainda fez menção ao ocorrido nos Estados Unidos, quando o ex-presidente americano Donald Trump não aceitou a derrota para o democrata Joe Biden na eleição de 2020.
— E quando isso não ocorreu, acabamos vendo cenas lamentáveis como 6 de janeiro. Nós não podemos aceitar que um 6 de janeiro aconteça no Brasil — declarou o empresário, negando que o manifesto seja partidário ou em defesa do ex-presidente Lula.
O texto foi subscrito por 107 entidades, entre elas a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Câmara Americana de Comércio, a Fecomercio e o Sindusfarma.
O manifesto das entidades será lançado no dia 11 pela Fiesp. No mesmo dia, empresários e membros da sociedade civil lançarão uma carta em defesa do Estado Democrático de Direito na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco. O documento conta com o apoio de mais de 740 mil pessoas.
Ataques constantes de Bolsonaro Até o momento, apenas Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Luis Felipe Dávila (Novo), que já se reuniram com a entidade, assinaram o documento. O ex-presidente Lula deve ir à entidade na próxima terça-feira.