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Avenida Brasil: Saiba quais são as propostas dos candidatos a prefeito para recuperar uma das principais vias do Rio

Mesmo com obras, ela enfrenta problemas como engarrafamentos, galpões vazios, imóveis invadidos e favelização de suas margens
Diariamente, antes da pandemia, 220 mil veículos cruzavam a via Foto: Editoria de Arte - O Globo
Diariamente, antes da pandemia, 220 mil veículos cruzavam a via Foto: Editoria de Arte - O Globo

RIO — Inaugurada em 1956, a Avenida Brasil é considerada estratégica para a cidade. Com 58,5 quilômetros, cruza 26 bairros e se interliga com os principais acessos ao Rio de Janeiro, seja pela BR- 040 (Rio-Juiz de Fora), BR-101 (Rio-Santos) e BR-116 (Rio-São Paulo). Mas mesmo com obras, a via enfrenta problemas: engarrafamentos, galpões vazios, imóveis invadidos e a favelização de suas margens. As obras do BRT, projeto que se propõe a racionalizar o transporte público na via, ainda estão longe de terminar. Para especialistas,  não faltam desafios para o futuro prefeito do Rio para recuperar a autopista, que mais recebe trânsito na cidade. Diariamente, antes da pandemia, 220 mil veículos cruzavam a avenida — hoje são cerca de 170 mil, já que muitos usuários permanecem em trabalho remoto.

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— Não existem soluções a curto prazo. Serão necessários investimentos maciços na recuperação da infraestrutura da região. A concepção inicial da Avenida Brasil era favorecer a  integração de bairros do subúrbio ao Centro do Rio. Mas a partir do fim da década de 1960, houve um redirecionamento do crescimento da cidade em direção à Barra da Tijuca, pelo Plano Lúcio Costa. A diminuição do dinamismo econômico da cidade ao longo do tempo também contribuiu para o cenário atual — diz o economista Mauro Osório, estudioso da econonomia fluminense.

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Diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscom) e presidente da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi), Claudio Hermolin defende que sejam definidos parâmetros urbanísticos em um eixo de até 50 metros da via  de modo a incentivar construção de imóveis populares:

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— A conclusão do BRT Transbrasil é essencial para valorizar a via. Com opção de transporte de qualidade, existe potencial para desenvolvimento de projetos pelo programa Minha Casa Minha Vida. A ocupação com residências estimularia também o desenvolvimento do comércio. Isso atrairia mais movimento para a via, influindo até na  melhoria das condições de segurança da Avenida Brasil e em vias do entorno — defende Hermolin.

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O GLOBO perguntou aos 14 candidatos sobre seus planos para a Avenida Brasil. Apenas Glória Heloíza (PSC) e Henrique Simonard (PCO) não responderam.

Imagem aérea da Avenida Brasil Foto: Prefeitura Rio
Imagem aérea da Avenida Brasil Foto: Prefeitura Rio

Marcello Crivella (Republicanos)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

Os imóveis e terrenos são de propriedade privada. Cabe ao proprietário cuidar da manutenção ou da venda. A minha gestão só atua se for área de risco. Não podemos nem temos como interferir em propriedade privada.

Q ual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

A maioria das áreas ainda não ocupadas é particular. Então, não cabe a nós atuarmos nessas áreas. O que nós acreditamos é que todas as melhorias que a minha gestão pomoveu e ainda vai promover na Avenida Brasil vão servir de incentivo a esses proprietários para que eles voltem a ocupar os seus estabelecimentos. Todo o trecho da avenida estará modernizado, com pontos de ônibus, iluminação led, canteiros arborizados. Eu estou fazendo a minha parte.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

Assinei no final de agosto, um convênio com o governo federal para reformas em 54 quilômetros da Avenida Brasil. Essa obra é fruto da parceria com o governo Bolsonaro que destinou R$ 100 milhões de investimentos para a nossa cidade. A minha gestão entrou com mais R$ 5 milhões para a realização da obra. A verba será investida na melhoria do asfalto, iluminação pública, paisagismo, sistema de drenagem pluvial e mobiliário urbano e sinalização. As reformas já foram iniciadas e o cronograma de execução é de cerca de seis meses, podendo ser prorrogado.

Qual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

Mais de 90% das intervenções do BRT Transbrasil estão finalizadas. Estão sendo construídas 18 estações, com o mesmo número de passarelas, duas pontes e quatro viadutos.Fazem parte das melhorias na via a terraplanagem, pavimentação, pintura, iluminação, calçamento, entre outros. Em outubro será iniciada a pintura vertical e horizontal definitiva, além da sinalização. A expectativa é que pelo menos 800 mil usuários utilizem o BRT Transbrasil diariamente. Importante lembrar que a Transbrasil teve seu contrato suspenso pela antiga gestão e que só pode ser retomada após o pagamento do reajustamento do contrato por parte do atual prefeito. Esse ajustamento não havia sido pago pelo ex-prefeito, que também não deixou dinheiro em caixa para isso. A atual gestão fez uma nova proposta, sem custo financeiro adicional, para que o governo federal continuasse a liberar recursos.

Eduardo Paes (DEM)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

No meu plano de 100 dias, com medidas emergenciais para a cidade, está o desenvolvimento do projeto de revitalização da Avenida Brasil, que prevê a recuperação de uma área de 300 mil metros quadrados. O processo de revitalização prevê, entre outras iniciativas, o incentivo para a construção de novas moradias em seu entorno até 2023. Sobre os prédios invadidos e ou abandonados nós precisaremos analisar caso a caso.

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

Na revitalização da Avenida Brasil vamos buscar, por meio de parcerias com o setor privado e com o governo federal, atrair novas empresas tanto para a retomada de polos comerciais e industriais, quanto para a construção de novas moradias; vamos fazer da avenida Brasil o farol de desenvolvimento econômico da nossa cidade. Por outro lado, vamos focar em um novo programa municipal nos moldes do Jovem Aprendiz para garantir que nossos jovens adquiram experiência profissional e qualificação para atuarem diretamente nos projetos da área.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

Ainda no nosso plano emergencial de 100 dias vamos apresentar o planejamento para a conclusão das obras do BRT Transbrasil. Com a finalização destas obras, todo o tráfego da avenida será reorganizado.

Qual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

O BRT Transbrasil foi projetado para reordenar todo o tráfego e fazer a racionalização do sistema de ônibus com a integração de linhas intermunicipais com os terminais do Trevos das Margaridas e das Missões. Por outro lado, vamos iniciar uma auditoria para a revisão do projeto de racionalização do sistema de ônibus e já definir a reintrodução de algumas linhas que foram extintas.

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Martha Rocha (PDT)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

Os prédios abandonados são uma consequência da saída de empresas da cidade, efeito do esvaziamento da região provocado pela insegurança. O problema também foi agravado pela falta de políticas públicas dos últimos prefeitos. Vamos revitalizar e utilizar estes espaços abandonados ou subutilizados na Av. Brasil para incentivar a instalação de incubadoras e aceleradoras de projetos, espaços de coworking, que farão parte do projeto Porto Cidade Criativa. Também faremos parcerias com as instituições de referência internacional aqui do Rio, como a Fiocruz e a UFRJ. Também buscaremos investimentos em habitação nesta região, que tem muita oferta de transporte e serviços.

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

Os empreendimentos habitacionais devem priorizar áreas com infraestrutura consolidada, com as pessoas tendo acesso fácil ao transporte e outros serviços. Vamos utilizar as áreas não ocupadas para que sirvam de base para a instalação de projetos voltados à geração de energia limpa, como usinas de gás verde que transformam lixo em energia.A matriz energética solar é outro vetor importante e a região da Avenida Brasil vai ser atrativa para fábricas de painéis fotovoltaicos.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

O carioca não aguenta mais pagar a conta da falta de inteligência na realização de intervenções e obras sem planejamento, que resultam em transtornos e não resolvem o problema. Não basta pensar em obras, é preciso também organizar a gestão do transporte público e do tráfego ao longo de toda a avenida. Faremos o aperfeiçoamento do sistema viário com o uso de aplicativos de gerenciamento, execução de planos de mobilidade e de transporte de cargas. Desenvolver a rede de pontos de ônibus. A tecnologia e o planejamento bem feitos serão nossos principais aliados para melhorar o tráfego e a mobilidade na avenida Brasil e em toda cidade.

Qual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

Vamos priorizar a ligação do BRT com o centro para depois integrar a Transbrasil ao novo modelo de transporte do Rio como cidade polo de uma região metropolitana vasta.Vamos fazer a articulação com o governo estadual e os outros municípios. Mas a principal mudança no transporte carioca será a do interesse público soberano. Vimos a Justiça determinar a indisponibilidade de bens do ex-prefeito Eduardo Paes por uma questão relativa ao transporte público. O desembargador detectou que havia benefícios às empresas de ônibus e prejuízos aos usuários que pagam a conta. Na nossa gestão vamos inverter essa lógica. O transporte será pensado e executado em função dos passageiros.

Benedita da Silva  (PT)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

Mudar para a Avenida Brasil o eixo do desenvolvimento do Rio é nosso Plano A para criar empregos e reduzir as desigualdades. A prefeitura fará de tudo para que essas áreas virem moradias, indústrias, lojas, escolas ou áreas de lazer. Nosso banco popular oferecerá microcrédito, criaremos uma moeda social e estimularemos a conversão dos prédios para moradias ou atividades econômicas. Teremos um parque tecnológico da Saúde e empresas de logística entre os portos do Rio e de Itaguaí.

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

O detalhamento do plano de revitalização será dos profissionais da prefeitura. Vou apostar no adensamento de residências e lojas em torno das estações do BRT, que vamos concluir. Quero áreas de lazer para melhorar a qualidade de vida nas zonas Norte e Oeste, como os parques do Camboatá e de Realengo, e muitas praças para o convívio social e eventos comunitários. Em Santa Cruz, apoiaremos o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS), um investimento de mais de R$ 3 bi, já em fase de preparação da infraestrutura. Muitos empregos serão gerados.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

A Avenida Brasil precisa de um plano operacional para garantir a fluidez do trânsito. O BRT, que vai precisar de uma prefeita mulher para concluir, vai atender a muita gente que hoje usa ônibus comuns, vans, carros e motos. Temos também o projeto de criar uma faixa seletiva para ônibus na Linha Vermelha para melhorar o fluxo da Brasil durante as obras, reduzir o tempo de viagem de quem vem de ônibus da Zona Oeste e para dar conta dos passageiros que vêm da Baixada pela Washington Luís e pela Dutra.

Q ual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

É fazer o que tenho dito: estar ao lado do passageiro, não dos donos de ônibus. Se eles não podem cumprir o dever de servir bem ao passageiro, chamaremos outros. A prefeitura exercerá sua autoridade, fará um plano operacional e vai gerenciar essa integração, envolvendo o VLT no centro. Sobre linhas da Baixada, é incompreensível que Eduardo Paes não tenha previsto a integração, negociando com outras prefeituras e o estado. É difícil, mas não somos eleitos para fazer coisas fáceis nem para ignorar o que é essencial.

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Renata Souza (PSOL)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

Sou da favela da Maré, na beira da Avenida Brasil. Senti na pele os problemas. Eu sei o que é acordar às  4h da  manhã para pegar o ônibus, atravessar cidade, chegar a tempo no trabalho, depois de passar horas no trânsito. Melhorar a qualidade de vida das famílias que vivem naquela região é um compromisso. A Avenida Brasil já foi um importante polo industrial. Com o passar dos anos, a economia do Rio foi perdendo atividade industrial e passando a depender cada vez mais do comércio e dos serviços. Por isso, vemos ao longo da Avenida Brasil um conjunto muito grande de imóveis abandonados. Vamos realizar um levantamento da situação desses imóveis, inclusive a situação fiscal, se devem ou não IPTU. Com esse mapeamento será possível definir um plano de investimentos, com metas de curto, médio e longo prazo. Queremos transformar a Av. Brasil em um eixo de desenvolvimento da cidade.

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

Quanto mais próximas ao Centro  a prioridade tem que ser moradia, trazendo gente para perto dos empregos. Outro  objetivo será produzir novos circuitos urbanos que articulem trabalho, moradia e mobilidade para reverter tanto a concentração territorial dos postos de trabalho, quanto a dispersão dos locais de moradia em espaços urbanamente precários e afastados das áreas com infraestrutura urbana consolidada. Na Zona Oeste e nas regiões da Zona Norte mais próximas da Pavuna e de Anchieta, o objetivo é fazer investimentos para promover a geração de empregos e incentivar atividades industriais ou comerciais. De início, vamos priorizar o comércio de tipo atacadista, que fornece para outros comércios ou para o setor de serviços. Já nas regiões mais próximas ao Centro do Rio, da Penha até o Caju, nossa prioridade será o investimento em habitação e em obras de requalificação urbana, melhorando as condições socioambientais. Mas não basta a prefeitura criar moradias na Avenida Brasil sem dar a elas condições de habitabilidade.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

A Avenida Brasil virou um símbolo da falta de planejamento urbano no Rio.  Mas a cada obra, ao invés de resolver problemas estruturais, a prefeitura agia em trechos pontuais e problemas isolados da avenida, de forma desconexa e desarticulada. Isso se deve ao fato de a cidade ser governada como um balcão de negócios, sem qualquer preocupação com os impactos que cada projeto gera sobre o território como um todo. Nós vamos dar um basta nesse caos urbano, elaborando um plano de recuperação viária para os próximos 10 anos. Vamos identificar os gargalos, corrigir os trechos que possuem problemas de desenho das vias e mapear as áreas que vão precisar de investimentos em infraestrutura Tudo será feito em etapas coordenadas para minimizar o impacto das intervenções sobre a região.

Qual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

O BRT Transbrasil é uma aberração urbana. Desde o início, o projeto foi denunciado por especialistas como um grande erro. Para atingir a capacidade inicialmente prometida pelo então prefeito Eduardo Paes, teríamos que colocar um ônibus articulado passando a cada dez segundos. Isso é uma impossibilidade técnica. Para corrigir esses erros estruturais, vamos planejar qual a melhor forma de aproveitar o investimento feito e isso vai exigir muito estudo de alternativa por parte da prefeitura. O corredor precisa ser inaugurado em etapas, com calma e ter os impactos sobre o sistema de mobilidade da cidade avaliados com cuidado. Não vai ser simples.O Transbrasil vem de uma linhagem de erros de projeto nos BRTs. A pior coisa que a prefeitura pode fazer agora é repetir os erros de afobação, ganância e cegueira da gestão Paes.

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Luiz Lima (PSL)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

O enfrentamento da crise econômica no Rio precisa acontecer com a mesma força na recuperação da cidade através de sua artéria mais importante: o entorno da Avenida Brasil. Ela percorre 26 bairros, cada qual com suas características e potencialidades, suficientes para torná-la um dos principais eixos de desenvolvimento econômico, não só do ponto de vista imobiliário, mas também com o objetivo de criar novas oportunidades de emprego, negócios, transporte, habitação, tecnologia, turismo, cultura e lazer para milhões de cariocas que residem nas adjacências. A valorização da região e seu entorno é essencial para atrair investimentos e democratizar a riqueza.. Alguns desses imóveis que se encontram fechados podem ser utilizados como unidades de produção, pontos de comércio ou virarem escolas profissionalizantes.

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

O meu plano de governo tem a preocupação com a habitação, com a péssima qualidade de vida e a vulnerabilidade das pessoas. Pretendo incentivar centros comerciais nos bairros ao longo da avenida. Quero construir, com a iniciativa privada, um parque de pesquisa, medicina e saúde ao longo da Avenida Brasil, aproveitando como referência a Fiocruz e o Fundão. O nosso plano prevê ainda a recuperação e urbanização do Mercado São Sebastião, e outros centros distribuidores, como o Cadeg, criando novos espaços de interesse, além de incentivar a abertura de outros mercados nos novos padrões internacionais em outras regiões  Quero ampliaar a revitalização da região central da cidade para fins habitacionais e isso significa ocupar ou revitalizar imóveis vazios e subutilizados, na área portuária, Centro e São Cristóvão.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

Não tem como o carioca continuar convivendo com um eterno canteiro de obras na via. Pretendo ampliar faixas exclusivas para transporte público e atuar de forma contínua para integrar todos os modais, com prioridade para o transporte de alta capacidade. Temos que considerar, a médio prazo, integração que envolva pelo menos os municípios limítrofes da região metropolitana. Temos que facilitar o trânsito entre essas populações e a população do Rio, que encontrará facilidades para buscar empregos e ocupações nas localidades vizinhas. O transporte público é essencial para o ir e vir do cidadão, mas também para o desenvolvimento da região.

Q ual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

Primeiro, quero fazer uma auditoria nessas contas. Nem Paes nem Crivella terminaram a obra. O BRT como um todo  foi mal construído e só tem uma concessionária.  É obrigação da Prefeitura exigir serviço bem-feito, caso contrário deve fazer nova licitação. As linhas somem realmente, principalmente, nas áreas dos condomínios do Minha Casa Minha Vida. A gente precisa regularizar o transporte em horários e fazer com que o ar-condicionado funcione, algo muito prometido por Paes e Crivella. Isso está embutido no preço da passagem.

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Eduardo Bandeira de Mello (Rede)

A o longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

Há 20 anos se promete transformar a Avenida Brasil,  hoje uma imensa área abandonada, insegura, mas com uma base de infraesrutura que não pode ser menosprezada. O Plano Diretor caminhou nessa direção, determinando a reconversão  dos imóveis abandonados ou semiutilizados com vistas à producao de moradias, mas os antigos e o atual prefeito não cumpriram com as diretrizes. Infelizmente, desperdiçamos a grande oportunidade de atacar essa questão quando optou-se pela Barra da Tijuca para receber os investimentos dos eventos esportivos

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

Não tem que inventar nada. É seguir o que está previsto no planejamento da cidade: a ocupação dos vazios urbanos nas macrozonas de ocupação incentivada, especialmente na faixa de território entre a avenida Brasil e o leito da estrada de ferro. É preciso estabelecer o polo de atração de investimento e desenvolvimento sustentável com  identificação e o estímulo às atividades econômicas e sociais mais relevantes e relacionadas às vocações locais, de forma compatível com o uso residencial e oferta de transportes.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

É fundamental terminar o BRT Transbrasil, e fazer as conexões necessárias aos acessos aos outros modais , assegurando o transporte aos que vivem nos municípios  da Baixada mas trabalham no municipio do Rio e vice-versa. A Rede Ferroviária Federal precisa tambem de investimentos  para atender à demanda da região, que é  transporte de  massa de alta velocidade. Mais de 2 milhões de pessoas circulam por ali, 220 mil veículos  passam diariamente pela Avenida Brasil.  Evidentemente o BRT não é o modal adequado para atender, sozinho, a essa demanda

Qual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

As obras do BRT Transbrasil começaram em 2014 e deveriam estar prontas em 2016. Deveria ter sido a prioridade das prioridades na malha dos BRTs. Perdemos tempo e dinheiro, por causa das Olimpíadas, e não atendemos ao maior contingente populacional que precisa de um corredor rápido de transporte. Quatro anos depois, ainda não há previsão de entrega. Os responsáveis devem satisfação à população. Apenas 30% dos ônibus que deveriam trafegar pela Avenida Brasil estão efetivamente circulando. É preciso obrigar as concessionárias a cumprir os contratos.

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Clarissa Garotinho (Pros)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

A Avenida Brasil é o reflexo de uma cidade completamente abandonada pelo atual prefeito, que deveria ser o síndico do Rio, mas não é. Vou colocar essa estrada para funcionar direito, revitalizando-a, recapeando as pistas, melhorando sinalização e iluminação. Vamos ordenar o entorno, facilitando investimentos da iniciativa privada. O empresário voltará a investir na região. Já a desordem, essa sairá junto com o atual prefeito.

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

Precisamos olhar para a Avenida Brasil como parte da solução de problemas como o desemprego e o déficit habitacional. Na Zona Oeste, investiremos no desenvolvimento de atividades econômicas em terrenos ociosos à margem da estrada, proporcionando trabalho e renda para moradores de Bangu, Campo Grande, Santa Cruz etc. Em regiões perto do Centro,  faremos programas habitacionais, aproveitando a infraestrutura que já existe. Isso, sim, é prioridade. Chega de obras faraônicas.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

Vou fazer o que o Paes deveria ter feito à época das Olimpíadas e não fez porque preferiu brincar com o dinheiro do contribuinte. Investiremos em transporte de alta capacidade. Quero, em parceria com a Supervia, modernizar os ramais de Santa Cruz e Deodoro, melhorando as estações, tornando os trens mais rápidos, com intervalos menores e com mais segurança. O transporte sobre trilhos é a saída. Vamos também finalizar as obras de Transbrasil e organizar os ônibus que circulam pela via.

Qual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

A Avenida Brasil precisa de um choque de gestão e de uma nova história. Precisamos finalizar a Transbrasil urgentemente. Essa obra deveria ter ficado pronta em 2016, mas a incompetência dos prefeitos anteriores impediu a inauguração. O ideal é que as linhas de ônibus que vêm da Baixada Fluminense terminem sua viagem na estação do BRT de Deodoro, promovendo a integração com esse sistema e desafogando a Avenida Brasil.

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Cyro Garcia (PSTU)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

Nós vamos estatizar esses prédios e reformá-los, aproveitando os que puderem ser utilizados para moradias populares, e outros, como algumas fábricas, devem ser ser reativadas sob o controle dos trabalhadores.

Q ual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

O plano de urbanização da cidade precisa ser revisto, mas junto de Conselhos Populares, em que a população como um todo decida. As áreas não ocupadas, respeitando a preservação ambiental da nossa cidade, podem ser utilizadas tanto para a construção de moradias populares, como para a produção de agricultura familiar e polos comerciais e industriais para pequenas  empresas. Mas vamos decidir isto junto com os conselhos.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

Vamos investir na mudança do modal, implantando novos trilhos pela cidade e ampliando a circulação dos VLTs.

Q ual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

Vamos fazer uma ampla discussão sobre mobilidade urbana na cidade, envolvendo os trabalhadores dos transportes públicos e a população que utiliza os serviços na tomada de decisões, através dos Conselhos Populares. E investir pesado na mudança de modal, transformando BRT em VLT.

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Fred Luz (Novo)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

Este cenário é resultado da degradação econômica do Rio de Janeiro, que tem duas causas: a falta de segurança e a burocracia excessiva, que favorece a corrupção. Enquanto este quadro não for revertido, a situação não muda. Nossa proposta é reativar a economia da cidade, saindo do ciclo vicioso que afugenta as empresas, e entrando num ciclo virtuoso, sem aumento de impostos, destravando e desburocratizando os processos, dizendo mais sim do que não, para que as empresas voltem a investir no Rio, gerando empregos. O quadro é grave e nenhum prefeito até agora se preocupou com isso.

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

A ocupação deve ocorrer a partir de um Plano Diretor estruturado, visando o adensamento e, eventualmente, fazendo-se a mudança de uso para residencial. A primeira questão que precisa ser resolvida é a retomada do desenvolvimento econômico, para garantir a atração das empresas. Um bom plano diretor privilegia que se more perto do trabalho. Para as áreas não ocupadas, é preciso definir seu uso a médio e longo prazo. No curto prazo, podemos ver as áreas disponíveis para uso residencial, com infraestrutura existente, para o interesse de quem trabalha na região. Seria uma forma de reduzir a demanda por transporte público.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

Minha proposta é induzir a atividade econômica na Zona Oeste. Ali você tem uma excelente oportunidade para atrair as indústrias, pela proximidade com o Porto de Sepetiba. E, também, estimular a construção de moradias no Centro, diminuindo a necessidade de transportes públicos ao longo da Avenida Brasil. A curto prazo, o que temos que fazer é melhorar o transporte de massa, com fiscalização mais intensa, que garanta qualidade ao serviço prestado e as pessoas possam deixar os carros em casa. E, também, fazer a manutenção da via, que está caótica.

Q ual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

Vamos rever o estágio das obras ao final deste governo, buscar atrair a iniciativa privada para viabilizar a sua conclusão e rever toda a questão das baldeações e estações intermediárias para que o BRT absorva a maior parte do fluxo, desafogando a Avenida Brasil das linhas intermunicipais e das municipais, onde for possível.

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Paulo Messina (MDB)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

O esvaziamento da Avenida Brasil é o reflexo da economia carioca e das decisões equivocadas de gestões anteriores que fizeram a opção de desindustrializar o Rio. Basta aferirmos a fuga das empresas e empregos e a decisão de não incentivar a atividade portuária em prol de um Porto Maravilha que atualmente não passa de um cenário. O abandono e a consequente invasão são produtos da ociosidade. Por vezes a invasão ocorre pela necessidade de habitação (que é um déficit), em outros casos por razões menos nobres. A Avenida Brasil possui diversas sub-regiões com vocações diferentes: indústria; pesquisa e inovação; comércio e habitação social. A recuperação destes imóveis será natural. Cada um de acordo com a vocação de sua área sendo o resultado imediato da recuperação econômica da cidade.

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

Com a retomada econômica os espaços serão naturalmente integrados pela demanda. Nossa responsabilidade é justamente criarmos as bases, organizar e fomentar os usos de  modo a gerar uma sinergia urbana. Identificamos quatro macro trechos: do Centro até o viaduto da Washington Luís temos um cluster de inovação (UFRJ e o Instituto Oswaldo Cruz), logística e a área do Caju que deve servir como interface entre a Cidade Universitária e o “Novo Porto”;  o trecho até Guadalupe apresenta um grande potencial de vitalidade econômica com diversas centralidades devendo receber fomento para a instalação de indústrias leves e serviços; até Bangu devemos receber indústrias de maior porte aproveitando a mão de obra local; o trecho final que vai até Santa Cruz é que possui a maior capacidade de aproveitamento – nesta região iremos promover um mix de habitação social, comércio e indústrias. Importante ressaltar que a habitação deve permear as margens de toda a Avenida.  A ideia é que o trabalhador se desloque menos e possua os serviços essenciais perto de sua moradia – é que chamamos de “Cidade de 15 Minutos”.

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

O corredor Transbrasil é um projeto muito ruim para o carioca. Primeiro, porque você vai estrangular o trânsito das pistas da avenida Brasil para passar os ônibus expressos, deixando os ônibus intermunicipais espremidos nas pistas do cantos, onde também passam caminhões. Vamos terminar as obras da Avenida Brasil, mas modificaremos o projeto. O que a gente vai fazer é manter os corredores, mas nós não vamos usar os ônibus articulados. Ali vão passar tanto ônibus locais quanto ônibus intermunicipais. As estações que foram feitas para receber apenas articulados vão ser adaptadas para receberem ônibus comuns.

Q ual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

Como introduzi na resposta anterior, o BRT Transbrasil é importante quando se observa uma mobilidade metropolitana, pois o desenho inicial previa a conexão interestadual na altura do Trevo das Margaridas. No entanto, com o desenho atual que interdita duas das quatro faixas de rolamento da pista central o resultado será caótico. Portanto, o projeto deve ser alterado e as faixas compartilhadas em determinados horários (o maior movimento ocorre na ida e na volta do trabalho). Importante observar que existe uma quase sobreposição com a malha ferroviária, cujo uso deve ser incentivado.

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Sued Haidar (PMB)

Ao longo da Avenida Brasil é possível observar dezenas de prédios abandonados ou invadidos. Como podem ser reaproveitados?

No meu governo vou desapropriar todos esses prédios, darei nova vida em todos os espaços da Avenida Brasil, com área verde e espaços públicos para o lazer e descanso do povo, com uma boa segurança. Criarei o Bairro Avenida Brasil onde todos terão orgulho de dizer seu endereço residencial. Precisamos dar uma cara nova à porta de entrada do Rio. Quem entrar no Rio precisa ver essa avenida limpa, linda e cheirando rosas e outras flores.

Qual sua estratégia para áreas ainda não ocupadas. Pensa em polos comerciais ou residenciais? Em que trechos?

Meu governo propõe a criação dos condomínios de empresas exclusivamente nas zonas Norte e Oeste. As empresas receberão incentivos e investimentos para se instalarem ou se deslocarem para estas áreas

Mesmo com intervenções ao longo dos anos, o tráfego ainda é caótico em vários trechos. Qual a solução?

Com as devidas intervenções e desapropriações, iremos criar paradas com recuos, para que o trânsito possa fluir de uma melhor maneira. Além disso um estudo geral no transporte urbano será feito para criar melhores condições à circulação. Hoje softwares de trânsito facilitam isso. Me pergunto, por que não foi feito até hoje? Atribuo à falta de gestão e à corrupção dos últimos 20 anos.

Q ual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais? Q ual seu plano para ativar o BRT Transbrasil e racionalizar com as linhas municipais e intermunicipais?

O estudo geral no transporte urbano com a ajuda das Tecnologias da Informação permitirá lançar com conforto o BRT Transbrasil e assim ter uma redistribuição das linhas.