O laudo da análise de peixes coletados nas lagoas da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, indicou que eles estão contaminados. Com o resultado desta segunda-feira (5), a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feema) decidiu manter a pesca no local proibida.
Para garantir que os peixes contaminados não sejam
vendidos aos consumidores, a Feema vai pedir, nesta terça-feira
(6), à presidente da Centrais de Abastecimento do Estado do Rio
de Janeiro (Ceasa) que a tilápia vinda dessas lagoas não seja
comercializada. Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente,
Carlos Minc, são pescadas duas toneladas por dia e a maior parte
é vendida na Ceasa.
Pescadores receberão salário para ajudar no sustento
Como muitos pescadores dependem da atividade para
sustentar suas famílias, a secretaria pretende pedir ao Ibama
que seja feito um laudo de interdição para que a partir da
próxima quinta-feira (8) eles sejam cadastrados no chamado
seguro-defesa e recebam um salário mínimo de ajuda.
“São cem pescadores cadastrados. Nós estamos
preocupados com isso e tomamos duas medidas. Uma, o Ibama a
partir de quinta-feira envia à Seap, que é a secretaria Especial
de Apoio à Pesca, o laudo da interdição que possibilita aos
cadastrados receberem um salário mínimo durante a interdição. E,
na quinta-feira, eu tenho uma reunião com os empresários aqui da
área da Barra e de Jacarepaguá que já se manifestaram dispostos
a dar um apoio a esses pescadores durante a interdição, ajudar
em atividades como limpeza das margens e plantio de manguezais
em seis áreas para recuperar a lagoa”.
A secretaria de Meio Ambiente pretende
também fazer uma campanha para que os pescadores não pesquem na
lagoa durante a proibição. Minc afirmou, ainda, que, além da
campanha, será feita uma fiscalização.
“Vai ser feita uma fiscalização. Mas os pescadores
são conscientes, e quando nós nos reunirmos com a colônia, para
discutir o salário de ajuda e o plantio de manguezais, nesse
momento vai ser dada a grande informação de que eles não podem,
na ausência da comercialização, dar o peixe aos filhos, porque
os filhos vão ficar doentes. Nós vamos conversar com os
pescadores sobre a origem do problema, que é o esgoto, o
assoreamento das lagoas”.
Para as pessoas que têm o costume de comprar a
tilápia ou de comer peixe em restaurante, Minc relembrou que a
toxina liberada por cianobactérias pode trazer prejuízos à saúde
da população.
"O filé de tilápia, que vem dessa região, é realmente impróprio e pode afetar o fígado. Em Caruaru 65 pessoas morreram por causa da alga microcistina".
Praia da Barra continua interditada
A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feema) mantém
o trecho que fica na altura do Quebra-Mar, na praia da Barra
da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, interditado, já que o
risco para os banhistas ainda é grande. O local foi contaminado
por toxinas liberadas pela alga Microcystis aeruginosa e
interditado no dia 24 de janeiro.