Jovem é agredida na cabeça com madeira após crítica a Bolsonaro em bar: 'Vai apanhar que nem homem'

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11 Comentários

  • MAXIMILIEN DE ROBESPIERRE
    Uma questão de honra para todos os cidadãos brasileiros, avessos à agressões ideológicas, o voto e a declaração em público da nunca intimidação ao boçalnariismo, e este fato ocorrido na bela Angra dos Reis, mais uma vez, homem covarde e evangélico agredindo uma mulher, votar no PT é uma grande resposta a estes marginais. LULA 13 Freixo e Molon, redemocratizar, uma obrigação.
  • Edu Martins
    "VAI PEDIR VOTO NA CASA DA SUA MÃE SEUCORNO!" kkkkkkkkkkkk quanto tempo esperei por isso
  • Drinhos do Rio
    Temos os mais diversos crimes praticados por bandidos e temos um legislador bandido que inventou o crime de menor potencial ofensivo. Só no Brasil.
  • STFover
    Só espero que não digam que foi BOLSONARO que deu a madeirada para ver se essa mula abre a cabeça. Se for investigar direitinho, vão até descobrir que quem fez foi um petista disfarçado.
  • José Cruz
    Se hoje está assim imagina no dia da eleição! Nessa situação é que justifica o voto ser obrigatório, porque se fosse facultativo bolsonaro ganharia facil, porque só ia comparecer nas seções eleitores bolsonarista.

Jovem é agredida na cabeça com madeira após crítica a Bolsonaro em bar: 'Vai apanhar que nem homem'

Estefane de Oliveira Laudano, de 19 anos, levou sete pontos na cabeça
Estefane de Oliveira Laudano, de 19 anos, levou sete pontos na cabeça Foto: Reprodução
Jan Niklas e Luã Marinatto
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Uma jovem de 19 anos foi agredida em um bar de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, depois de, em uma conversa com amigos, serem feitas críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o relato de testemunhas, outro cliente do estabelecimento, ao ouvir os comentários, saiu em defesa do candidato à reeleição e deu início a uma discussão, que acabou culminando em sua expulsão do local pela proprietária. Em seguida, porém, ele retornou com um pedaço de madeira e atacou o grupo, atingindo Estefane de Oliveira Laudano com um golpe na cabeça.

— Estávamos conversando e eu vi o status de um amigo numa rede social, que dizia: "Minha bandeira é verde e amarela". Embaixo, menor, completava com um "mas meu voto é 13", só que na hora eu não notei, então comentei com a minha irmã, brincando: "Ué, gente, ele vota no Bolsonaro? Não tenho amigo bolsonarista não" — conta Esther de Oliveira Laudano, de 24 anos, irmã da vítima: — Nesse momento, esse homem, que eu nunca vi na vida, já se intrometeu dizendo que era Bolsonaro, perguntando qual era o problema. Respondi que nenhum, que ele estava no direito, mas que ninguém havia falado com ele.

Esther afirma que o agressor insistiu nas ofensas, aos gritos, até que a dona do bar pediu para que ele se retirasse. De acordo com a jovem, o homem parecia alterado, como se estivesse embriagado.

— Ele me chamou de "maria-homem" e disse que era "gente que nem a gente que vota no Lula". Depois, foi embora, mas não demorou para voltar com esse pedaço de madeira. Começou a berrar que, "se eu era homem, então iria apanhar que nem homem". Eu parei na frente dele e falei: "Então bate".

Estefane teria, então, entrado no meio da discussão, tentando afastar o agressor. O homem, no entanto, revidou, e ela acabou atingida pela quina do pedaço de madeira, que fez o corte em sua cabeça.

— Minha primeira reação foi partir pra cima dele, dando uns socos, mas quando olhei para trás vi minha irmã no chão, toda cheia de sangue, pedindo ajuda. Ela não conseguia se mexer, só tremia e gritava. Era uma imagem horrível — relata Esther.

Toda a confusão aconteceu em um bar no Centro de Angra dos Reis, por volta das 16h. Ferida, Estefane foi levada no colo de um amigo para a Santa Casa de Angra do Reis, situada a poucos metros do local do incidente. Depois, ela foi transferida para o Hospital Municipal da Japuíba, na mesma cidade, onde levou sete pontos na região do corte e permanece internada, com quadro estável.

Depois de se certificar que a irmã estava bem, Esther conseguiu localizar dois policiais militares, que passaram a fazer uma ronda na região em busca do agressor. Ele foi encontrado em uma rua próxima, ainda com sangue de Estefane no rosto e nas mãos, após ser contido por moradores.

As testemunhas e o homem foram conduzidos para a 166ª DP (Angra dos Reis), onde ele foi autuado em flagrante por lesão corporal. De acordo com o delegado Vilson de Almeida Silva, titular da unidade, o bolsonarista responderá em liberdade por se tratar de um crime de menor potencial. Esther e outras duas amigas que presenciaram a cena já prestaram depoimento, enquanto o agressor, que não teve a identidade divulgada, preferiu não dar declarações neste primeiro momento e permaneceu em silêncio.

— Por ora, ainda temos alguns pontos contraditórios, mas estamos apurando. Aparentemente, houve algumas declarações favoráveis ao candidato do PT, e ele teria reagido e discutido por conta dessa questão política, culminando na agressão — afirmou o delegado ao EXTRA.