A Human Rights Watch (HRW) afirma que há uma tentativa de "conturbar o direito ao voto" no Brasil nestas eleições de 2022. Em comunicado divulgado nas primeiras horas desta quinta-feira (29), a organização defende que as instituições brasileiras e a comunidade internacional atuem para garantir "o livre exercício do direito ao voto e eleições seguras". O primeiro turno das eleições gerais do Brasil é neste domingo, 2 de outubro.
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A nota da HRW rememora dados e casos recentes de violência política, com mortes, de ataques a jornalistas e de discursos que põem em dúvida o sistema eleitoral brasileiro. O presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, é citado nominalmente: "Declarações do presidente Bolsonaro parecem buscar minar a confiança no sistema eleitoral".
A organização destaca a importância de as autoridades fiscalizarem no dia da votação o cumprimento das restrições impostas pela Justiça ao porte de armas e de munição. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu o porte de armas em um perímetro de 100 metros dos locais de votação dois dias antes e um dia depois da votação.
“Discursos de ódio online e offline, e graves ataques e violência política têm deixado muitos brasileiros com medo de expressar suas opiniões e exercer seus direitos políticos”, afirma na nota Juanita Goebertus, diretora de Américas da Human Rights Watch. “As autoridades deveriam adotar todas as medidas necessárias para proteger a liberdade de expressão e de reunião e garantir que os brasileiros possam votar em segurança.”
A diretora da HRW convoca ainda a comunidade internacional a "estar ao lado do povo brasileiro e rejeitar de maneira inequívoca qualquer tentativa de conturbar o direito ao voto e o direito de escolher livremente seus representantes”.