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Por Bruno De Blasi, para o TechTudo

A clonagem de celular é uma das maiores ameaças da atualidade. Além das réplicas de IMEI para manter o funcionamento de aparelhos falsificados, a prática também é aproveitada para interceptar ligações e mensagens de texto (SMS). Assim, criminosos conseguem driblar a autenticação em dois fatores e invadir o WhatsApp, contas de redes sociais, e-mail e outros serviços nos quais a vítima está cadastrada. Em geral, esses ataques acontecem por meio de técnicas para clonar chips de operadora, como SIM Swap, mas também é possível acessar as informações pessoais do usuário através de aplicativos espiões, por exemplo.

No guia a seguir, confira dicas para descobrir se o seu celular foi clonado e procedimentos para deixá-lo mais seguro. Cabe ressaltar que, de acordo com o Código Penal, a invasão de dispositivos eletrônicos, como smartphones e computadores, é crime no Brasil. Portanto, se você foi vítima de um ataque dessa natureza, procure o apoio das autoridades e registre um boletim de ocorrência.

Como saber se meu celular foi clonado ou hackeado? Veja guia

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O que é a clonagem de celular?

Clonagem de celular é um procedimento que atua tanto no sentido literal da prática quanto na interceptação de informações. No primeiro caso, criminosos utilizam técnicas e softwares para, de fato, replicar o celular de alguma forma. É o caso do uso de um IMEI existente em um aparelho roubado ou falsificado, por exemplo.

Os golpistas ainda podem utilizar técnicas para roubar linhas telefônicas, e não o aparelho em si. Nesse caso, os fraudadores utilizam a clonagem para interceptar ligações e mensagens para invadir contas de e-mail e redes sociais, por exemplo. Os hackers também se aproveitam de aplicativos espiões para roubar essas informações.

Clonagem de informações pessoais é crime no Brasil — Foto: Reprodução/Getty Images
Clonagem de informações pessoais é crime no Brasil — Foto: Reprodução/Getty Images

Como celulares são clonados?

Existem várias abordagens para a clonagem de celular. Entre elas está o SIM Swap e a clonagem de chip, técnicas utilizadas por criminosos para roubar linhas telefônicas das vítimas. Também é possível invadir smartphones via software, através de um aplicativo espião. A seguir, conheça algumas técnicas para clonagem de telefones.

1. SIM Swap

Trata-se de uma técnica em que os criminosos não necessariamente invadem o aparelho, mas a linha telefônica. Nesses casos, os fraudadores utilizam os sistemas das operadoras de diferentes formas para transferir a linha para um novo chip. O mais comum é que eles solicitem portabilidade para uma outra companhia. Em seguida, os golpistas conseguem utilizar a linha telefônica para invadir o WhatsApp, perfis de redes sociais, email e afins.

2. Clonagem de chip

Esta abordagem é similar ao SIM Swap. No entanto, a prática requer o acesso físico ao chip instalado no telefone para copiar as informações do cartão SIM com o uso de equipamentos específicos e conhecimentos técnicos. Após a clonagem, os criminosos conseguem interceptar ligações e mensagens.

3. Clonagem de IMEI

O IMEI é um código único utilizado para a identificação do celular. A informação é extremamente necessária para se conectar às redes móveis – sem o endereço, a torre recusa o contato. Em alguns casos, os criminosos utilizam o código para conectar aparelhos falsos ou sem regulamentação às redes móveis para fins ilícitos.

4. Aplicativo espião

Spywares não são destinados à clonagem. Ainda assim, a técnica pode ser utilizada para uma interceptação inicial, de forma que o criminoso obtém logins e senhas sem o conhecimento da vítima. Os invasores podem até instalar outros softwares maliciosos para acesso remoto, por exemplo.

Como saber se o meu celular foi clonado ou hackeado?

Há alguns sinais que denunciam o ataque. No caso do SIM Swap, o seu celular ficará sem cobertura assim que o criminoso realizar o procedimento para trocar o chip. Conheça abaixo alguns fatores para ficar de olho.

Celular clonado ou hackeado pode trazer muitas dores de cabeça — Foto: Reprodução/Freepik
Celular clonado ou hackeado pode trazer muitas dores de cabeça — Foto: Reprodução/Freepik

1. Seu celular está sem sinal

Em casos de SIM Swap, o chip instalado no celular da vítima deixa de funcionar imediatamente. Isso significa que, além de ficar sem sinal, o usuário não consegue fazer ligações, enviar mensagens e acessar a Internet móvel. Para ter certeza de que foi vítima desse tipo de clonagem, entre em contato com a operadora.

2. Sua operadora notificou uma portabilidade não solicitada

Os criminosos também fazem SIM Swap através do serviço de portabilidade. Portanto, se você recebeu uma notificação de troca de operadora sem ter solicitado, este pode ser um indicador de que estão tentando roubar a sua linha.

3. Seu celular está mais lento ou “estranho”

A lentidão e a ocorrência de comportamentos anormais são dois sinais que denunciam casos de malware e spyware, já que eles podem rodar em segundo plano e sem o conhecimento do usuário. Portanto, nessas horas, é importante utilizar um antivírus para verificar se há ameaças instaladas no smartphone.

4. O rastreador indica outra localização

Os rastreadores da Apple, Google, Samsung e Xiaomi estão indicando um local diferente do seu celular? Este pode ser um indicador de que o seu telefone teve o IMEI clonado, especialmente se as plataformas estão apontando para uma segunda localização.

5. Consumo anormal da linha telefônica

A conta do celular pode te ajudar a verificar se houve um caso de espionagem. Para isso, observe se há ligações que você não realizou, por exemplo. Também é importante verificar se houve a contratações desconhecidas de serviços.

Como saber se o IMEI do meu celular foi clonado?

Além do rastreador, que indica uma segunda localização do celular, existem outros recursos para verificar se o IMEI foi clonado ou não. A Anatel, por exemplo, oferece um site para verificar a situação do celular. Antes de fazer a consulta, porém, você precisa encontrar o código do aparelho de quatro maneiras:

Identificando o IMEI do celular — Foto: Reprodução/Júlio César Gonsalves
Identificando o IMEI do celular — Foto: Reprodução/Júlio César Gonsalves

  • Procurando o código na caixa do celular;
  • Procurando um adesivo ou inscrição na parte de trás do celular;
  • Discando “*#06#” no app de telefone e ligando para o número;
  • Acessando as configurações do celular.

Com o código em mãos, você só precisa entrar na plataforma virtual da Anatel e digitar o IMEI. Em seguida, o sistema vai apresentar a situação do identificador. O mecanismo, no entanto, não confirma em qual modelo o código foi registrado pela primeira vez, nem alerta se houve algum tipo de fraude, como a troca e validação do código em outro celular.

Existem outros serviços para fazer essa verificação. É o caso do IMEI24 (imei24.com) e o IMEI.info, que funcionam de maneira similar ao serviço da Anatel: basta digitar o código e pesquisar. Vale ressaltar, porém, que nem sempre esses serviços são exatamente precisos. Durante os testes do TechTudo, apenas a Anatel identificou o IMEI de um Galaxy S22 recém-adquirido no Brasil.

O que fazer se meu celular foi clonado?

Se seu celular apresenta sinais de que foi clonado, é melhor não perder tempo. Além de abrir um boletim de ocorrência, será necessário realizar alguns procedimentos para conter a ameaça e deixar o smartphone seguro novamente. Veja as principais abaixo.

Galaxy S22 e Galaxy S22 Plus  — Foto: Thássius Veloso/TechTudo
Galaxy S22 e Galaxy S22 Plus — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

1. Abra um boletim de ocorrência

No Brasil, a invasão de dispositivos tecnológicos, como smartphones e computadores, é crime previsto pelo artigo 154-A do Código Penal. Portanto, se o seu celular foi clonado ou sofreu alguma ameaça neste sentido, registre um boletim de ocorrência imediatamente.

2. Troque as suas senhas

Também será preciso trocar todas as suas senhas, especialmente em serviços de alto risco, como e-mail e contas no banco. Essa prática vai cortar o acesso dos criminosos às plataformas digitais, inclusive em tentativas futuras. Ao fazer a troca, lembre-se de utilizar senhas fortes, com mais de oito caracteres e combinando letras, números e caracteres especiais.

3. Entre em contato com a operadora

Se você sofreu um golpe de SIM Swap, procure a operadora o mais rápido possível. Faça isso de preferência em uma loja física, para que você possa resgatar o acesso à linha imediatamente ao adquirir um novo chip. Caso a fraude tenha sido realizada por meio de uma portabilidade, procure a companhia telefônica que recebeu a sua linha.

4. Informe a invasão aos conhecidos

Há muitos casos de golpistas que se passam por amigos e parentes para roubar dinheiro via WhatsApp, por exemplo. Por isso, é importante entrar em contato com conhecidos para alertar sobre o incidente, evitando mais complicações caso os criminosos realizem novas tentativas de fraude.

5. Apague os dados do celular

Caso tenha sofrido uma invasão via software, talvez seja necessário resetar o celular. Ao apagar todas as informações, o aplicativo que foi utilizado para o ataque também é removido. E lembre-se de instalar um antivírus após a restauração dos dados.

Como se proteger?

Para usuários de smartphones com Android, recomenda-se instalar um antivírus para evitar a contração de malwares. Mas esse não é o único caminho: tanto no sistema do Google quanto no iPhone (iOS), é preciso adotar algumas medidas para evitar acessos indesejados, como definir um PIN para o chip do celular. Vale ressaltar que esse procedimento varia de fabricante para fabricante. Além disso, lembre-se de habilitar a verificação em duas etapas no WhatsApp e evite compartilhar o IMEI do seu aparelho.

Ao utilizar a autenticação em duas etapas (2FA), evite o envio do código temporário via SMS. Em vez disso, instale um aplicativo autenticador, como o Google Authenticator, Microsoft Authenticator e o Authy — todos disponíveis na App Store (iPhone) e na Play Store (Android). Assim, os golpistas terão mais dificuldade para invadir contas, especialmente em casos de SIM Swap.

Procedimentos simples pode proteger seu smartphone contra invasões — Foto: Reprodução/Verdict
Procedimentos simples pode proteger seu smartphone contra invasões — Foto: Reprodução/Verdict

Também é importante se atentar a golpes de phishing e demais ameaças. As tentativas de fraude costumam acontecer por meio de mensagens de texto e e-mails com links fraudulentos. Nos textos, os criminosos prometem ofertas imperdíveis ou até mesmo alertam sobre falsas tentativas de violação da sua conta — tudo para que você "morda a isca" e forneça informações pessoais. Além de roubar dados, esses ataques também podem instalar malwares e spywares no seu smartphone.

Com informações de Android Authority e WikiHow.

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