Por Jefferson Monteiro, TV Globo


Homem com tatuagens nazistas é encaminhado a uma delegacia — Foto: Reprodução

Um homem com tatuagens nazistas e supremacistas brancas foi levado na tarde deste sábado (28) a uma delegacia na Zona Sul do Rio. Apologia ao nazismo é crime, conforme a Lei 9.459/97, mas o tatuado foi liberado. O g1 não conseguiu contato com ele.

O estudante Leonardo Guimarães estava em um restaurante no Largo do Machado quando viu os desenhos na pele do homem. Ele acionou PMs, que o encaminharam para a 9ª DP (Catete). Leonardo afirma ter sido intimidado pelo agente que o atendeu.

“Levei um cara com uma suástica, um sol negro e um ‘white proud’ [orgulho branco] tatuados no braço para a delegacia. O cara que me atendeu é bolsonarista, pediu desculpa para o nazista, disse que ele pode usar o que quiser e disse que eu sou ‘comunista gayzista estudantezinho’”, narrou.

Segundo o termo de depoimento, o tatuado afirmou que a suástica “vem do sânscrito e significa boa sorte ou bem-estar”. Sobre o sol negro — também associado ao nazismo —, ele disse que é “um antigo símbolo dos povos germânicos que se referia ao dia que o mundo acabaria”.

Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), disse que levará o caso à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância e à Corregedoria da polícia Civil “contra o inspetor que aparentemente cometeu prevaricação por simpatia ao neonazista”.

Homem com tatuagens nazistas é encaminhado a uma delegacia — Foto: Reprodução

O que diz a Polícia Civil

Em nota, a Polícia Civil informou que “o solicitante informou a policiais militares que um homem ostentava uma suástica e um sol negro tatuados no braço”.

“Em sede policial, o solicitante se negou a prestar suas declarações naquele momento. O acusado, indagado, prestou informações na delegacia alegando que ‘a suástica é um símbolo milenar e existe muito antes do nazismo’”.

“Após o registro dos fatos, foi instaurado procedimento, e serão realizadas diligências para melhor apuração das circunstâncias do ocorrido, onde serão avaliadas de forma detida a verdadeira intenção do acusado”, emendou.

“A Polícia Civil vai investigar eventual prática do crime de racismo ou apologia ao crime”, destacou.

A instituição reiterou que “não foi emitida qualquer opinião ou ofensa por parte de agentes da 9ª DP, em relação ao comunicante ou qualquer julgamento prévio acerca dos fatos”.

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