Glória Maria enfrentou o racismo: "quem não é preto nunca vai entender"
A trajetória de Glória Maria, ícone da TV brasileira que morreu no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (2), foi marcada pelo pioneirismo. Enquanto mulher negra, falava da importância de seu pioneirismo no jornalismo.
Glória foi a primeira mulher a entrar ao vivo na TV em cores pelo Jornal Nacional, em 1977. Antes disso, já havia sido a primeira repórter a aparecer na TV -- antes, os repórteres não apareciam. Em 2007, a jornalista realizou a primeira transmissão em HD da televisão brasileira.
Glória Maria: Veja 5 momentos pioneiros da carreira da jornalista
Seu pioneirismo é reconhecido como inspiração para uma geração de mulheres negras. Com a notícia da morte, jornalistas e mulheres negras lembrar a importância de seu legado. Veja repercussão:
Flávia Oliveira lamenta a morte de Glória Maria — Foto: Reprodução
Jornalista Ana Paula Santos lamenta morte de Glória Maria — Foto: Reprodução
Eliana Cruz lamenta morte de Glória Maria — Foto: Reprodução
Glória Maria: 'Racismo é algo que vivi desde sempre, a gente vai aprendendo a se defender'
Luta contra o racismo
Em entrevista, Glória falava sobre a importância do seu pioneirismo na luta contra o racismo. "Racismo é algo que vivi desde sempre e a gente vai aprendendo a se defender", disse em entrevista ao Globo Repórter em junho de 2020.
No Globo Repórter, já em tratamento contra o câncer, falou sobre a o racismo lembrando também seu pioneirismo na luta.
Glória Maria foi a primeira pessoa a usar a Lei Afonso Arinos, que punia o racismo, não como crime, mas como contravenção. (Veja o vídeo acima)
"Eu fui barrada em um hotel por um gerente que disse que negro não podia entrar, chamei a polícia, e levei esse gerente do hotel aos tribunais. Ele foi expulso do Brasil, mas ele se livrou da acusação pagando uma multa ridícula. Porque o racismo, para muita gente, não vale nada, né? Só para quem sofre", contou.