Por Márcia Brasil, Bom Dia Rio


Pastor Felippe Valadão ataca religiões afro em evento oficial de Itaboraí

Pastor Felippe Valadão ataca religiões afro em evento oficial de Itaboraí

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou nesta quarta-feira (15) uma ação civil pública para condenar o pastor evangélico Felippe Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, pelos ataques a religiões afro proferidos no dia 19 de maio.

A 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Itaboraí quer que o religioso faça uma retratação pública e pague R$ 300 mil de indenização por danos morais coletivos.

A representação foi feita pelo deputado Átila Nunes (PSD), relator da CPI da Intolerância Religiosa na Assembleia Legislativa (Alerj).

Durante um evento em comemoração ao aniversário de 189 anos de Itaboraí, em 19 de maio, Felippe Valadão discursou e proferiu palavras ofensivas aos praticantes de religiões de matrizes africanas, em especial a umbanda.

Em sua fala, ele afirmou: “Avisa para esses endemoniados de Itaboraí que o tempo da bagunça espiritual acabou. Pode matar galinha, pode fazer farofa, prepara para ver muito centro de umbanda sendo fechado na cidade. Deus vai começar a salvar esses pais de santo que têm na cidade”.

Pastor Felippe Valadão, da Igreja Lagoinha — Foto: Reprodução

A ação destaca que o pastor, “que possui grande engajamento junto ao segmento religioso do qual faz parte”, “praticou intolerância religiosa e discurso de ódio contra praticantes da umbanda e demais religiões”.

A ação também pede que o pastor grave um vídeo, com duração de 50 segundos a 1 minuto, se retratando publicamente quanto às falas de ódio e intolerância, divulgando-o na página principal do site da Igreja Batista da Lagoinha e nas páginas oficiais de suas redes sociais, pelo período de 30 dias.

“Esperar de líder de religião cristã discurso baseado no amor e na tolerância é uma mera expectativa, mas exigir de qualquer pessoa a observância a direitos fundamentais e promover a responsabilização de quem praticar ato ilícito que cause dano moral coletivo a grupos religiosos, em razão de intolerância religiosa, é dever do Ministério Público”, diz a ação.

O Bom Dia Rio não obteve resposta de Felippe Valadão.

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