Eleições 2022
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Por Gabriel Sabóia — Rio de Janeiro

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, confirmou o nome do vereador Gabriel Monteiro como candidato à Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro, apesar dele ter virado réu no processo em que é investigado pelos crimes de importunação e assédio sexual que teria sido cometido contra uma ex-assessora. Embalada pelo sobrenome, a irmã dele, Giselle Monteiro, tentará uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A decisão ocorre depois de o partido ter cogitado a expulsão de Monteiro da legenda, diante das acusações que surgiam. Com potencial de atrair até 500 mil votos e se tornar um "puxador" da legenda, Monteiro foi mantido e só não será candidato, caso alguma decisão judicial o impeça.

A denúncia contra o ex-policial militar foi aceita pelo Tribunal de Justiça do Rio, e o processo corre sob segredo judicial. A investigação do caso foi aberta pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste, quando Luiza Caroline Bezerra Batista afirmou que era acariciada polo parlamentar sem consentimento. Monteiro enfrenta um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara Municipal dos Vereadores do Rio.

Luiza trabalhava para os canais do vereador na internet e afirma que algumas situações inconvenientes estão registradas nos vídeos em que ela ajudava a gravar. Gabriel Monteiro sempre negou as acusações.

No fim de março, a delegada Viviane da Costa Ferreira Pinto, da Deam de Jacarepaguá, indiciou o político no inquérito que ele era investigado. No dia 14 de junho, o Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou o político à Justiça, que recebeu a denúncia e o tornou réu seis dias depois.

Partido desiste da expulsão

Em abril, o presidente estadual do PL, Altineu Côrtes afirmou ao GLOBO que o partia cogitava expulsar o ex-PM, diante das acusações que surgiam.

— O PL não é "Mãe Diná". Quando formalizamos o convite, tínhamos outro quadro. Ele era cobiçado por várias legendas e nada pesava contra. Hoje, temos uma situação delicadíssima. Existe um sentimento de indignação com as notícias que vêm à tona, sim, mas não me cabe julgá-lo antes da Justiça. O que posso garantir é que o partido não vai compactuar com qualquer irregularidade que fique comprovada — disse na época.

No entanto, os mais de 500 mil votos que Gabriel Monteiro deve amealhar nas eleições deste ano fizeram o partido "empurrar com a barriga" a sua expulsão, antes dada como certa. Caso o vereador saia da legenda, o PL seria obrigado a recalcular a sua nominata: a aposta é que, com o votos dele, consiga eleger 15 deputados para a Câmara.

Parte dos dirigentes do partido aposta na manutenção do mandato e na elegibilidade de Gabriel Monteiro, a despeito do processo que pode culminar na cessação do parlamentar por acusações que incluem supostos abusos sexuais contra menores.

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