• Rennan A. Julio
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Ajay Banga, CEO global da Mastercard (Foto: Divulgação/Amauri Vargas)

Ajay Banga, CEO global da Mastercard (Foto: Divulgação/Amauri Vargas)

Uma comparação ganhou força nos últimos tempos para evidenciar a transformação pela qual a sociedade e os negócios passam: os dados são o novo petróleo. O mantra é repetido por consultores, executivos e interessados na digitalização. Para Ajay Banga, CEO da Mastercard, a comparação faz sentido. Exceto por um pequeno detalhe. "A diferença é que o petróleo vai acabar um dia. Os dados, não", afirmou durante o Master Minds, evento de inovação da Mastercard realizado em São Paulo nesta sexta-feira (05/07).

A importância dos dados deve apenas aumentar ao longo dos próximos anos. Um dos fatores para isso será a popularização da internet das coisas, impulsionada pela tecnologia 5G, a próxima geração de transferência de dados em dispositivos móveis. “O 3G nos deu a primeira conexão de verdade no celular. O 4G marcou a era do streaming. O 5G transformará os celulares nos nossos bolsos em supercomputadores. Isso é algo diferente de tudo que já vimos”, diz.

Mas como a internet das coisas afeta os negócios do indiano Ajay Banga? Para o executivo, a chegada da tecnologia dá luz a uma importante questão para a Mastercard: inclusão. “A máquina de lavar só estará conectada com seu carro se você tiver acesso à internet. O IoT [sigla em inglês para internet das coisas] tem potencial para aumentar a diferença entre as pessoas”, afirma.

Seu grande receio é que o futuro seja marcado pela “internet de tudo, mas não de todos”. Na área onde atua, Banga diz ter feito de sua grande missão incluir financeiramente o máximo de pessoas que pode. Nos últimos cinco anos, foram 400 milhões de pessoas – e a meta é chegar a 500 milhões até o final do ano que vem.

O executivo cita como exemplo uma empresa na África do setor de energia elétrica. Em parceria com a Mastercard, a companhia criou uma solução para que a população pudesse pagar pela energia utilizando somente um QR code no seu celular. “Inclusão é uma palavra fácil de ser usada. O que importa, no fim das contas, é dar oportunidade igual para todos. E a tecnologia é o meio para isso”, afirma.

Promotor do capitalismo consciente, movimento que visa aliar lucro e propósito, Banga também falou sobre ambientes sustentáveis de trabalho. “É preciso criar um ambiente onde as pessoas consigam liberar o seu espírito inovador. Dá para ganhar dinheiro e ser feliz ao mesmo tempo.”

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