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Por Jornal Nacional


Percentual de crianças que não sabem ler e escrever mais do que dobrou na pandemia, mostra levantamento

Percentual de crianças que não sabem ler e escrever mais do que dobrou na pandemia, mostra levantamento

Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (16) pelo Ministério da Educação mostrou o impacto da pandemia no desempenho de estudantes brasileiros.

Gisele é professora. O filho, Gabriel, está no nono ano. Atravessar a pandemia foi um desafio para os dois.

"A pandemia deixou tudo muito acelerado, e o ensino e o aprendizado precisam de mais tempo e paciência", diz aa professora.

"Eu não consigo me concentrar direito, é muito complexo para mim. Parar um horário no meu dia para sentar, olhar e ler...", diz o aluno.

Concentração, vivência no ambiente escolar. A pandemia mexeu com tudo isso e piorou um quadro que já era preocupante no Brasil. Indicadores divulgados nesta sexta (16) mostram atraso na aprendizagem dos alunos e que estudantes acabaram regredindo em algumas áreas.

O percentual de crianças do segundo ano do ensino fundamental que ainda não sabiam ler nem escrever, inclusive palavras isoladas, mais do que dobrou de 2019 a 2021. O índice passou de 15% para 34%, segundo dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica, colhidos no ano passado.

O indicador também mostra que a aprendizagem dessas crianças também caiu em matemática: 22% delas não conseguiam fazer operações básicas, como soma e subtração. No índice anterior, antes da pandemia, eram 16%.

A piora na aprendizagem em português e matemática também se repetiu no ensino médio. Especialistas afirmam que os resultados podem ser ainda piores, porque a avaliação foi feita quando muitos alunos ainda não haviam voltado para as aulas presenciais.

“O percentual de alunos que fizeram a prova em 2021 foi bem inferior daqueles que fizeram a prova na edição passada, em 2019. E a gente sabe, tem a hipótese, de que são os alunos mais vulneráveis, que não estavam acompanhando as atividades escolares, aqueles que não foram fazer a prova", diz Gabriel Corrêa, do Todos pela Educação.

"Mas é possível a gente reverter o cenário de queda nos níveis de aprendizagem que o Brasil teve. Então, é preciso que a sociedade civil e o poder público se unam, porque essas crianças e esses adolescentes precisam aprender, é importante para vida de cada um deles e consequentemente para o futuro do Brasil”, diz Gabriel Corrêa, do Todos pela Educação.

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