Por Hermínio Bernardo, TV Globo e g1 SP — São Paulo


Integrantes da Gaviões da Fiel desbloqueiam trecho da Marginal Tietê

Integrantes da Gaviões da Fiel desbloqueiam trecho da Marginal Tietê

Torcedores do Corinthians desbloquearam um trecho da Marginal Tietê, na altura da Ponte das Bandeiras, em São Paulo, na noite desta terça-feira (1º). O local estava interditado por um grupo de bolsonaristas que se opõem ao resultado das eleições.

Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram que, assim que o grupo de corintianos se aproxima, os autores do bloqueio saem rapidamente com seus carros (veja vídeo acima).

No alto da ponte, parte dos torcedores grita "democracia" e pendura uma bandeira com a frase: "Somos pela democracia". Eles também soltam rojões.

Torcedores do Corinthians desbloqueiam trecho da Marginal Tietê que estava interditado por bolsonaristas — Foto: Reprodução/redes sociais

Desde a segunda-feira (31), grupos de bolsonaristas vinham fazendo bloqueios em rodovias por todo o país. A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidiu que as polícias, tanto Rodoviária Federal quanto as militares dos estados, deveriam agir para desbloquear os trechos. O ministro Alexandre de Moraes reforçou, inclusive, que PMs também podem desbloquear vias federais, multar e prender responsáveis.

Nesta terça, o governo paulista enviou a Tropa de Choque da Polícia Militar para retirar os grupos que interditam vias no estado.

A Polícia Civil começou uma investigação para tentar identificar os responsáveis pelos atos, que não seriam voluntários. A avaliação é a de que existem pessoas financiando esses bloqueios ilegais nas estradas brasileiras, e a polícia informou que pode pedir a prisão delas.

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No início da tarde, o efetivo estava na Rodovia Castello Branco, em um trecho perto de Osasco que foi interditado no início da manhã desta terça (1°), e também na Rodovia Régis Bittencourt, que já havia sido liberada.

Às 22h30, na Castello, o quilômetro 26, na região de Barueri (SP), tinha um bloqueio parcial em ambos os sentidos. Fluxo de veículos leves ocorria pela faixa da esquerda nos sentidos capital e interior. No quilômetro 19, na região de Osasco (SP), um grupo fazia um bloqueio parcial em ambas as pistas.

Em Mairiporã, no quilômetro 65 da Rodovia Fernão Dias, uma faixa estava interditada.

Segundo a Ecovias, na via Anchieta havia bloqueio parcial da pista marginal no quilômetro 18, no sentido litoral, em São Bernardo do Campo (duas faixas estão liberadas).

Um grupo interditou parcialmente a alça de acesso da Rodovia Hélio Smidt para o viaduto Professor Jossei Toda, que segue para a Avenida Monteiro Lobato, em Guarulhos. A rodovia dá acesso ao aeroporto internacional em Guarulhos.

Na Rodovia Anhanguera, em São Paulo, um grupo bloqueava uma faixa da pista sentido capital na altura do quilômetro 27.

O que diz o governador

Em entrevista coletiva no final da manhã, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), disse que a Polícia Militar atua nos protestos e não descartou o uso da força caso os bolsonaristas insistissem em permanecer nas vias.

"A partir de agora, nós vamos aplicar aquilo que determina a decisão judicial, iniciando com multas de R$ 100 mil por hora para cada veículo que esteja contribuindo com essa obstrução. A partir também daí fichando e, eventualmente, prendendo àqueles manifestantes que resistirem à desobstrução das vias e, se necessário, o emprego de força."

Investigação MP

Nesta segunda (31), o Ministério Público de SP constituiu um núcleo de atuação Integrada composto por membros da Promotoria de Justiça da Habitação e do Urbanismo da Capital e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para investigar em que circunstâncias estão ocorrendo os bloqueios.

Segundo Sarrubo, os bolsonaristas fazem parte de uma organização criminosa que está atentando contra o estado democrático de direito no Brasil.

"O Gaeco está investigando porque, na visão do Ministério Público, trata-se de uma organização criminosa que está atentando contra o estado democrático de direito no Brasil. Trata-se de uma manifestação de desrespeito ao resultado das urnas, de desrespeito à vontade do povo brasileiro, de maneira que o Ministério Publico não se curvará a quem quer que seja, e defenderemos a democracia e trabalharemos pela paz da população do estado de São Paulo e do Brasil de forma absolutamente intransigente."

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