RIO — Uma ofensiva contra o típico calorão das regiões repletas de construções de concreto na Zona Oeste está em curso. Até o fim de janeiro, 650 mudas de árvores serão plantadas na região de Jacarepaguá pela Secretaria municipal do Envelhecimento Saudável, Qualidade de Vida e Eventos, através da Fundação Parques e Jardins .
— O principal objetivo é fortalecer os corredores de biodiversidade dentro das cidades e reduzir drasticamente as manchas de calor urbano, o que acontece a partir de cinco anos do plantio — prevê o secretário Felipe Michel.
O projeto, chamado de Ilhas de Frescor , é fruto de compensação ambiental,no caso, uma contrapartida à construção de um grande empreendimento imobiliário na região do Merck, na Taquara . Além da redução da temperatura ambiente, a ação prevê que haverá criação de microclimas mais frescos sob as copas das árvores na área, além de melhoria da qualidade do ar e redução da poluição sonora.
— Praças arborizadas e, por consequência mais frescas, são ótimos espaços para atividades para pessoas de todas as idades. E esses plantios ficam de legado para nossos filhos e netos — ressalta Fernando Gonzalez, presidente da Fundação Parques e Jardins.

O trabalho em Jacarepaguá e em bairros do entorno é apenas o começo. Segundo a Secretaria do Envelhecimento Saudável, Qualidade de Vida e Eventos, a meta da prefeitura é que até 2030 o carioca possa encontrar uma ilha de frescor a cada 15 minutos de caminhada em toda a cidade, como contraponto às chamadas ilhas de calor, termo usado para designar o aquecimento de áreas com alto grau de urbanização.
A primeira fase do plantio começou em 16 de dezembro e está abrangendo os bairros de Vargem Grande, Vargem Pequena, Camorim, Curicica, Pechincha e Taquara. Entre os pontos contemplados estão a comunidade Cesar Maia, a Estrada dos Bandeirantes e o Largo do Pechincha.
Já a segunda fase vai começar na próxima quinta-feira e terminar até 30 de janeiro, com plantio no Camorim, em Curicica, na Freguesia e em mais trechos da Taquara. Serão criadas ilhas de frescor em pontos como as praças da Lincoln e da Merck e a Estrada do Pau-Ferro.
Ao todo, haverá plantio em 25 localidades. As mudas são projetadas para ficarem próximas umas das outras. A Parques e Jardins define onde ficarão as ilhas priorizando áreas próximas ao empreendimento cuja construção está sendo compensada. Outro critério importante é avaliar se as árvores podem obstruir a iluminação pública ou danificar redes subterrâneas com suas raízes. As espécies escolhidas para o projeto são todas da Mata Atlântica: mirindiba, sapucaia, dedaleiro, sibipiruna, abricó-de-macaco, chuva-de-ouro, aldrago, sete cascas, imbiruçu, paineira, sombreiro, algodão-da-praia, pitanga, grumixama, pau-ferro, pau-rei, pau-viola, ipê branco, ipê-roxo, pau-brasil, saboneteira, tamboril, paineira vermelha e gabiroba.
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