Direito e administração são cursos superiores mais procurados pelos alunos em 2022; veja lista

Dados são do Observatório da Educação Superior, divulgados nesta terça-feira (24). Levantamento mostra que matrículas na graduação aumentaram 35% em 2022, em relação ao primeiro semestre de 2021.

Por Brenda Ortiz, g1 DF


Estudante; estudo; educação; graduação; ensino superior; curso profissionalizante; livros; ensino — Foto: Reprodução

Os cursos de direito, na modalidade presencial, e administração, no modelo à distância, foram os mais procurados pelos estudantes que se matricularam em instituições de ensino superior no Brasil, neste primeiro semestre de 2022 (veja lista completa abaixo).

Os dados são da pesquisa "Observatório da Educação Superior: o que atrai mais os estudantes", realizada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) e a Educa Insights, e divulgada nesta terça-feira (24).

O estudo também revela que o número de matrículas em instituições de ensino superior aumentou 35% para cursos iniciados no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2021. Em 2022, foram 23,7 mil alunos, contra 17,5 mil do ano passado.

LEIA TAMBÉM:

Presencial X EAD

Segundo a pesquisa, os cursos semipresenciais e híbridos tiveram o maior avanço, com 43% dos novos ingressantes, em comparação com o ano passado. Os presenciais vêm logo atrás, com aumento de 39%. Já para as graduações à distância, as matrículas cresceram 22%.

De acordo com o presidente da Abmes, Celso Niskier, o crescimento representa a "demanda reprimida" por cursos presenciais, causada pela pandemia de Covid-19, nos últimos dois anos. "Em 2020, parte dos alunos migrou para o EAD, por não haver oferta na modalidade presencial. Não é que a busca pelo ensino à distância cresceu pouco, e sim que o presencial estava com a demanda reprimida", explica.

"A pesquisa mostra que os dois anos da pandemia mudaram a cabeça dos estudantes a respeito da oferta de EAD. O interesse deles pelas graduações não presenciais quase dobrou. Continuamos percebendo que os cursos à distância vão continuar crescendo mais rápido do que os tradicionais. Os jovens provaram do modelo híbrido e gostaram e, portanto, hoje têm mais interesse nessa modalidade não presencial do que tinham antes da pandemia", afirma Niskier.

Cursos mais procurados

O estudo também apurou que 80% da demanda se concentra em um rol de 12 cursos no modelo tradicional, e de 23 cursos em EAD. Veja os mais procurados:

Top 10 cursos presenciais

Curso %
Direito 20,9%
Enfermagem 11,8%
Psicologia 9,7%
Odontologia 6,8%
Farmácia 5%
Administração 5%
Fisioterapia 4,8%
Arquitetura e urbanismo 3,6%
Biomedicina 3,3%
Medicina Veterinária 2,7%

Top 10 cursos EAD

Curso %
Administração 12%
Pedagogia 9,2%
Biomedicina 6,7%
Ciências Contábeis 6,3%
Fisioterapia 4,9%
Educação Física 4,6%
Gestão de RH 4,3%
Farmácia 3,7%
Estética e cosmética 3,6%
Nutrição 3,3%

Segundo a pesquisa, no ranking das 10 formações mais procuradas, a área de saúde marca presença significativa, com 70% entre os cursos presenciais, com destaque para enfermagem (11,8%), psicologia (11,8%) e odontologia (6,8%).

Na modalidade à distância, a área representa 50% da procura, com os cursos de biomedicina (6,7%), fisioterapia (4,9%) e educação física (4,6%).

Perfil dos alunos

A pesquisa também fez uma análise sobre os estudantes do ensino superior. Eles foram divididos em grupos: os que já tinham interesse na modalidade à distância independente da pandemia, e aqueles que passaram a considerar a opção após o contexto de restrição sanitária.

Em comum, os grupos têm em sua maioria mulheres. A maior parte dos alunos já trabalha, e possui renda média de 1,5 a 3 salários-mínimos.

Entre os que já desejavam fazer cursos não presenciais, a maioria busca por mais capacitação, pois têm ensino superior completo e mais de 40 anos.

Os grupos potenciais, que passaram a ter o ensino a distância como opção depois da pandemia, têm perfil mais jovem. Boa parte dos estudantes está na faixa etária até 24 anos, com ensino médio completo e buscando a primeira graduação.

De acordo com o levantamento, a modalidade era considerada como opção por 40% dos futuros universitários no contexto de pré-pandêmico, e se tornou uma alternativa para 78% depois desse período.

Perfil dos alunos matriculados em instituições de ensino superior no primeiro semestre de 2022 — Foto: Abmes/Reprodução

Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.