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Por Redação do ge — Rio de Janeiro


A eliminação precoce do Fluminense da Copa do Brasil acendeu a discussão sobre o elenco curto tricolor. Seria o atual plantel inferior ao do ano passado? Para efeito de comparação, o ge levantou o time titular, o banco e os desfalques nos dois jogos das desclassificações: o 3 a 0 para o Corinthians, na semifinal em 2022, e o 2 a 0 para o Flamengo, nas oitavas de final em 2023. Veja:

Gabriel Amaral lamenta ausência de Marcelo na lateral do Fluminense: "Não tem variação"

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2022 - Corinthians 3 x 0 Fluminense

  • Titulares: Fábio, Samuel Xavier, Nino, Manoel e Caio Paulista; Wellington, Martinelli, Ganso e Arias; Matheus Martins e Cano.
  • Banco: Marcos Felipe, Pedro Rangel, Calegari, David Braz, Pineida, Cristiano, Felipe Melo, Yago Felipe, Michel Araújo, Nathan, Marrony e Willian Bigode.
  • Desfalques: Luan Freitas, Matheus Ferraz e David Duarte (machucados) e André (suspenso).

2023 - Flamengo 2 x 0 Fluminense

  • Titulares: Fábio, Samuel Xavier, Nino, Manoel e Guga; André, Martinelli, Lima e Ganso; Arias e Cano.
  • Banco: Pedro Rangel, Alexandre Jesus, David Braz, Luan Freitas, Esquerdinha, Edinho, Giovanni, Pirani, Arthur, Isaac, Alan e John Kennedy.
  • Desfalques: Jorge, Marrony, Keno, Alexsander e Marcelo (machucados); Felipe Melo (suspenso) e Lelê e Thiago Santos (não inscritos).

Arias e Martinelli também foram titulares contra o Corinthians em 2022 — Foto: André Durão/ge

O time titular mudou pouco: oito dos 11 jogadores estavam em campo em ambas eliminações. Mas os bancos foram quase inteiros diferentes: o jovem goleiro Pedro Rangel e o experiente zagueiro David Braz estiveram como opções nas duas partidas.

Na entrevista coletiva após a derrota no Fla-Flu da noite de quinta-feira, o técnico Fernando Diniz foi questionado se foi um erro de avaliação do clube ter liberado jogadores como Biel, Michel Araújo, Calegari e Caio Paulista. E deu a seguinte resposta:

- Caio Paulista era um cara hostilizado por todo mundo, Michel Araújo e Calegari do mesmo jeito... Até engraçado ouvir isso (pergunta sobre eles). O ambiente do Fluminense propiciou isso. Eles não foram embora por causa disso. O time tem Alexsander, Marcelo e fomos atrás do Jorge para a função, que infelizmente machucou. Não fomos mal por causa disso (das saídas), mas eu gostava de todos esses jogadores, o Caio fez ótimas partidas na lateral.

- A opção do Gabriel Teixeira de sair foi dele, entrou receita para o clube, foi outra situação. O ambiente faz parte disso, a gente não podia jogar mal que era tudo culpa do Caio em determinado momento, independente de jogar bem ou não. Sempre gostei de todos esses jogadores que você citou. Faltou citar o Wellington para a pergunta ficar mais completa.

Calegari, Biel e Caio Paulista juntos no Fluminense — Foto: Mailson Santana/Fluminense

As saídas de jogadores de 2022 para 2023 no Fluminense foram: Matheus Martins, vendido para o Watford, da Inglaterra; Yago Felipe e Biel, vendidos para o Bahia; Marcos Felipe e David Duarte, emprestados para o Bahia; Caio Paulista e Michel Araújo, emprestados para o São Paulo; Calegari, emprestado ao Los Angeles Galaxy, dos Estados Unidos; Cristiano, emprestado para a Chapecoense; Nathan, devolvido ao Atlético-MG; Pineida, devolvido ao Barcelona de Guayaquil, do Equador; e Wellington, dispensado.

O ge também consultou alguns comentaristas sobre se houve um enfraquecimento ou não do elenco tricolor. Veja as opiniões abaixo:

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Paulo César Vasconcellos

- Não creio que o time que foi eliminado na Copa do Brasil no ano passado era superior ao atual. O elenco também não. Não dá para nesse instante, olhando para e eliminação do Fluminense, dissociar o impacto que têm as ausências do Marcelo e do Alexsander. O Keno também tem, mas não tanto quanto desses dois. Em relação a alguns que estavam ano passado, notadamente o Caio Paulista, o Diniz foi muito preciso na entrevista, e talvez isso seja um fato ignorado. Há jogadores que a torcida começa a pegar no pé de tal maneira, que o único caminho que ele encontra é sair do clube. Isso aconteceu com o Caio Paulista. O torcedor não vai mudar o seu comportamento, mas deveria refletir.

- Em qualquer atividade profissional, entre ficar no lugar onde todos os dias você é hostilizado, não pode tocar na bola, os outros erram mas você é responsabilizado, e ir a outro lugar onde você vai ser acolhido, qual é o melhor? É onde você vai ser acolhido. Crítica é absolutamente normal, mas muitas vezes ela deixa de existir e no seu lugar entra a perseguição. E a perseguição é terrível seja em qualquer ambiente profissional. Vejo esse elenco atual que foi eliminado pelo Flamengo superior ao do ano passado. As questões que envolvem são de impacto dos desfalques e também reflexões do Fernando Diniz sobre o que está acontecendo.

Marcelo Raed

- Acho o contrário, o elenco se fortaleceu para o primeiro semestre. Fernando Diniz atacou bem as carências do elenco e ainda deu espaço para os jovens da base. Buscou dois ótimos laterais esquerdos, Marcelo e Jorge; ofereceu espaço para o desenvolvimento do Alexander; recuperou o John Kenedy, trouxe bons jogadores para rodar o elenco, como Lima e Lelê. A questão é que nenhum time do Brasil perde três titulares e mantém o nível de jogo. Principalmente um time como o Fluminense, que tem na padronização do sistema de jogo o seu ponto forte.

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Cabral Neto

- A formação do elenco do Fluminense é um problema e as opções no banco de reservas da equipe na partida contra o Flamengo deixam isso muito claro, mas é injusta a comparação com as opções do elenco de 2022. Não porque eram melhores, mas devido às muitas lesões que desfalcaram o time atual num momento decisivo da temporada, algo que não aconteceu ano passado. A crítica de Diniz pode ser importante para que torcida e imprensa possam rever algumas formas de se analisar o jogo, mas não encontram sustentação prática. Sentir falta de Luiz Henrique, Matheus Martins ou Nonato seria natural, mas achar que Caio Paulista, Michel Araújo ou, principalmente, Wellington acrescentariam maior qualidade que Marcelo, Alexsander e Keno, por exemplo, não faz sentido.

- O time de 2022 não atingiu o mesmo nível de atuação da equipe desse ano em momento algum da temporada passada e isso já ajuda a entender que o time atual tem muito mais capacidade. Mas é lógico que o desempenho seria abalado com as ausências de jogadores fundamentais. As mudanças no elenco entre as temporadas foram necessárias. Na lateral-esquerda, por exemplo, para poder ter Marcelo precisava abrir vaga na posição, e não é preciso ser nenhum gênio para perceber que a troca por Pineida e Cristiano elevou e muito a capacidade de jogo da equipe nesse setor. O problema está na sequência de lesões. Perder Keno, justamente quando ele começava a entregar melhor rendimento; Marcelo e sua imensa possibilidade de elevar o nível técnico da equipe; e, principalmente, Alexsander, significou que a equipe perdeu todo o seu lado esquerdo e isso trouxe consequências bem negativas.

- Alexsander pode não ser o jogador de maior talento no elenco, não é o mais experiente, nem o mais versátil, ou o que percorre a maior distância nos jogos, mas era o atleta que melhor se "aproveitava" das ideias de Fernando Diniz e contribuía pra que elas funcionassem naquele nível. O Fluminense era um time com ele e se transformou em outro depois de sua lesão. Além disso, houve uma queda brusca de desempenho de Arias e Ganso, por exemplo, e esses fatores (lesões + queda de rendimento) impactam diretamente em Cano. Só nesse exemplo, já dá para perceber que o elenco “perdeu" seis titulares importantíssimos (Marcelo, Alexsander, Keno, Ganso, Arias e Cano). Acho que esses fatores explicam melhor a oscilação da equipe do que o comparativo com as opções de 2022.

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