Por G1 SP — São Paulo


Covas: Antecipação de feriados, lockdown, morte na fila do SUS e luta contra o câncer

Covas: Antecipação de feriados, lockdown, morte na fila do SUS e luta contra o câncer

O prefeito Bruno Covas (PSDB) confirmou a primeira morte por falta de leito de UTI na cidade de São Paulo e disse ser inviável decretar um lockdown no município.

De acordo com Covas, a prefeitura deverá anunciar nesta quinta (18) a antecipação de feriados para tentar conter a pandemia.

"Essa medida se mostrou eficiente no ano passado, é uma das que a gente pode anunciar agora no final da manhã", afirmou ele entrevista à GloboNews.

"Se a gente conseguir 15 dias que as pessoas consigam voltar aos índices de isolamento do início da pandemia, a gente já consegue uma melhora na quantidade de casos e internações. Precisamos desse prazo de 15 dias que os especialistas da vigilância apontaram para conseguir colocar a curva para baixo e atender todo mundo na cidade", completou.

Segundo o prefeito, a capital paulista não tem efetivo de segurança para implementar medidas restritivas mais rígidas.

"No município é inviável decretar lockdown. A gente tem 1.000 guardas da GCM (Guarda Civil Metropolitana). É inviável fiscalizar se as pessoas estão saindo de casa com mil guardas", afirmou.

Morte por falta de atendimento

Covas citou o registro da primeira morte por falta de atendimento na cidade. Segundo ele, o caso ocorreu na Zona Leste. A capital está com 88% dos leitos de UTI ocupados.

"Infelizmente, nós tivemos o primeiro caso, na Zona Leste de São Paulo, uma pessoa faleceu sem conseguir atendimento aqui na cidade. Infelizmente a gente vê colapsando o sistema de saúde", afirmou.

"As vagas são em hospitais permanentes e não mais em hospitais de campanhas. Entregamos nove hospitais. A continuar o crescimento dessa curva, só vamos ver ampliar esses casos de pessoas que não conseguem leitos de UTI. Só ontem, eram 395 pessoas aguardando leitos. Um momento triste, difícil", afirmou o prefeito.

Ao G1, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, confirmou que a primeira morte na capital foi a de Renan Cardoso, de 22 anos. Ele deu entrada em estado grave de Covid no Pronto Atendimento de São Matheus no dia 11 de março.

A Prefeitura diz que pediu vaga na Cross, serviço da Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde do estado, mas que, quando conseguiu liberação do leito, o rapaz já tinha falecido.

Em entrevista à TV Globo, a mãe de Renan, Maria de Jesus Ribeiro de Andrade, contou que o filho gravou um vídeo para ela logo após ser internado. Ele preparava uma festa de casamento para os pais.

“[Ele falou]: Mãe, deu positivo, pode adiar o casamento no civil? Eu falei: pode, filho. A vida em primeiro lugar. Mas não deu tempo, por falta de socorro, por falta de oxigênio, hoje meu filho não está aqui”, disse ela.

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Colapso do sistema

A explosão de casos atinge também a rede privada da capital. Nesta semana, hospitais particulares pediram 30 leitos do SUS à Secretária Municipal da Saúde. "Algo inédito", disse o secretário Edson Aparecido.

O prefeito defendeu a importância do respeito às medidas de distanciamento social e afirmou que o município não tem condições de ampliar a rede de assistência na mesma velocidade da contaminação.

"Há um limite. A gente não consegue dobrar, triplicar, quadruplicar a quantidade de leito, as pessoas precisam respeitar o isolamento social para a gente diminuir a contaminação. Essa segunda onda mudou o quadro que nós enfrentamos no ano passado."

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