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31/10/08 - 16h12 - Atualizado em 31/10/08 - 16h41

Lula diz que FMI e Banco Mundial não servem para nada

Presidente quer revisão do sistema de controle das instituições.
Segundo ele, crise mostrou que 'mercado é um ovo sem gema'.

Jeferson Ribeiro Do G1, em Havana

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Lula fala com jornalistas durante encontro em Havana nesta sexta-feira (31) (Foto: Adalberto Roque/AFP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reclamar do sistema financeiro mundial nesta sexta-feira (31) durante a viagem oficial a Cuba. Lula defendeu mudanças no sistema financeiro mundial. Segundo ele, as instituições financeiras sempre se opuseram à regulação estatal, mas recorreram aos governos em busca de socorro ao estourar a crise financeira.

 

 “É preciso mudar a economia mundial. O FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, do jeito que funcionam hoje, de nada servem. Os países precisam regular o sistema financeiro", afirmou. “Descobriu-se que o mercado é um ovo sem gema”, completou.

 

 

Lula disse que o mercado tentou se libertar da ingerência do Estado, mas acabou recorrendo aos governos em busca de socorro. “E isso [a crise] provou que o mercado não se auto-regula, e é preciso que os países, principalmente os emergentes, que estão sendo apontados como salvadores do capitalismo, tenham direito a participar das decisões”, salientou.

 

Ele pediu que o mercado seja submetido a regras, como são os governantes. “Não dá para você ser submetido a uma lei e o sistema financeiro não ser”. Lula voltou a dizer que a crise é culpa dos especuladores, que “não fizeram produzir nem um botão”.

 

O presidente revelou ainda sua satisfação em pagar a dívida do Brasil com o FMI. “Eu tive uma alegria imensa no dia em que chamei o presidente do FMI, um espanhol chamado Rato [Rodrigo de Rato], e lhe disse: 'Não preciso mais dos seus US$ 16 bilhões, pode levar'. Vocês não imaginam a alegria que tive. Eu que passei a vida inteira dizendo 'Fora, FMI', e, como presidente da República, ter chamado o FMI para dizer 'Adeus, FMI'", comemorou.

 

Lula iniciou sua visita oficial a Cuba nesta quinta-feira (30) e retorna nesta sexta ao Brasil. No país, o presidente assinou acordos de cooperação na área petrolífera e discutiu ajuda humanitária a Cuba, atingido pelos furacões Ike Gustav.

 

 

Petróleo

 

Neste sexta, a Petrobras assinou um contrato de exploração e produção de petróleo em águas cubanas com a Cuba Petróleo. O contrato terá duração de 32 anos, sete deles destinados à prospecção, e 25 à produção. 


Durante o discurso de inauguração do escritório de negócios da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex Brasil), em Havana, Lula disse que tem vontade de se banhar com o petróleo extraído da camada pré-sal.

“Eu tenho vontade de tomar banho de petróleo, mas o Gabrielli [Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras] disse que não pode porque tem muitos produtos químicos no petróleo cru. Mas eu ainda farei alguma coisa, porque é emocionante”, disse.

 

Embargo

 

Nesta sexta-feira, Lula criticou a manutenção do embargo econômico a Cuba mesmo após a decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta semana pelo fim do bloqueio.

 

Lula também falou sobre a eleição dos Estados Unidos, que ocorre na próxima semana. Para ele, uma vitória de Barack Obama seria um avanço. Segundo Lula, "da mesma forma como o Brasil elegeu um metalúrgico, a Bolívia elegeu um índio, a Venezuela elegeu o Chávez e o Paraguai elegeu um bispo, seria um avanço cultural a vitória de um negro na maior economia do mundo".

 

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