O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, substituiu seu pai, o rei Salman, como primeiro-ministro do país, segundo decreto real. A medida consolida ainda mais o papel do filho como governante.
O rei Salman, de 86 anos, continua chefe de Estado, mas o decreto promove o príncipe herdeiro, que há anos vem conduzindo um plano para modernizar a economia do país.
Ainda não se sabe se o príncipe vai suceder o pai nas funções de líder do país com o rei ainda vivo, mas a nomeação aumenta a percepção de que o herdeiro é visto como peça-chave para o país. O decreto não deve mudar o curso da política interna e externa saudita.
Além da nomeação de um novo primeiro-ministro, o decreto promoveu o irmão do príncipe Mohammed, o príncipe Khalid, de vice-ministro da Defesa a ministro da Defesa, mantendo outro irmão, Abdulaziz bin Salman, como ministro da Energia. Os ministros das Relações Exteriores e das Finanças permaneceram inalterados.
Assassinato de jornalista
Um relatório da inteligência dos Estados Unidos divulgado no ano passado atribuiu ao príncipe Muhammad bin Salman a responsabilidade pela morte do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018.
Khashoggi foi assassinado dentro da embaixada da Arábia Saudita em Ancara, na Turquia, quando entrou na representação para buscar uma certidão a fim de se casar com sua noiva turca. Ele foi correspondente do "Washington Post" e era um crítico ferrenho do governo saudita.