Economia Brasília

Bolsonaro assina MPs que prorrogam auxílio emergencial

Presidente chegou a confirmar entrega do texto ao Congresso, mas cancelou cerimônia após morte de senador Major Olímpio. Benefício terá valor médio de R$ 250
O presidente Jair Bolsonaro participa de cerimônia no Palácio do Planalto Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo/10-03-2021
O presidente Jair Bolsonaro participa de cerimônia no Palácio do Planalto Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo/10-03-2021

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira duas medidas provisórias (MP) que irão permitir o retorno do auxílio emergencial. A previsão do governo é que 45 milhões de famílias sejam beneficiadas com a nova fase do programa.

A informação foi divulgada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom). O texto das MPs não foi oficialmente divulgado. A previsão era que Bolsonaro entregasse a medida pessoalmente ao Congresso na tarde desta quinta, mas a cerimônia foi cancelada após o anúncio da morte do senador Major Olímpio (PSL-SP) .

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O retorno do auxílio foi autorizado por uma emenda constitucional, promulgada pelo Congresso Nacional na segunda-feira. Nessa nova etapa, o valor da parcela será de R$ 250 para famílias em situação de vulnerabilidade. Mulheres com filhos terão uma cota maior, de R$ 375, e pessoas que moram só receberão R$ 150.

O auxílio deve ser pago em até quatro parcelas, a partir de abril. O calendário de pagamento da Caixa Econômica Federal ainda será divulgado, a partir da identificação do público elegível ao benefício pelo Ministério da Cidadania.

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A previsão é que trabalhadores informais e autônomos recebam na frente dos beneficiários do Bolsa Família, que migrarão temporariamente para o auxílio por ser mais vantajoso.

Entre os requisitos para a concessão do auxílio estão renda mensal por pessoas da família de até meio salário mínimo (R$ 550) e renda mensal do grupo familiar de até três salários mínimos (R$ 3,3 mil) — aplicados ao mesmo tempo, considerando a composição familiar.

Não farão jus ao auxílio, trabalhadores com carteira assinada ou que estejam recebendo outros benefícios do governo, como seguro desemprego, aposentadoria, pensão, por exemplo, servidores públicos civis e militares.

Contribuintes do Imposto de Renda, com rendimentos acima de R$ 28.559,70 em 2020, também ficarão de fora.

Para evitar que o dinheiro vá para quem não precisa, o governo fixou limite de R$ 40 mil para rendimentos não tributáveis ou retidos exclusivamente na fonte e valor máximo de patrimônio de R$ 300 mil, além da vedação do benefício para dependentes de declarantes.

O benefício não pode ser concedido a brasileiros no exterior e presos em regime fechado.

Também foram incluídos entre as restrições residentes médicos, multiprofissionais, beneficiários de bolsas de estudo e estagiários.

Do total de R$ 43 bilhões reservados ao auxílio emergencial, R$ 23,4 bilhões serão destinados aos informais que fizeram o cadastro no aplicativo da Caixa em 2020 – um universo de 28,6 milhões de pessoas; R$ 6,5 bilhões aos 6,3 milhões de trabalhadores inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e R$ 12,7 bilhões aos atendidos pelo Programa Bolsa Família, um grupo de 10,6 milhões de famílias.

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Sem novos cadastros

O governo não vai abrir prazo para novas inscrições e vai utilizar o cadastro do Ministério da Cidadania para autorizar os pagamentos.

Atendendo a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), a pasta vai cruzar os dados coletados mensalmente para excluir da lista de beneficiários quem perdeu as condições de elegibilidade, incluindo quem conseguiu emprego formal ou passou a receber outro benefício do governo.

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Outra recomendação do TCU acatada pelo governo nessa nova etapa é pagar o auxílio a apenas um membro da família, o que vai ampliar a cobertura para 46 milhões de famílias, segundo dados do Cidadania.

A PEC Emergencial fixou limite de gastos de R$ 44 bilhões com o auxílio emergencial fora do orçamento da União.

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