Por G1 RS


Exposição Queermuseu contava com 90 obras, de 270 artistas nacionais, abriu em 15 de agosto e iria até 8 de outubro — Foto: Marcelo Liotti Junio/Divulgação

A exposição Queermuseu, suspensa em Porto Alegre após protestos contra o Santander Cultural, que recebeu a mostra, começou a ser desmontada no último domingo (8). Apesar de ter sido fechada para o público ainda em setembro, o processo de retirada das obras só teve início mesmo no dia que era previsto para o encerramento.

O destino mais provável deve ser o Parque Lage, no Rio de Janeiro. No entanto, a mostra deve passar por um hiato até o fim do ano para que todos os detalhes sejam acertados, conforme seu curador, Gaudêncio Fidelis.

As obras dos mais de 200 artistas voltam agora para seus proprietários. Gaudêncio voltou para Porto Alegre nesta semana após ir ao Rio de Janeiro, onde discutiu a ida da exposição para o Parque Lage. No local funciona uma escola de artes visuais.

"Estive conversando com eles, voltei na madrugada de ontem [segunda, dia 9], conversamos com o diretor, com a Secretaria de Cultura do Estado, e as conversas estão evoluindo", afirma Fidelis, sobre o futuro da mostra que pode ser reaberta até o fim do ano.

Parque Lage, no Rio, deve ser o novo lar da exposição Queermuseu vetada em Porto Alegre — Foto: Alexandre Macieira/ Riotur

Ele afirma que os ajustes devem tomar mais tempo que o previsto por conta do Museu de Arte Moderna (MAR) da capital fluminense ter vetado a exposição por ordem do prefeito Marcelo Crivella.

"Agora vencemos o prazo de desmontagem, então temos que fazer o caminho mais longo. Tivemos que reiniciar porque estava certo que a exposição iria para o MAR", disse o curador.

Gaudêncio acrescenta que a reabertura deve ocorrer por meio de financiamento coletivo (crowdfunding), segundo ele, por conta da representatividade desse processo de captação de recursos. "Reafirma o desejo da comunidade brasileira e das pessoas de se mobilizarem em torno da exposição".

A polêmica

Obra da exposição 'Queermuseu', fechada pelo Santander Cultural em Porto Alegre — Foto: RBS/Reprodução

A mostra teve o fechamento antecipado após grupos promoverem críticas com a justificativa de que os trabalhos promoviam pedofilia e zoofilia, acusações rechaçadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul.

Após o fechamento, grupos favoráveis também se mobilizaram pela reabertura, e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Sul, recomendou a "imediata reabertura". Essa recomendação não foi acatada pelo Santander Cultural, que alegou que a mostra era de cunho privado.

Em seguida começaram a surgir especulações sobre o destino da exposição, que então seria levada para o Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR). No entanto, o prefeito Marcelo Crivella proibiu a realização no local, e até publicou um vídeo nas redes sociais sobre o assunto. A decisão foi criticada por juristas e artistas.

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