O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que o jornalista britânico Dom Phillips, que desapareceu na Amazônia junto ao indigenista Bruno Pereira, não era “bem visto” na região por escrever reportagens denunciando garimpeiros. Para o presidente, ele precisava ter “segurança redobrada”, estar armado e “preparado fisicamente” para ingressar na área.
“Os dois resolveram entrar numa área completamente inóspita, sozinhos, sem segurança, e aconteceu o problema”, disse o presidente, em entrevista ao “canal Leda Nagle”, no Youtube. “Esse inglês era malvisto na região porque ele fazia muita matéria contra garimpeiro, questão ambiental. Então, naquela região bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele deveria ter segurança mais que redobrada consigo próprio. E resolveu fazer uma incursão.”
Bolsonaro considera “muito temerário você andar naquela região sem estar preparado fisicamente e também com armamento”, além de ter autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Pereira é um dos indigenistas mais conhecidos da região, com ampla experiência e contato com indígenas. Phillips também atua há vários anos em coberturas jornalísticas em áreas indígenas e de conflito.
As buscas e investigações avançaram até agora, de acordo com o presidente, mas ainda não há indicativo sobre o paradeiro da dupla.
“Aquela região, pelo que tudo indica, se mataram os dois - espero que não -, estão dentro d’água. E dentro d’água pouca coisa vai sobrar, peixe come, não sei se tem piranha no Javari. A gente lamenta, pede a Deus que nada tenha acontecido”, concluiu.