O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira que o orçamento secreto é a “fonte do maior esquema de corrupção da história do país”. Ao participar de um ato em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo, o petista também criticou novamente o teto de gastos e a atuação das agências reguladoras.
— Um dos nossos maiores desafios é a necessidade urgente de reconstruir o pacto nacional pela saúde pública de qualidade. Esse pacto foi quebrado pelo golpe de 2016, e transformado pelo atual presidente em um verdadeiro caos, irrigado pelo dinheiro do Orçamento Secreto, fonte do maior esquema de corrupção da história deste país — afirmou Lula, em discurso lido.
Em outro trecho, o candidato do PT disse que o teto de gastos “tira dos pobres para dar aos ricos” e voltou a repetir:
— Não haverá teto de gastos em nosso governo.
Lula também atacou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) na área da Saúde e afirmou que o governo atual “espalhou na cabeça de muitos uma visão anticientífica e antivacina”.
- TSE: PL faz sete pedidos para a retirada do ar de vídeos em que Lula chama Bolsonaro de genocida
- Lula surfa no 'efeito Anitta' e Ciro campeão de posts: a movimentação dos presidenciáveis nas redes em julho
Ao enumerar realizações de seu governo na Saúde, Lula se queixou da aprovação do fim da CPMF pelo Congresso em 2006.
— Eu me lembro quando a direita deste país resolveu no final de 2006 acabar com CPMF e tirar da Saúde praticamente R$ 40 bilhões. Com o objetivo de me prejudicar, eles resolveram tirar.
O petista também abordou o papel das agências reguladoras.
— Fortalecemos o papel regulador do Estado, imprimindo à ANS e à Anvisa as autonomias necessárias, mas, ao mesmo tempo, mantendo-as articuladas com as políticas do Ministério da Saúde, aumentando sua transparência e permitindo mais segurança à população e aos mercados regulados.
Apoiadores de Lula e Bolsonaro fazem guerra de narrativas sobre adesão popular
Em um trecho improvisado, porém, fez críticas ao excesso de poder das agências ao lembrar da nomeação feita em seu mandato para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em que o indicado contrariou uma posição do governo.
— Indiquei um companheiro sindicalista, amigo meu, para trabalhar na agência de telecomunicações. Passados uns oito meses, teve um problema, e eles recusaram uma proposta do ministro das Comunicações. Chamei o cara da agência para conversar. Sabe o que ele me falou? "Presidente, foi o senhor que me indicou, mas a agência tem autonomia e não vai cumprir a decisão.".
Lula, então, prosseguiu contando que acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para dar um parecer e disse que a Anvisa enfrenta hoje enfrenta problemas:
— Tive que chamar a AGU para fazer um parecer e colocar esse rapaz no seu lugar e dizer para ele que as decisões de políticas são do governo,ele só tem que regular, quem faz a lei é o governo. Está acontecendo com a Anvisa agora. As pessoas não querem fazer aquilo que o Estado precisa que seja feito. Muitas vezes é a decisão de grupos com interesses econômicos.