Economia
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Por Camilla Alcântara — Rio

Pintar o rosto, vestir verde e amarelo, decorar a casa e até a própria rua são tradições no país para entrar no clima da Copa do Mundo. Mas uma delas ficou mais pesada para os brasileirinhos: completar o álbum de figurinhas da Copa.

Comparando com os custos da Copa de 2006, o hobby vai ficar 567% mais caro em 2022, bem acima da inflação. Esse foi o aumento do pacote com cinco figurinhas na comparação entre os preços da publicação para a Copa da Alemanha, há 16 anos, e a do Catar, que será realizada no fim deste ano.

A revista ilustrada para colecionadores com as fotos dos jogadores que vão entrar em campo no Catar teve sua pré-venda anunciada nesta terça-feira e surpreendeu os internautas com preços bem mais altos. Neste ano, o álbum custa R$ 12, e cada pacote de figurinhas sai por R$ 4.

Álbum da Copa de 2022 do Catar — Foto: Reprodução
Álbum da Copa de 2022 do Catar — Foto: Reprodução

Na última edição, em 2018, o conjunto com cinco adesivos saía pela metade do preço, R$ 2, e o álbum era R$ 4,10 mais barato. A publicação tinha preço de R$ 7,90. A comparação com 2006 revela como o álbum vem subindo a cada quatro anos muito acima da inflação.

Segundo a Calculadora do Cidadão do Banco Central, a inflação de junho de 2006 até junho deste ano foi de 150,25%. Ou seja, se o preço do pacote de figurinhas fosse corrigido somente pelo IPCA, o índice oficial de inflação do país, o pacotinho custaria hoje R$ 1,50, enquanto o álbum sairia por R$ 9,76.

O valor a ser gasto pelos colecionadores para completar o álbum vem subindo ao longo dos anos. Na Copa sediada no Brasil, em 2014, o pacote de figurinhas custava R$ 1, e o do álbum, R$ 5,90. Em 2010, o conjunto de figurinhas saía por R$ 0,75, e o álbum, a R$ 3,90 -- mesmo valor de 2006, quando o pacotinho de cromos era R$ 0,60.

Em tempos de inflação alta corroendo a renda e incomodando o cotidiano do brasileiro, nas redes sociais o preço do álbum de figurinhas da Copa foi o assunto principal dos comentários sobre o álbum. Houve quem desejasse “boa sorte” àqueles que querem completar a coleção, e teve gente comentando que está disposto a gastar mais neste ano para cumprir o objetivo.

O administrador Vinícius Christianes, de 27 anos, e tinha apenas 11 quando começou a colecionar os adesivos dos jogadores na Copa da Alemanha. Ele conta que deixou o hobby de lado por uns anos, mas retomou em 2018 , ano em que conseguiu completar o álbum, que gosta de exibir aos amigos com orgulho como uma relíquia.

O valor mais alto das figurinhas neste ano, no entanto, não o assustou: ele já estava se preparando para a coleção desde o começo de 2022, quando começou a juntar dinheiro à moda antiga, em um cofrinho, com o objetivo de completar mais um álbum. Christianes estima que tenha conseguido guardar entre R$ 200 e R$ 300 até o momento.

— Mesmo começando a juntar cedo, sei que ainda tenho metade do que vou precisar. Não é o suficiente ainda, mas já adianta muito. Eu espero que valha a pena, primeiro porque pode ser o álbum do hexa, e segundo porque mesmo sendo um valor alto, é uma época única, só acontece de quatro em quatro anos. Eu amo futebol, e Copa nem se fala — conta o administrador, animado para o evento deste ano.

Figurinha do Neymar 'não dou e não vendo'

Pedro Gionco, que é vendedor na cidade de Londrina, no Paraná, sempre teve o apoio da mãe, que também gosta de futebol, para colecionar as figurinhas. Desde criança ele se dedica aos álbuns: tem os exemplares completos das Copas de 2010, 2014 e 2018. Hoje, com 19 anos, já recebeu um recado da mãe. Com os preços mais altos, a diversão da família vai ser financiada apenas pelo filho.

— Ela disse, "esse ano quem vai bancar vai ser você", porque ficou caro demais — brinca Gionco. — Mas não tem jeito, é minha paixão. O que eu fiz pra economizar foi deixar de colecionar os álbuns do Brasileirão e da Copa das Confederações. Hoje fico só com a Copa do Mundo mesmo — diz.

Entre os dois colecionadores, um sentimento em comum: mais que ver o álbum completo, sonham com o hexa junto com a seleção brasileira. Christianes diz que a figurinha mais cobiçada é a de Neymar, e Gionco assina embaixo:

— Neymar é a figurinha que não troco, não dou e não vendo. Acompanho desde menino. Este ano só vai dar menino Ney.

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