Política
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Por Lauriberto Pompeu — Brasília

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) decidiu nesta quinta-feira retirar a entidade autônoma de regulação do PL das Fake News. O órgão seria o responsável por fiscalizar o cumprimento das regras previstas no projeto, mas não está na versão do parecer divulgada hoje. O relator do PL na Câmara dos Deputados ainda não definiu como as determinações da lei serão fiscalizadas.

O trecho agora excluído era o principal foco de resistência ao projeto. A ideia inicial era que a entidade fosse criada posteriormente por meio de outro projeto de lei a ser aprovado após o PL das Fake News.

O deputado Mendonça Filho (União-PE) chegou a apresentar uma versão alternativa, em que a regulação seria feita pelas próprias plataformas. Outra sugestão partiu da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que se ofereceu para servir como entidade reguladora.

Do outro lado, o Comitê Gestor da Internet (GSI) resiste que o papel fique com a Anatel e disse que eles já acumulam outras funções e não teriam capacitação e foco para isso. Segundo a versão anterior do texto, é o CGI que definiria as diretrizes enquanto a entidade reguladora não fosse criada.

O parlamentar já havia antecipado que faria ajustes no texto para deixar explícito que não há impedimento da liberdade religiosa. Ainda que a versão anterior do projeto já citasse a previsão constitucional de que as vedações não atingem a livre prática de expressão religiosa, Orlando mudou os trechos que falavam sobre discurso de ódio para evitar interpretações de que poderia haver alguma restrição. Também foi acrescentado no relatório que deverá ser respeitado "o livre exercício da expressão e dos cultos religiosos, seja de forma presencial ou remota, e a exposição plena dos seus dogmas e livros sagrados".

O presidente do Republicanos e vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP), divulgou hoje um vídeo em que defende que o projeto seja discutido. O parlamentar rebateu as acusações de que o projeto prejudique religiosos. Opositores da medida divulgaram uma interpretação de que o projeto iria banir versículos da Bíblia, o que não está previsto no texto.

– Todos nós brasileiros e brasileiras de bem, de bom senso, de razoabilidade, somos contra fake news. A primeira coisa que quero dizer é que o PL não é o PL da censura. Tem muita narrativa distorcida. Tem muita fake news falando do projeto da fake news – disse Pereira.

O dirigente partidário, que também é bispo licenciado da Igreja Universal, evitou dizer se vai votar a favor ou contra o projeto, mas defendeu que as redes tenham algum tipo de regulação. Na votação da urgência, que acelerou o caminho do projeto, 28 deputados do Republicanos votaram a favor e oito foram contra.

– Você que é da fé, que é da mesma igreja que eu sou, sabe que nós, da Igreja Universal especialmente, os evangélicos em geral, fomos vítimas de fake news a vida inteira. Você que é do bom senso, do equilíbrio, sabe que precisa ter alguma regra. Qual regra? Vamos discutir. Até o momento só vejo muita falácia de gente que não conhece do que está falando – disse o presidente do partido.

Entre os principais pontos previstos estão a responsabilização das plataformas por conteúdo ilegal disseminado em seus meios e a determinação de que relatórios de transparência sejam divulgados semestralmente. O PL também estabelece o "dever de cuidado", que determina que as plataformas, antes mesmo de serem notificadas, fiscalizem os conteúdos veiculados em suas redes para impedir propagação de conteúdo ilegal.

Entenda os principais pontos envolvendo o projeto

  • Discussão: Embora opositores ao texto defendam "mais discussão", o projeto em análise pelos deputados foi debatido em um grupo de trabalho da Câmara e passou por 27 reuniões técnicas e 15 audiências públicas, que reuniram mais de 150 especialistas.
  • Urgência: A votação diretamente no plenário é justificada pela necessidade de o país ter uma legislação com regras para o uso das redes sociais. Em meio à onda de ataques a escolas no mês passado, por exemplo, plataformas chegaram a se recusar a apagar postagens incentivando violência sob a justificativa de que não desrespeitava seus termos de uso.
  • Provedores estrangeiros: O projeto não fecha a internet brasileira para o mundo, mas obriga que as empresas estrangeiras que atuam no Brasil obedeçam às regras locais.
  • Jornalismo: O projeto prevê que as empresas de tecnologia remunerem veículos jornalísticos por seus conteúdos. Experiências internacionais onde esse modelo foi adotado mostraram que a prática não reduz o número de notícias em circulação. Além disso, houve a valorização do jornalismo profissional nacional, regional, local e independente.
  • Dever de cuidado: A iniciativa faz com que as plataformas passem a agir de forma preventiva para evitar a disseminação de conteúdo ilegal. Apenas conteúdos enquadrados em tipos penais específicos serão proibidos.
  • Derrubar conteúdos: O projeto amplia um trecho que já existe desde a criação do Marco Civil da Internet, que é a remoção de conteúdos após ordem judicial. O projeto dá poder ao Judiciário para remover em casos como xenofobia, pedofilia e racismo.
  • Investimentos: Aumenta a responsabilização das plataformas, mas não prejudica o país em termos de financiamento. São 55 países que avaliam fazer regulação das plataformas, como Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Canadá.

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