Por Filipe Matoso e Wesley Bischoff, g1 — Brasília e São Paulo


  • Dilma, que teve o nome aprovado para o comando do banco por um comitê após ser sabatinada pelos ministros da Economia do Brics, deve viajar com Lula à China nos próximos dias.

  • Ela deve ficar no cargo até julho de 2025, em substituição ao diplomata brasileiro Marcos Troyjo, indicado por Jair Bolsonaro em 2020.

  • Banco do Brics financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável dos países que fazem parte da instituição: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Dilma é confirmada como nova presidente do banco do Brics

Dilma é confirmada como nova presidente do banco do Brics

A ex-presidente Dilma Rousseff foi oficializada no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como "banco do Brics", nesta sexta-feira (24). Dilma foi indicada pelo governo Lula ao cargo.

O mandato de Dilma como presidente do banco do Brics vai até julho de 2025. Cabia ao Brasil indicar um novo nome para comandar o banco.

O nome de Dilma foi aprovado por um comitê da instituição após a ex-presidente passar por uma espécie de sabatina com ministros da Economia dos outros países membros do bloco – África do Sul, China, Índia e Rússia.

O antecessor de Dilma no cargo era o também brasileiro Marcos Troyjo. Ele é diplomata e foi indicado à presidência do banco do Brics em 2020 por Jair Bolsonaro.

A sede do NDB fica em Xangai, na China. Dilma deve viajar para o país junto de Lula nos próximos dias.

O banco do Brics é responsável pelo financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável dos países que fazem parte da instituição.

Ex-presidente Dilma Rousseff em março de 2020 — Foto: REUTERS/Charles Platiau/File Photo

Combate à fome e à pobreza

Em nota, o banco do Brics afirmou que, quando era presidente do Brasil, Dilma priorizou o combate à pobreza e deu ênfase à ampliação dos programas sociais criados nos mandatos de Lula entre 2003 e 2010.

"Como resultado de um dos mais intensivos processos de redução da pobreza na história do país, o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU", diz trecho do comunicado do NBD.

No comunicado à imprensa, a instituição acrescentou que, internacionalmente, Dilma defendeu o respeito à soberania de todos os países e a defesa do chamado multilateralismo; do desenvolvimento sustentável; dos direitos humanos; e da paz.

"Sob o governo dela [Dilma], o Brasil se fez presente em todos os fóruns internacionais sobre clima e proteção do meio ambiente, culminando em uma decisiva participação do Acordo de Paris", acrescentou.

Conforme a avaliação do banco, Dilma expandiu "significativamente" a cooperação entre o Brasil e diversos países da América Latina, da África, do Oriente Médio e da Ásia.

Perfil

Nascida em Belo Horizonte (MG), Dilma Rousseff está com 75 anos e é formada em economia.

Durante a ditadura militar, integrou organizações de esquerda clandestinas, foi presa e torturada.

No Rio Grande do Sul, ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Filiou-se ao PT em 2001.

Nos governos Lula, foi ministra de Minas e Energia e chefe da Casa Civil. Nesta função, assumiu a gerência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um dos carros-chefe do governo. Foi apelidada por Lula de "mãe do PAC".

Em 2010, foi eleita presidente e, em 2014, foi reeleita. Em 2016, foi alvo de processo de impeachment e teve o mandato cassado. Em 2018, disputou uma vaga no Senado por Minas Gerais, mas não se elegeu.

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