09/10/2013 14h15 - Atualizado em 09/10/2013 14h41

'Conta chegou para a classe média brasileira', diz 'Wall Street Journal'

Texto cita endividamento da população como 'vilão' da desaceleração.
Antes 'impressionante', crescimento perde fôlego, diz jornal.

Do G1, em São Paulo

Reportagem ilustra caso de Odete Meira da Silva, que ficou endividada (Foto: Reprodução)Reportagem ilustra caso de Odete Meira da Silva,
que ficou endividada (Foto: Reprodução)

O endividamento da classe média é apontado como o "vilão" da desaceleração do crescimento brasileiro em reportagem publicada nesta quarta-feira (9) pelo jornal econômico americano "The Wall Street Journal".

O texto diz que o crescimento brasileiro, "antes impressionante, vem perdendo fôlego e não deve se recuperar tão cedo".

Cita que a importância do aumento do consumo da classe média para o recente crescimento econômico do país, ressaltando que o crédito ao consumidor mais que dobrou, para cerca de US$ 600 bilhões, em cinco anos.

"Agora, muitos desses novos compradores estão sofrendo com o uso excessivo do cartão de crédito. Alguns estão atrasando os pagamentos dos cartões, que chegam a cobrar 80% de juros anuais ou mais. Diante da inadimplência crescente, os bancos agora hesitam em emprestar."

Para ilustrar, a reportagem cita o caso da comerciante Odete Meira da Silva, de 56 anos, que "tomou empréstimos para acelerar a sua ascensão à classe média" e agora está com dívidas. Diz que ela comprou um computador, uma TV de tela plana e começou a construir uma casa "num bairro violento da periferia de São Paulo."

Endividada, Odete precisou interromper as obras, cita o texto. "É uma imagem da sua própria escalada na economia brasileira: só até a metade", diz a reportagem.

Além do endividamento da população, o periódico também cita que o crescimento do consumo é o menor desde 2004. "Isso está se juntando a outros problemas, incluindo exportações mais fracas para a China e uma queda na produção industrial causada pela valorização do real, fatores que já estavam desacelerando a economia brasileira'.

A inflação de 6% ao ano e a necessidade do Banco Central de ter que aumentar os juros para controlar a alta nos preços também são citadas.

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