09/10/2013 20h40 - Atualizado em 09/10/2013 20h42

Veja a repercussão da decisão do Copom de subir os juros para 9,5%

Banco Central elevou a Selic pela 5ª vez, em 0,5 ponto percentual.
Economistas e entidades tem opiniões divergentes sobre a alta dos juros.

Do G1, em São Paulo

O Banco Central elevou em 0,5 ponto percentual a taxa de juros, de 9% para 9,5% ao ano. É a quinta vez segida que o Copom decide pelo aumento.

Economistas e entidades da sociedade civil divergem sobre o aumento da Selic, que vem sendo feito pelo BC desde abril.

As entidades criticam a alta apontando que as taxas de juros do país já são muito altas e que a decisão prejudica o consumo. Já os economistas defendem a medida, que veem como necessária para controlar a inflação, que está próxima a meta buscada pelo governo.

Em setembro, o IPCA acumulado em 12 meses ficou abaixo de 6% pela primeira vez no ano: o governo busca uma inflação entre 2,5% e 6,5%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,86% – abaixo dos 6,09% de agosto.

Rodrigo Zeidan, professor de economia da Fundação Dom Cabral
"Era necessário (a alta da Selic) dada a trajetoria da inflação. Embora a inflação tenha arrefecido pela primeira vez abaixo de 6%, o reajuste dos preços administrado foram postergados, por isso não é confortável para ter taxa atual. Se temos regime de metas de inflação -- e pela primeira vez há vários economistas dizendo que não temos mais regime de meta de inflação -- e a inflação estava perto do teto da meta, então o BC tinha mesmo que fazer isso."

Nicola Tingas, economista chefe da Acrefi
"Achei que o comunicado mostra que vão perseguir inflação menor no ano que vem. Para tanto, é necessário continuar o aumento de juros, é tentativa de mostrar ao mercado de que vai tentar trazer a inflação um pouco mais para baixo. A gente não tem fator que nos de tranquilidade em relação à inflação, pelo contrário, mesmo próxima do centro da meta, está acima. Isso requer que o BC use o mandato e traga a moeda mas para a referência. Mas não senti no comunicado um grande aperto, só que o BC vai persistir em colocar a curva de inflação para baixo, continua no esforço."

Paulo Skaf, presidente da FIESP e do CIESP
"Este novo aumento da taxa de juros vem prejudicar o momento propício à retomada da atividade. O estímulo à produção nacional dado pela desvalorização cambial será anulado pelo aumento da taxa de juros. É hora de baixar juros e aumentar o investimento público direto e em concessões, para voltarmos a crescer."

José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados)
"Com a elevação da Selic para conter a escalada inflacionária, o Banco Central cumpre seu papel técnico, mas há muito mais em jogo. O aumento do juro básico para 9,5% ao ano vem somar-se às dificuldades diárias que o empresariado enfrenta para tocar seus negócios em meio ao cipoal regulatório e tributário que consome as forças da nossa economia."

FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)
"O Sistema Firjan entende que a decisão do Copom de aumentar pela quinta vez consecutiva a taxa Selic foi equivocada e defende o fim do ciclo de aperto monetário na próxima reunião do colegiado. Condenamos a elevação da taxa porque favorece os especuladores e o capital, e prejudica  a produção e os trabalhadores."

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical
"A diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Para a Força Sindical, o Copom está usando uma dose elevada de forma desnecessária ao estabelecer a taxa Selic pois o índice de inflação, conforme as projeções, do próprio BC, para 2013 será o menor dos últimos três anos."

Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
"Não existe o risco de uma inflação de demanda que justifique esse aumento da taxa básica de juros. Esse aumento da Selic penaliza a atividade econômica e reduz o ritmo do crescimento, colocando em risco o emprego e a renda das famílias. Encarece o crédito e compromete a produção industrial do país, que depende de financiamento para viabilizar os investimentos."

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