O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, entregou nesta quinta-feira (10) ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, uma proposta para estimular a compra de autopeças e equipamentos nacionais na fabricação das chamadas "máquinas autopropulsadas" - categoria que envolve, entre outros, tratores agrícolas, tratores de esteiras, rolos compactadores e máquinas de terraplanagem.
O programa é chamado de chamado de Inovar Máquinas, em alusão ao Inovar Auto, conjunto de regras que oferecem incentivo às montadoras que fabricarem carros e/ou investirem em pesquisas no país.
"A ideia é que quanto mais autopeças sejam adquiridas no Brasil, bens de capital industriais para ampliação da capacidade produtiva, modernização da fábrica, você obtenha um crédito que possa compensar o pagamento do IPI (...). É um mecanismo que pretendemos que haja a reindustrialização do setor, que tem tido concorrência muito forte dos produtos importados, incentivando mais a aquisição de autopeças no Brasil e, também, de bens de capital", declarou o presidente da Anfavea a jornalistas.
A contrapartida da indústria, segundo Moan, se daria por meio do aumento dos investimentos e da produção nacional. Ele não forneceu, entretanto, uma estimativa de quanto poderiam subir os investimentos ou a produção. "Não tem valores estimados ainda", declarou. A expectativa do presidente da Anfavea é de que em, no máximo três semanas, o programa totalmente estruturado. "Acredito que o lançamento deve ocorrer neste ano", acrescentou.
A ideia de incentivar a indústria nacional de autopeças havia sido adiantada ao G1 em junho passado, quando o Sindipeças, que representa o setor, previu fechar o ano com um déficit na balança comercial de US$ 8,8 bilhões, devido ao desequilíbrio entre importações e exportações.
O Ministério do Desenvolvimento informou que o ministro Pimentel achou o programa "interessante" e que dará prosseguimento às discussões sobre o assunto.
O setor de máquinas agrícolas, rodoviárias e de construção, segundo a Anfavea, faturou US$ 10,3 bilhões em 2012, realizou investimentos na ordem de R$ 1,2 bilhão e teve participação de 2% no PIB industrial brasileiro. Hoje são 21 unidades fabris instaladas em cinco unidades federativas, que empregam 21,6 mil colaboradores e comercializam seus produtos nas mais de 1,1 mil concessionárias em todo o país, segundo a entidade. "Queremos crescer esse volume de investimento, o nosso faturamento, mas também gerando riqueza na cadeia produtiva", disse Moan.
