Economia

Câmara dos EUA não chega a acordo sobre fim do impasse fiscal

Obama deve se encontrar com líderes democratas para discutir opções
Impasse fiscal. Plano dos republicanos da Câmara difere em detalhes importantes da proposta no Senado dos EUA, onde a situação é melhor. Na foto, líder democrata no Senado, Harry Reid, afirmou que “há negociações produtivas acontecendo com o líder republicano” Foto: JONATHAN ERNST / REUTERS
Impasse fiscal. Plano dos republicanos da Câmara difere em detalhes importantes da proposta no Senado dos EUA, onde a situação é melhor. Na foto, líder democrata no Senado, Harry Reid, afirmou que “há negociações produtivas acontecendo com o líder republicano” Foto: JONATHAN ERNST / REUTERS

WASHINGTON - Os líderes republicanos da Câmara dos Representantes não conseguiram chegar a um consenso nesta terça-feira sobre como superar o impasse fiscal americano. Pela manhã, eles propuseram um plano para terminar o “apagão” parcial do governo e evitar o default (calote) da dívida americana, mas a proposta foi rejeitada em uma reunião interna de duas horas com parlamentares do partido.

Com a paralisação do governo após o imbróglio que resultou na reprovação do Orçamento americano, alguns trabalhadores federais continuarão se reportando a seus departamentos e agências, enquanto a maioria deixará seus postos e ficará em licença por tempo indeterminado.

O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano John Boehner, disse que não havia chegado a nenhuma decisão sobre como proceder, mas que estavam determinados a não permitir um calote da dívida americana.

— Há muitas opiniões sobre qual direção ir. Não houve decisões sobre exatamente o que vamos fazer — disse Boehner.

Mais cedo, o líder da maioria no Senado, Harry Reid, afirmou que está confiante de que senadores democratas e republicanos possam chegar a um acordo fiscal abrangente ainda esta semana para evitar calote da dívida americana.

- Há negociações produtivas acontecendo com o líder republicano. Estou confiante de que vamos ser capazes de chegar a um acordo global esta semana a tempo de evitar um calote catastrófico sobre as contas da nação - disse Reid no plenário do Senado. - O líder republicano e eu vamos manter os nossos membros informados sobre a forma como as negociações estão sendo geridas. E eu expresso meu apreço a todos por sua paciência - afirmou.

O plano dos republicanos da Câmara difere em detalhes importantes da proposta no Senado dos EUA, onde a situação é melhor. Na proposta da Câmara, lançada nesta terça-feira, o governo americano teria recursos para ser reaberto até 15 de janeiro e o teto da dívida subiria o suficiente para cobrir as dívidas do país até 7 de fevereiro, semelhante ao plano do Senado. Mas, ao contrário do Senado, a proposta incluiria a suspensão por dois anos do imposto sobre equipamentos médicos do programa de reforma da saúde, conhecido como “Obamacare”.

A Casa Branca classificou a proposta republicana da Câmara como uma tentativa para acalmar um pequeno grupo de conservadores do Tea Party. A porta-voz da Casa Branca, Amy Brundage, disse que que Obama tem reiterado que os legisladores “não devem exigir um resgate para cumprir suas responsabilidades básicas para aprovar o Orçamento e pagar as contas do país”.

— Infelizmente, a última proposta da Câmara faz exatamente isso em uma tentativa partidária de acalmar um pequeno grupo de republicanos do Tea Party que provocou a paralisação do governo em primeiro lugar — disse ela

Brundage afirmou que democratas e republicanos do Senado têm trabalhado com boa-fé para pôr um fim no impasse fiscal e “é hora da Câmara fazer o mesmo”.

No Senado, os líderes disseram ontem à noite estar próximos de um acordo que poderia reabrir o governo americano, após duas semanas de “apagão” parcial, e estender o teto da dívida. O presidente Barack Obama vai se encontrar na tarde desta terça-feira. às 16h15m (horário de Brasília) com líderes democratas para discutir as opções.