07/11/2013 17h23 - Atualizado em 08/11/2013 11h26

Bovespa cai pelo terceiro dia seguido puxada pelas ações da Vale

Ibovespa caiu 1,21%, para 52.740 pontos.
Medo de nota de risco do Brasil ser reduzida fez ações da Vale caírem 3%.

Do G1, em São Paulo

O principal índice da Bovespa fechou em queda pelo terceiro dia seguido nesta quinta-feira (7), com receio de uma redução da nota de risco do Brasil, o que puxaria para baixo as ações da Vale -- mesmo com o lucro do terceiro trimestre tendo mais que dobrado.

Também influenciaram o índice temores sobre o futuro do programa de estímulos monetários nos Estados Unidos e a situação fiscal brasileira se sobrepondo à reação positiva dos mercados ao corte de juros do Banco Central Europeu.

O Ibovespa caiu 1,21%, para 52.740 pontos. Veja cotação

Na semana, a bolsa tem queda acumulada de 2,36% e no mês, de 2,79%. No ano a desvalorização é de 13,47%.

Depois de avançar pela manhã, o índice  passou a devolver ganhos na sequência da abertura das bolsas norte-americanas, que reagiam mal a dados mostrando que a economia dos EUA se expandiu mais rápido que o esperado no terceiro trimestre, a uma taxa anual de 2,8%.

O resultado elevou preocupações sobre quando o Federal Reserve, banco central dos EUA, começará a reduzir seu programa de estímulos à economia, enquanto os mercados aguardam para sexta-feira novos dados do mercado de trabalho.

Além disso, investidores continuam temendo uma eventual piora na nota de crédito do Brasil, depois do desempenho fiscal de setembro, divulgado na semana passada, ter praticamente enterrado as chances do setor público cumprir a meta de superávit primário do ano.

"Estrangeiros estão na ponta comprada e são muito sensíveis a um eventual rebaixamento", afirmou à Reuetrs o analista-chefe da Corretora Magliano, Henrique Kleine.

A ação preferencial da mineradora Vale, que iniciou o pregão em alta, fechou com queda acima de 3% -- tanto a preferencial quanto a ordinária -- mesmo depois da companhia ter divulgado alta de 139% no lucro do 3º trimestre na véspera. "É uma empresa de commodities e, se houver um rebaixamento na nota (do Brasil), a venda de estrangeiros concentra-se nesses papeis", disse Kleine.

Mais cedo, o Ibovespa chegou a avançar quase 1% na sequência da decisão do Banco Central Europeu (BCE) de reduzir a taxa básica de juros para nova mínima histórica de 0,25% ao ano, diante da desaceleração inesperada na inflação e da fraca recuperação econômica da zona do euro.

"Teoricamente, a decisão pode contribuir para uma melhora na situação do nível de atividade da Europa, o que acaba beneficiando o mundo como um todo", afirmou à Reuters o analista de renda variável João Pedro Brugger, da Leme Investimentos.

"E, com o dinheiro mais barato e a maior injeção de liquidez, o dinheiro não necessariamente vai para o mercado produtivo, pode migrar para mercados de risco maior". O analista acrescentou, contudo, que é difícil medir em termos da economia real até que ponto a Europa pode se recuperar.

Ações
Além da Vale, Petrobras e BM&FBovespa ficaram entre as principais pressões negativas sobre o Ibovespa.

A Telefônica Brasil ficou entre as principais quedas, depois de divulgar resultados piores que o esperado para  o terceiro trimestre, com queda de 19% no lucro líquido, atingido por forte aumento de investimentos e alta nos custos.

No outro sentido, a siderúrgica Usiminas exerceu a maior pressão de alta no Ibovespa, seguida por Eletropaulo, que anunciou na véspera lucro líquido trimestral de R$ 27 milhões.

Kroton e Cosan também subiram depois de divulgarem números trimestrais.

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